Criador de coleção NFT “Mutant Ape Planet” é preso acusado de fraude milionária

Criador de projeto desviou recursos de investidores para carteiras controladas por ele; golpe é avaliado em US$ 2,9 milhão (R$ 15,4 milhões)

CoinDesk

(Reprodução/Mutant Ape Planet)

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O desenvolvedor da coleção de tokens não-fungíveis (NFT) Mutant Ape Planet – uma imitação da popular coleção Mutant Ape Yacht Club – foi preso e acusado de fraude por supostamente aplicar um golpe avaliado em US$ 2,9 milhões (R$ 15,4 milhões).

Aurelien Michel, cidadão francês de 24 anos que mora nos Emirados Árabes Unidos, foi preso na noite de quarta-feira (4) após pousar no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, nos Estados Unidos.

De acordo com a denúncia, Michel e outros réus não identificados comercializaram os NFTs Mutant Ape Planet para possíveis compradores com a promessa de que suas compras trariam benefícios, incluindo “recompensas, sorteios, acesso exclusivo a outros criptoativos e o suporte de uma carteira comunitária com recursos a serem usados para comercializar os NFTs.”

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Os desenvolvedores do projeto também fizeram promessas vagas sobre a aquisição de “terra no metaverso” para o projeto NFT, de acordo com as autoridades.

No entanto, nenhuma das promessas de Michel se concretizou. Quando todos os NFTs foram vendidos, Michel e os outros réus não identificados supostamente transferiram quase US$ 3 milhões em ganhos para outras carteiras, incluindo algumas sob o controle de Michel.

Quando os compradores do Mutant Ape Planet começaram a suspeitar das transferências, as autoridades dizem que Michel, que publicava nas redes sociais sob o pseudônimo de “James”, admitiu o golpe em uma mensagem enviada no canal da comunidade na plataforma Discord.

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“Nunca tivemos a intenção de aplicar um puxão de tapete, mas a comunidade se tornou muito tóxica”, escreveu o desenvolvedor, postando como “James”. “Reconheço que nosso comportamento levou a isso…”, disse.

No jargão do mundo cripto, o “puxão de tapete” é um tipo de golpe em que os investidores de determinado projeto têm os recursos roubados pelo próprio criador, após desviar fundos depositados, geralmente, em um contrato inteligente (programa de computador auto-executável).

“Alega-se que Michel fraudou os investidores fazendo representações falsas de, entre outras coisas, brindes, tokens com recursos de investimentos e coleções de mercadorias”, escreveu Thomas Fattorusso, agente especial encarregado interino da equipe de investigação criminal do Internal Revenue Service (IRS), órgão dos EUA equivalente à Receita Federal do Brasil.

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“Michel não pode mais culpar a comunidade NFT por seu comportamento criminoso. Sua prisão significa que ele agora enfrentará as consequências de suas próprias ações”, disse Fattorusso.

CoinDesk

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