Dados de junho mostram que setor de aço segue forte no Brasil, apesar de leve queda mensal, apontam analistas

Para o Credit, desempenho sólido do setor de aços longos reforça a confiança de que a atividade de construção continua resiliente no país

Equipe InfoMoney

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O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou os dados referentes a junho de 2021 na véspera, apontando produção mensal de aço bruto de 3,1 milhões de toneladas, 45% acima do apurado no mesmo mês de 2020.

Dessa forma, o primeiro semestre do ano encerrou com a produção 24% frente aos primeiros seis meses de 2020.

Em relatório, Yuri Pereira e Thales Carmo, analistas da XP, destacaram ainda a forte alta nas vendas internas e no consumo nacional de produtos siderúrgicos, que avançaram 44% e 49%, respectivamente, no primeiro semestre do ano, ainda que a base de comparação seja baixa, dado que os meses mais críticos de crise de demanda por conta da pandemia foram no primeiro semestre de 2020.

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Com relação aos laminados, a produção em junho foi de 2,3 milhões de toneladas, 45% superior na comparação anual. Em relação aos aços planos, utilizados principalmente na indústria automotiva, a produção acumulada no ano avançou 33%, comparada ao mesmo período de 2020, enquanto as vendas no mercado interno cresceram 50%. Já os aços longos, matéria-prima importante na construção civil, tiveram alta produção de 30%, além de um aumento 36% nas vendas ao mercado doméstico.

O Instituto aponta que a demanda atual pode ser explicada não só pela retomada dos principais setores consumidores, mas também pela formação de estoques defensivos de alguns segmentos que querem se proteger de cenário de volatilidade do mercado.

Também foram revisadas as projeções para 2021 com a manutenção de uma perspectiva positiva para o IABr: a produção de aço bruto deverá crescer 14% (versus projeção de alta de 11,3% anteriormente), as vendas internas devem subir 18,5% (versus projeção de alta de 12,9%) e o consumo deve subir 24,1% (versus alta de 15% projetada anteriormente).

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Além disso, quando questionado sobre a proibição de novos aumentos de preços sugerido pelo ministro Paulo Guedes e que abalou o setor (veja mais clicando aqui), o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, reiterou que não existe possibilidade de acordo do setor para manter preços.

O Credit aponta que o mês foi forte para o setor de aço no Brasil, e que o desempenho sólido do setor de aços longos reforça a confiança de que a atividade de construção continua resiliente no país, com baixas taxas de juros e confiança do consumidor em alta. O banco espera que a demanda sólida e altas de preços anunciadas no segundo trimestre de 2021 devam dar apoio para um momento forte tanto para chapas de aço quanto aços longos, ao menos até o fim do terceiro trimestre de 2021.

No setor, o Credit diz que dá preferência à CSN (CSNA3) principalmente devido aos altos preços do aço, que devem resultar em redução do endividamento para a empresa nos próximos trimestres. Entre a Gerdau (GGBR4) e a Usiminas (USIM5), o banco dá preferência à segunda empresa, por acreditar que a demanda por aços planos superará a demanda por aços longos, e que o valuation da Usiminas é mais atrativo.

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O Bradesco BBI avalia que os dados divulgados pelo IAB são marginalmente mais fracos em junho (na comparação com maio), uma vez que a demanda por aços planos caiu 3% no período  e dos longos em 7%, mas continuam  em níveis saudáveis. O banco aponta a Usiminas é sua top pick (escolha favorita) no setor de aço da América Latina, e que também classifica a Gerdau como outperform.

Um ponto a ser monitorado, citado em relatório da XP, é a divulgação pelo Instituto do Indicador de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de julho. O índice novamente recuou 4,5 pontos em relação a junho, representando a segunda queda consecutiva do indicador. A queda se deu por conta de uma deterioração tanto das expectativas para os próximos seis meses, quanto das condições atuais do mercado.

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