Dólar avança 1,51%, maior alta diária desde 21 de novembro de 2010

Corte na Selic, indicadores negativos nos EUA e compras de dólares pelo BaCen ajudaram na apreciação da divisa

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Repercutindo o surpreendente corte de 50 pontos-base, o dólar comercial registrou sua maior alta diária desde 21 de novembro nessa quinta-feira (1), ao avançar 1,51%, fechando na venda a R$ 1,617 – máxima desde 11 de agosto. Além da redução na Selic, também contribuiu para o avanço da moeda norte-americana os dados predominantemente negativos da agenda internacional, fazendo com que a moeda em relação a divisas como euro, libra esterlina e iene.

 dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,6040 na venda, alta de 1,06%. 

Copom surpreende
Na noite anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou o 
corte em 50 pontos-base na Selic, que passa a ser de 12% ao ano. A decisão surpreendeu a maioria dos economistas compilados pela InfoMoney, que esperavam que a taxa básica se mantivesse nos 12,5% ao ano. A redução nos juros acabam tornando a renda fixa brasileira menos atrativa aos olhos do investidor internacional, tendo em vista a diminuição do “spread” entre a taxa de juros aplicada aqui e das outras economias do planeta.

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Ainda por aqui, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista, com taxa de corte de R$ 1,606, com começo às 15h56 (horário de Brasília) e término às 16h01. Além disso, foi divulgado pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) o resultado da balança comercial de agosto, que registrou superávit de US$ 3,873 bilhões.

Indicadores internacionais
Corroborando com este cenário os indicadores externos se mostraram péssimos nesta quinta-feira. Nesta manhã, foi divulgado o índice de manufaturas da Zona do Euro, medido pelo PMI (Purchasing Managers Index), que terminou agosto em seu menor nível em um ano, a 49 pontos.

Decepção acompanhou a agenda econômica norte-americana. O Initial Claims registrou um total de 409 mil novos pedidos na semana até 27 de agosto, frente às projeções que giravam em torno de 407 mil solicitações. Já o Productivity & Costs, referente à produtividade da mão-de-obra da economia norte-americana, excluída a agropecuária, apontou queda no segundo trimestre, recuando 0,7%.

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Ainda por lá, o Construction Spending que mede os gastos públicos e privados decorrentes da construção de imóveis, caiu 1,3% em julho. Por outro lado, o ISM Index, responsável pela mensuração do nível de atividade industrial nos EUA, atingindo 50,9 pontos, uma alta da produção do setor secundário na maior economia mundial. 

Dólar comercial e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,6150 na compra e R$ 1,6170 na venda, forte alta de 1,51% em relação ao fechamento anterior. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 2,95%. 

Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em outubro segue o dia cotado a R$ 1,627, forte alta de 1,66% em relação ao fechamento de R$ 1,601 da última quarta-feira. O contrato com vencimento em novembro, por sua vez, oprts em forte alta de 2,58%, atingindo R$ 1,628 frente à R$ 1,587 do fechamento de quarta-feira. 

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O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,6055000.

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 3,20 para novembro de 2011, 0,22 ponto percentual abaixo do que foi registrado na sessão anterior.