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Após a garantia de financiamento do plano estratégico, o foco da Petrobras (PETR3;PETR4) é distribuir dividendos, segundo a CEO da companhia, Magda Chambriard. Em teleconferência para comentar o plano, divulgado na noite de ontem, a executiva reforçou que a distribuição de proventos demonstra compromissos da estatal.
“Isso era um compromisso, isso foi realizado a contento e isso reforça nossa tese de que a Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro. Havendo caixa o suficiente para financiar nosso plano de negócios, não há porque a Petrobras estocar dinheiro e ele será distribuído aos nossos acionistas em forma de dividendos”, sustenta Magda.
“No Brasil, não podemos nos dar ao luxo de abrir mão do negócio do petróleo”, afirma a CEO da companhia. Magda reforçou que o país não pode prescindir de combustível fóssil enquanto é realizada a transição energética.
“A gente revê isso tudo, ajusta procedimentos internos, trata da transversalidade dos processos, agiliza, ganha eficiência e, a partir de agosto, passamos a entregar 100% da realização de capex”, afirmou a CEO. Magda também destacou que o guidance é cumprido à risca desde agosto de 2024. A produção também tem ficado “dentro e perfeitamente aderence” aos guidances do plano estratégico.
“Investir, obviamente, é nossa prioridade. Nossa política prevê a distribuição de dividendos somente após garantir o financiamento do nosso plano de negócios”, afirmou. “O plano de negócios é premissa básica para a divulgação de dividendos extraordinários”, destaca. “Garantida a financiabilidade do plano, não há porque não pagar dividendos, sejam eles ordinários ou extraordinários”.
“Exploração e produção segue como prioridade em alocação de capital para a companhia”, sustentou. Sobre os R$ 111 bilhões que serão investidos, a CEO comenta que houve crescimento modesto no que foi planejado mas que serão um acréscimo de investimento na ordem de 35%. “Não é pouca coisa, tanto em número de projetos quanto em investimentos que estamos agregando para a companhia”, afirma.
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Magda também destacou o ramp-up esperado na produção nos próximos anos. “No ano que vem, estamos projetando um acréscimo na produção de 100 mil barris por dia. Entre 2027 e 2029, serão 2,5 milhões de barris por dia de óleo”, projeta. O aumento posiciona a companhia como uma das únicas com crescimento e ramp-up de produção no setor, diz Magda.
Por se tratar de um recurso que não é renovável, a expectativa é que haja um pico de produção e, logo após, uma queda na capacidade. A queda deve ser atacada com exploração de outras regiões, afirma a executiva, citando bacias como a da Margem Equatorial.
“Ainda que nós tenhamos uma perspectiva de demanda decrescente no petróleo, todos os cenários consideram que o petróleo ainda será muito relevante no ano de 2050. Nos próximos 25 anos, pelo menos, a Petrobras terá foco sim na produção e exploração de petróleo, ainda que esteja investindo em fontes renováveis”, diz.
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“Se o Brasil parasse de produzir petróleo através da Petrobras, o mundo ficaria mais sujo e o país ficaria muito mais pobre”, destacando que, nessa hipótese, os derivados teriam de ser importados e que toda essa cadeia ficaria muito mais cara para os brasileiros.
“A carteira de projetos da Petrobras estão em plena sintonia com todos os cenários previstos no Acordo de Paris e nas previsões do governo brasileiro sobre a transição energética”, diz a executiva.
Retorno ao etanol
“Estamos voltando para o etanol de forma a ser um operador relevante da movimentação do combustível no Brasil”, reforçou a CEO. A busca de geração de valor também será feita através de integração. A presidente da Petrobras sustenta que a demanda brasileira será mais resiliente que a global e que demandará combustíveis “mais fáceis e verdes”.
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“Estamos conversando com alguns players do mercado mas peço licença para não os elencar”, afirmou. De acordo com a Reuters, a companhia estaria negociações com a Raízen e a Inpasa, bem como com a britânica BP, para uma potencial parceria no segmento de etanol, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.
No segmento de gás e energia, a executiva destacou investimentos para construção de até duas termelétricas no complexo de Boa Ventura no estado do Rio de Janeiro. “A depender deste mercado, serão uma ou duas neste quinquênio”, afirma.
“Todas essas decisões de investimento, sejam elas relacionadas à expansão do refino, à transição energética e demais frentes, são norteadas por forte governança e a certeza de que todos esses projetos tem que agregar valor ao projeto de negócio. Temos que agregar valor para nossos investidores, sejam eles de governo ou privados”. destaca a CEO da Petrobras.
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Se o preço do petróleo for extremamente baixo, o investimento em outras frentes vai garantir que outros projetos mantenham a geração de valor sustentável, na análise de Magda.