CSN dispara 12%, Fibria salta 7,5% e JBS cai 5%; Hypermarcas afunda 16% na semana

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa seguiu para seu quarto pregão de alta nesta sexta-feira, encerrando a semana em alta de 4,25%, a 50.105 pontos, a melhor desde o início de abril. No front corporativo, as ações da Kroton subiram forte após a Estácio aceitar a nova proposta da primeira para fusão. Na outra ponta, a JBS afundou após a Polícia Federal ter realizado nesta manhã uma nova fase da Operação Lava Jato, com a busca e apreensão de documentos na empresa Eldorado, que assim como a JBS, é controlada da holding J&F. 

Nas maiores altas da semana, destaque para CSN, Cemig e Vale que dispararam entre 9% e 19%. Nas baixas, as grandes penalizadas foram as exportadoras, depois de o dólar marcar queda de 18,6% no 1° semestre do ano, com as ações da Fibria e Embraer, além da Hypermarcas – maior queda do Ibovespa – penalizada pela delação do ex-diretor da companhia, Nelson Mello. Na semana, a ação da companhia caiu 16,04%, fechando o pregão a R$ 23,76.  

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bolsa nesta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 12,06, +4,78%; PETR4, R$ 9,82, +4,25%)
As ações da Petrobras se descolaram do movimento do petróleo, que teve leve alta hoje, e apareceram entre as maiores altas do Ibovespa. Lá fora, o contrato WTI subiu 1,37%, a US$ 48,99 o barril.

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o ERG (Estaleiro Rio Grande) negocia adiantamento, na forma de empréstimo, de R$ 600 milhões com a Petrobras para concluir a construção de um lote de cascos de plataformas para o pré-sal e, de forma paralela, discute a reestruturação de dívida de R$ 4,5 bilhões com credores, incluindo bancos, fornecedores e a própria estatal. De acordo com o jornal, a Petrobras está disposta a fazer o adiantamento ao ERG em valor aproximado de R$ 600 milhões em uma conta vinculada ao estaleiro para garantir que receberá os cascos das plataformas. 

Vale (VALE3, R$ 16,62, +2,15%; VALE5, R$ 13,24, +1,61%)
Assim como a Petrobras, as ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 8,92, +0,79%) – holding que detém participação em ações da mineradora – se descolaram da variação das commodities. Hoje, o minério de ferro encerrou em queda de 2,39% no porto de Qingdao, na China, indo a US$ 54,33 a tonelada.  

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Seguiram o bom humor nesta sessão as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 6,19, +5,09%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,07, +3,50%), CSN (CSNA3, R$ 8,76, +12,02%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,08, +5,58%). 

Papel e celulose
Depois de aparecerem como as piores ações do 1° semestre – entre as 12 das 59 ações do Ibovespa que caíram no perído, os papéis do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 23,15, +7,52%), Suzano (SUZB5, R$ 11,95, +5,47%) e Klabin (KLBN11, R$ 16,34, +5,97%) dispararam nesta sessão, apesar da alta de “apenas” 0,60% do dólar frente ao real nesta sessão, indo a R$ 3,2308 na compra e R$ 3,2328 na venda. Essa foi a primeira alta da Fibria depois de cinco quedas seguidas, acumulando perdas de 17,34%.

Segundo analistas, a forte alta desses papéis hoje, descolada da variação cambial, tem relação com a percepção do mercado de um Banco Central mais atuante no dólar depois da entrevista do presidente da autoridade, Ilan Goldfajn, ao Valor PRO nesta sexta-feira. 

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CPFL Renováveis (CPRE3, R$ 10,90, -5,22%)
As ações da CPFL Renováveis afundaram até 6,09% nesta manhã, após confirmação que Andre Dorf, anteriormente CEO da companhia, assume hoje presidência da CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,56, -0,15%). A escolha de Dorf faz parte do processo de sucessão implementado pela empresa, em linha com as melhores práticas do mercado, disse a empresa, em comunicado enviado ao mercado. 

“O Andre Dorf, que conduziu a CPFL Renováveis nos últimos três anos nesta fase de crescimento e resultados importantes, reúne larga experiência na gestão de empresas de grande porte e do setor de energia, além de habilidades de liderança que o credenciam para dirigir a CPFL Energia nesse novo ciclo”, afirma o presidente do Conselho de Administração da CPFL Energia, Murilo Passos.

Gol (GOLL4, R$ 3,40, -1,45%)
As ações da Gol tiveram pregão volátil, depois de terem sido fortemente penalizadas nesta manhã, indo para a mínima do dia, com queda de 6,67%, a R$ 3,22. Por meio de sua assessoria de imprensa, a companhia disse que não tem relação com a nova fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. 

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Nesta manhã, Henrique Constantino, filho do empresário Nenê Constantino, foi alvo da Operação Sépsis. Segundo fontes da investigação ouvidas pelo Estadão, endereços dele foram alvo de mandado de busca e apreensão.  Nenê é pai do fundador da companhia aérea Gol. A Gol não é alvo da operação. 

A Via Rondon, empresa do grupo BRVias, informou hoje à tarde, via assessoria de imprensa, confirmou que, um de seus diretores, Henrique Constantino, foi procurado nesta manhã pelo MPF para apresentar a documentação pertinente a empréstimo tomado junto ao Fundo Investimentos FGTS, solicitação esta que foi prontamente atendida. A Via Rondon ressaltou que a solicitação do MPF está relacionada unicamente com a Via Rondon e não possui qualquer relação com outras empresas da família Constantino.

No noticiário da empresa, a Gol informou aos detentores das Notes Antigas (sem garantia) que o prazo para participarem das Ofertas de Permuta privada termina hoje, 1 de julho de 2016, às 23:59, horário de Nova York. Em 20 de junho, a Gol alterou os termos das Ofertas de Permuta e removeu a condição de participação mínima. “Os termos revisados são as melhores e finais condições que a companhia irá oferecer e representam um prêmio substancial em relação ao valor de mercado atual e de 03 de maio das Notes Antigas, data em que a Gol lançou as Ofertas de Permuta”, disse a empresa.

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Se os titulares representando mais de 60% do montante de principal total de Notes Existentes participarem das Ofertas de Permuta, então os titulares que realizarem a permuta vão receber um prêmio em Novas Notes, equivalente a 2,5% do valor nominal de Notes 2017 e a 5% do valor nominal para os titulares de Notes 2020, 2022, 2023 e Notes Perpétuas.

Educacionais
O dia foi movimentado no setor educacional, após a Estácio (ESTC3, R$ 17,21, +1,47%) aceitar a oferta da Kroton (KROT3, R$ 14,28, +5,00%) para as duas companhias do setor se unirem, num negócio avaliado em R$ 5,36 bilhões. A nova oferta da Kroton envolve relação de troca de 1,281 ação de sua emissão por cada papel da Estácio e também distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas da Estácio de R$ 170 milhões, o que representa cerca de R$ 0,55 por papel da companhia. Já as ações da Ser (SEER3) tiveram leve alta de 0,24%, a R$ 12,50; ela também fez proposta pela Estácio. 

Segundo Denis Alves Guimarães, membro da Comissão de Estudos de Direito da Concorrência do Instituto dos Advogados de São Paulo, o risco de o Cade (Comitê Administrativo de Defesa Econômica) não autorizar é baixo. “O Cade tem bloqueado algumas ações quando não há possibilidade de adotar nenhum remédio para que o negócio seja aprovado com algumas concessões”, disse.

Rumo (RUMO3, R$ 4,85, -1,02%) 
Uma das piores ações de 2015, com queda de 64%, a Rumo começa a entrar na mira dos analistas. Enquanto fundamentalistas veem ressaltando potencial de ganhos para o papel por conta de um cenário de queda de juros (dada a elevada alavancagem da empresa), grafistas começam a ver pontos de entrada, depois do papel ter sido bastante penalizado no início do ano. 

Nesta sexta-feira, o analista técnico Danilo Zanini, da XP Investimentos, enviou aos clientes da corretora que o acompanham no grupo Arena do Investidor um call de compra com as ações da companhia.

Ele acredita que agora a Rumo passa por uma fase de consolidação na Bolsa, entre as médias móveis de 21 períodos e 200 períodos (gráfico diário), depois de ter fechado junho praticamente no zero-a-zero (alta de 3,38%). Para Zanini, a compra será confirmada caso a ação supere o patamar dos R$ 5,05 (quase 5% acima do patamar atual, de R$ 4,81), possibilitando um amplo espaço de alta até a região dos R$ 6,60. Ele sugere, no entanto, uma redução parcial da posição no patamar dos R$ 5,35. O stop loss do trade é nos R$ 4,78 (veja mais clicando aqui)

JBS (JBSS3, R$ 9,50, -5,00%)
As ações da JBS amenizaram perdas, após caírem 7,9% na mínima do dia. A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a Operação Sépsis, tendo como alvos a Eldorado Celulose, do grupo J&F (dona da JBS), e o economista Lucio Bolonha Funaro, acusado de ser operador do presidente suspenso da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Operação é deflagrada em Pernambuco, São Paulo e no Distrito Federal. A casa do presidente do Conselho de Administração da empresa, Joesley Batista, foi alvo de busca e apreensão.  

Em comunicado, a JBS afirmou que não é alvo de operação da PF e que a Polícia está na sede levantando informações sobre a Eldorado, do grupo J&F. Ela ainda informou que não há mandado de prisão ou condução coercitiva. A  Eldorado confirmou, em nota envidada à imprensa, que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje. “A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade”.

Sabesp (SBSP3, R$ 29,04, -0,143%)
A ARSESP abriu uma audiência pública para definir a base de ativos regulatória da Sabesp como início das discussões para tratar da revisão tarifária da companhia. Segundo os analistas do Santanrde, a definição da base de ativos é um passo importante da segunda revisão tarifária, especialmente considerando os problemas enfrentados pela empresa na definição desse tópico na primeira revisão.

“Além disso, as discussões iniciais não devem ser iniciadas tão cedo; portanto, a notícia de hoje indica, a nosso ver, que o regulador está trabalhando para implementar a revisão tarifária completa dentro de um cronograma apropriado”, afirmaram os analistas, que dizem que a notícia é positiva para a companhia.

Eneva (ENEV3, R$ 1,90, +2,59%)
As ações da Eneva – a antiga MPX Energia, que pertencia ao empresário Eike Batista – chegaram a disparar até 60% em dois dias, após a companhia ter anunciado que saiu da recuperação judicial. A Justiça do Rio de Janeiro encerrou na quarta-feira o processo, após a companhia cumprir as metas de dois anos de seu plano, informou a companhia em documento entregue hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

Além disso, a empresa  informou que a usina termelétrica Parnaíba II com capacidade instalada de 518,8MW iniciou operação comercial, conforme autorização da Aneel. A Usina passa assim a ser remunerada segundo os termos do Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) assegurado no leilão A-3 de 2011. O CCEAR tem prazo de 20 anos e garante à Usina receita fixa anual no valor aproximado de R$425 milhões (data-base: novembro de 2015), indexada ao IPCA e, adicionalmente, receita variável destinada a cobrir os custos com combustível, operação e manutenção incorridos quando despachada pelo ONS.