Do Egito antigo à Venezuela: ainda não aprendemos que congelar preços não funciona?

Congelamento de preços não funciona há 4.000 anos

Equipe InfoMoney

Alta menor da gasolina foi um dos itens que puxou a desaceleração no período

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Autor: Richard Rytenband, economista e apresentador do programa “Os Antifrágeis”, na InfoMoneyTV

As recentes crises na Argentina, Venezuela e Brasil são uma grande oportunidade para educar as pessoas sobre alguns princípios básicos econômicos. Em pleno século XXI não é mais aceitável acreditar que congelar preços, taxar lucro, ou qualquer medida que reduza a liberdade econômica possa trazer algum impacto, além do caos.

Apesar de já terem sido refutadas na teoria e na prática há décadas, e no caso do congelamento de preços há pelos menos 4.000 anos, estas medidas ainda são aplicadas, aproveitando-se da ignorância e da ilusão das pessoas que acreditam que cabe ao governo trazer prosperidade e resolver todos os problemas. O episódio mais recente disso foi o anúncio no dia 27 de maio, do congelamento dos preços do Diesel por 60 dias e a definição de um preço mínimo para fretes, como contrapartida para o encerramento da greve dos caminhoneiros.

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No Egito antigo há milhares de anos, Venezuela ou Brasil atual, congelar preços traz sempre as mesmas consequências; escassez de produtos e caos social.

Num cenário de livre concorrência, respeito às liberdades individuais e a propriedade privada, enriquece aquele que melhor serve a sociedade. Agora privilégios e protecionismos estatais sabotam o funcionamento do mercado e permitem que empreendedores ineficientes prosperem, mesmo sem atender adequadamente seus consumidores. O benefício deixa de ser mútuo geral e passa a ser de um grupo à custa de outro. Ao determinar como os recursos devem ser alocados na economia, interferindo nos preços e criando regulamentações protecionistas, o governo determina quais setores serão vencedores e perdedores. Mas, no final das contas o maior perdedor é sempre o contribuinte que paga a conta e ainda fica privado do acesso aos melhores produtos e serviços.

Para a recuperação da Argentina, Venezuela e Brasil, a receita é sempre a mesma: liberdade!