Distressed Assets: entenda a aplicação qualificada que promete crescer no Brasil

Gestores acreditam que em um prazo de até três anos a compra de títulos podres ganhe espaço nas carteiras de investimentos

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Distressed Assets ou ativos podres, você já ouviu falar deles? Tratam-se de fundos ou operações especializados em ativos de elevado risco, provenientes de massas falidas, e voltados para investidores super qualificados, com mais de R$ 1,5 milhão disponíveis para o investimento.

Mesmo que você não seja um investidor “tão abastado”, prossiga na leitura, pois estamos diante uma modalidade de aplicação que promete expandir bastante no Brasil, e em um curto espaço de tempo.

“Trata-se de um mercado que se beneficia tanto das crises ou das grandes volatilidades, quanto dos momentos de ciclos econômicos favoráveis”, explica Carlos Catraio, co-fundador da Brasil Distressed, empresa especializada na compra, recuperação e venda destes ativos.

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Segundo ele, a crise pode sim gerar oportunidades de compras de ativos depreciados, mas por outro lado, longos períodos de recessão também podem fazer com que as empresas que estavam se recuperando, voltem para o fundo do poço. “Ciclos econômicos favoráveis fazem com que os clientes paguem suas dívidas e as empresa se recuperem”, diz o executivo.

E qual o objetivo da compra de tais dívidas? A intenção da compra de uma empresa ou de seus ativos depreciados é poder fazê-los se recuperar para depois serem vendidos por um preço superior. Há empresas que fazem isso para captação própria de recursos e há aquelas que montam fundos de investimentos a partir destes ativos, e os lucros do fundo advêm dos louros da subsequente venda, depois de recuperados.

“É um tipo de investimento que vive de recessão, de desafogar, por exemplo, os balanços de bancos que, pelo Acordo da Basileia III que aumenta a necessidade de capital próprio, estão cada mais pressionados a retirar dos seus balanços os débitos não recebidos”, explica Rodrigo Moratelli, diretor da Orey Financial Brasil.

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Segundo ele, os depressed assets são investimentos de alto risco, pois se baseiam em ativos onde já houve um dafault. “Neste caso, a capacidade de precificar esta operação ou carteira e analisar seu valor liquido, além do quanto dela pode ser recuperável, torna-se uma tarefa difícil”, ressalta.

Quem compra?
Quem se interessa por este tipo de fundo? Hoje a maior quantidade de investidores dos títulos podres ainda são os estrangeiros. “Quem ainda impulsiona este mercado é o investidor estrangeiro e os bancos de investimentos, em busca de um prêmio maior, mesmo que o risco seja superior”, esclarece Marcelo Xandó, sócio diretor da Verax Serviços Financeiros.

Para Xandó, em um segundo momento poderemos ver os investidores nacionais, como os fundos de pensão, alocar parte de suas aplicações neste tipo de risco. “O investidor pessoa física ou os privating banking, também podem chegar neste mercado, mas todo este movimento só será visto em um prazo de dois a três anos”, explica o executivo da Verax.

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Entenda os três modelos deste mercado
O primeiro é o mercado de crédito ao consumo ou crédito a pessoa física, onde basicamente são compradas grandes carteiras de cartão de crédito consignado, como financiamento de veículos que não foram pagos. “São carteiras muito grandes cujos bancos já fizeram grandes esforços, e não conseguiram receber”, diz Catraio.

O segundo mercado é o da compra de créditos de entidades públicas, os famosos precatórios, que podem ser federais, estaduais ou municipais, além de ações contra órgãos públicos e empréstimos compulsórios.

O terceiro e último mercado é o dos créditos contra pessoas jurídicas que podem ter sua origem no financiamento bancário, comercial ou em empresas. São aqueles cujo emissor não honrou as condições do título e que pode ser comprado por algum investidor.