Diplomacia global age para impedir petróleo acima de US$ 100

A portas fechadas, uma intensa campanha está em curso para convencer a Opep+ a acelerar o crescimento da produção

Bloomberg

(Crédito: Shutterstock)

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(Bloomberg) — Ao longo do último ano, os países consumidores de petróleo ficaram mais apreensivos com o avanço de preços do barril: primeiro para US$ 50, depois US$ 75 e agora mais de US$ 85. Quando Vladimir Putin, o presidente russo que é um dos líderes do cartel Opep+, alertou que US$ 100 era uma possibilidade, os alarmes realmente soaram.

Em um contexto de alta da inflação que força alguns bancos centrais a subir juros antes do esperado, EUA, Índia, Japão e outros países consumidores estão fazendo a maior pressão diplomática em anos sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados.

A portas fechadas, uma intensa campanha está em curso para convencer a Opep+ a acelerar o crescimento da produção, de acordo com vários diplomatas e integrantes do setor envolvidos nas conversas. O cartel, que se reúne virtualmente em 4 de novembro para revisão de suas políticas, atualmente aumenta a produção a um ritmo de 400.000 barris diários por mês.

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Os esforços em caráter particular se somam aos recentes apelos públicos. O governo do presidente americano Joe Biden está preocupado com o aumento do preço da gasolina para o maior nível em 7 anos e há semanas vem pedindo que a Opep+ produza mais petróleo.

Em uma iniciativa incomum, o Japão, quarto maior consumidor mundial de petróleo, se juntou a essa campanha no final de outubro, marcando a primeira ação do tipo pelo governo em Tóquio desde 2008. A Índia, o terceiro maior consumidor, também pediu aumento da produção do combustível. A China se cala em público, mas é igualmente ativa a portas fechadas, de acordo com os diplomatas.

“Estamos em uma crise energética”, disse Amos Hochstein, o principal diplomata dos EUA para o setor, ecoando uma opinião amplamente defendida pelas grandes nações consumidoras de petróleo. “Os produtores precisam assegurar que os mercados de petróleo e gás estejam equilibrados.”

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Autoridades americanas, japonesas e indianas conversaram discretamente entre si e abordaram outros grandes consumidores e produtores de petróleo. Os contatos começaram três semanas atrás, mas se intensificaram nos últimos dias, depois que o barril passou de US$ 85.

O governo japonês está “pedindo aos países produtores de petróleo do Oriente Médio que aumentem a produção”, afirmou Tsutomu Sugimori, presidente da Associação de Petróleo do Japão. “Esperamos que os países produtores de petróleo, incluindo a Opep, tomem as providências adequadas para não impedir a completa recuperação da economia mundial.”

Até o momento, Arábia Saudita e outros países se recusaram a acelerar o passo, argumentando que os acréscimos mensais de 400.000 barris diários bastam para satisfazer o apetite por petróleo em uma economia global que ainda sofre com as consequências da pandemia.

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“Ainda não estamos fora de perigo”, disse o ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, em entrevista à Bloomberg Television na última semana. “Precisamos ter cuidado. A crise está contida, mas não necessariamente encerrada.”

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