Bitcoin recua para US$ 58 mil com excesso de alavancagem e mais assuntos que vão movimentar o mercado de criptos hoje

Criptomoeda chegou a cair US$ 1 mil em cinco minutos

Paulo Barros

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Bitcoin (BTC) opera em baixa nesta quarta-feira (27) após não conseguir superar a barreira dos US$ 64 mil na segunda. A criptomoeda perdeu o ímpeto da semana passada, marcada pelo lançamento do primeiro ETF de futuros de BTC nos Estados Unidos.

Às 7h01, a moeda digital era negociada a US$ 58.866, queda de 6,3% no dia e de 8,7% na semana. No entanto, o preço chegou brevemente a tocar nos US$ 58 mil em flash crash de apenas cinco minutos por volta das 5h30, antes de subir rapidamente para a região de US$ 59 mil.

Já o Ethereum (ETH) chegou a cair para menos de US$ 4 mil, mas se recuperava para US$ 4.011,98 no mesmo horário. Já a Cardano (ADA) é a que sofre mais no momento entre as principais criptomoedas do mercado, com recuo de mais de 11%, para US$ 1,94.

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O baixo desempenho do ETF da Valkyrie na sexta (22) e o adiamento do produto da VanEck, segundo a Bloomberg, para quinta ou sexta reduzem a empolgação que tomou conta do mercado após a máxima histórica de US$ 67 mil. No entanto, especialistas colocam a culpa da queda nos traders que operam com muita alavancagem.

Exchanges de criptomoedas que oferecem esses serviços não limitam a quantia de criptos que podem ser emprestadas para alavancagem, gerando uma disparidade entre as posições e a liquidez real do mercado. Em momentos de baixa, traders que apostavam na alta podem ser liquidados, o que provoca a venda rápida de mais ativos e resulta em um novo recuo que pode alcançar o preço de liquidação de mais usuários.

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O processo gera um efeito cascata que causa movimentos mais agudos quando existe muita alavancagem no mercado. Somente nas últimas 12 horas, o mercado de criptomoedas registrou US$ 700 milhões em liquidações, segundo dados da plataforma de derivativos Bybt.

“Basicamente, o Bitcoin parece incrível aqui na maioria das métricas, mas os trades que usam alavancagem estão fora de controle”, disse Charles Edwards, fundador da Capriole Investments, em uma postagem no Twitter. “Não teremos aumentos de preços sustentáveis até que isso mude”, afirmou.

O bom desempenho do Bitcoin em demais métricas, como menciona Edwards, apoia a tese de que o mercado de alta ainda não acabou. Não coincidentemente, a Coinbase, principal bolsa de criptomoedas dos EUA, recebeu recomendação de compra pelo Citi, com um preço alvo bem maior do que a cotação atual das ações da empresa.

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Além disso, criptos que não registravam muita alavancagem driblam o momento de baixa e registram fortes ganhos no dia, caso do 1Inch ([ativo=1INCH]), token de governança de um agregador de bolsas descentralizadas, e sobe mais de 50%. Já a meme coin Shiba Inu (SHIB) sobe mais uma vez acima de 20% no dia e renova sua máxima histórica.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h01:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 58.866,39 -6,3%
Ethereum (ETH) US$ 4.011,98 -4,9%
Binance Coin (BNB) US$ 452,23 -7,5%
Cardano (ADA) US$ 1,94 -11,1%
Solana (SOL) US$ 189,54 -9,2%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

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Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
1Inch ([ativo=1INCH]) US$ 6,34 +52,54%
Shiba Inu (SHIB) US$ 0,00005405 +26,4%
Aave (AAVE) US$ 385,36 +15,2%
Helium (HNT) US$ 4,96 +7,1%
Holo (HOT) US$ 0,01018566 +1,8%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Fantom (FTM) US$ 2,82 -18%
Harmony (ONE) US$ 0,313235 -16,4%
Internet Computer (ICP) US$ 41,56 -15,4%
Spell Token (SPELL) US$ 0,01992168 -15%
EOS (EOS) US$ 4,21 -14%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 64 +1,1%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 83,1 -1,3%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 72 -2,85%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 21,94 -2,48%
QR Ether (QETH11) R$ 17,21 +0,64%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta quarta-feira (27):

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Citi começa cobertura da Coinbase com recomendação de compra

O Citi, maior conglomerado de serviços financeiros do mundo, iniciou a cobertura das ações da exchange de criptomoedas americana Coinbase com recomendação de compra.

O banco também apontou um alvo otimista. Para os analistas, as ações da corretora valeriam 30% a mais do que o preço atual. Em nota a investidores, o analista do Citi, Peter Christiansen, disse que eles poderiam “comprar o armazém geral das criptomoedas”, em alusão aos serviços de custódia da empresa, amplamente utilizados por clientes institucionais.

O Citi cravou um alvo de US$ 415 ao papel, bem cerca de 30% que os atuais US$ 319, afirmando que a ação oferece aos investidores “exposição direta ao aumento da adoção do varejo e institucional às criptomoedas”.

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Um dos motores para o otimismo está ligado ao anúncio recente de uma nova plataforma de NFTs da Coinbase que atraiu uma fila de 1 milhão de interessados no primeiro dia. Além disso, o Citi enxerga a exchange na dianteira de outras do mercado que até registram mais volume, por conta de seu compliance regulatório.

Banco Central estuda parceria com Visa e Mastercard para real digital

Visa e Mastercard, que já anunciaram planos para entrar no mercado de criptomoedas, estão no radar do Banco Central para provisão de serviços para o real digital.

Fábio Araújo, coordenador do projeto, disse em audiência pública na Câmara dos Deputados realizada ontem que a solução buscada pelo BC será aplicada em um recurso de transações offline da moeda digital brasileira.

As empresas teriam intenção de oferecer serviços de ativos digitais para países, entre eles a função de transferir dinheiro sem conexão com a Internet.

O real digital será uma versão da moeda brasileira construída em uma rede similar à blockchain, mas com controle do Bacen. Apesar do comportamento diferente da maioria das criptomoedas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já aventou a possibilidade de o ativo ser integrado com aplicações de finanças descentralizadas (DeFi).

Além de funcionar em contratos inteligentes dentro de uma plataforma do Bacen, o real digital poderia também competir com BRZ e outras stablecoins que têm paridade com o real em blockchains públicas, como o Ethereum.

Bitcoin está sujeito a “risco sistêmico”, aponta pesquisa

Um paper publicado por pesquisadores da ONG americana National Bureau of Economic Research aponta que o Bitcoin estaria sujeito a um “risco sistêmico” por conta da suposta alta concentração de ativos nas mãos de uma pequena parcela de investidores.

“Nossos resultados sugerem que, apesar da atenção significativa que o Bitcoin tem recebido nos últimos anos, o ecossistema do Bitcoin ainda é dominado por ´players grandes e concentrados, sejam grandes mineradores, detentores de bitcoins ou bolsas”, diz o documento.

Os pesquisadores descobriram que os 10.000 maiores detentores de Bitcoin possuíam, no final de 2020, cerca de 27% do total de 18,6 milhões de unidades da criptomoeda em circulação. Havia ainda um alto grau de concentração em bolsas de criptomoedas e em carteiras de mineradores.

O levantamento também apontou que os 10% principais mineradores controlavam 90% da capacidade de mineração de Bitcoin, e apenas 0,1% respondiam por 50% do poder computacional dedicado à rede. Os dados foram coletados antes do banimento da mineração na China, país que concentrava cerca da metade dos mineradores e que, hoje, foi ultrapassado pelos EUA como polo de mineração.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos