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SÃO PAULO – Os títulos de dívida da zona do euro avançam enquanto líderes do continente não chegam a um consenso sobre como salvar o continente da crise. Refletindo a procura maior por ativos considerados mais seguros, os papéis da Alemanha com prazo de dez anos sobem e seus yields cedem ao menor patamar em uma semana.
Na Itália, títulos galgam na esteira da divergência entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Francois Hollande, sobre um prazo para socorrer os bancos do Velho Continente.
Na Grécia, o governo negocia com a Troika – grupo formado por Comissão Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional) – os cortes de gastos avaliados em € 11,9 bilhões e uma reportagem da Der Spiegel sugere que ainda mais medidas podem ser necessárias, o ministro de Finanças da França, Jean-Marc Ayrault, defendeu que o país consiga mais tempo para atingir suas metas.
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País | Rendimento | Variação | Spread vs. Bund* |
---|---|---|---|
Grécia | 19,50% | -2,54% | +17,94 |
Portugal | 8,60% | +0,43% | +7,04 |
Itália | 5,03% | -0,18% | +3,47 |
Espanha | 5,68% | -1,34% | +4,12 |
França | 2,28% | -0,53% | +0,72 |
Alemanha | 1,56% | -2,51% | – |
* Diferença calculada em pontos percentuais. Fonte: Bloomberg
Entenda: quanto maior, pior
Os títulos públicos são uma das maneiras que os governos possuem para se financiar, enquanto a variação diária dos rendimentos decorre das negociações no mercado secundário. O juro pago pelo governo e o valor do papel são definidos no momento da emissão dos títulos, mas este último sofre variação no mercado secundário.
Assim, quanto mais arriscado um investimento, maior será o prêmio demandado pelos investidores no mercado secundário. Portanto, o valor do título recua e, consequentemente, o rendimento no mercado secundário aumenta. Tal variação positiva é uma indicação de que caso o governo opte por emitir novos papéis o custo para se financiar deverá ser maior.