Créditos de carbono: número de projetos registrados no Brasil cai pela metade

Os 17 projetos registrados no Conselho Executivo de MDL da ONU podem alcançar R$ 38,5 milhões

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O número de projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) caiu 50% em 2009, se comparado ao ano anterior, segundo o levantamento da Abemc (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Carbono).

Este ano, foram registrados 17 projetos brasileiros, o equivalente a 2% dos 610 projetos no mundo, enquanto em 2008 foram 34 projetos brasileiros, que correspondiam a 9% dos 367 projetos em geral.

Para a Abemc, a falta de compreensão quanto ao funcionamento do mercado de carbono, a ausência de um regime tributário específico, os riscos regulatórios e a indefinição da natureza jurídica dos CERs (Certificado de Emissão Reduzida) são fatores que têm afetado diretamente o número de registros de MDL no País.

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Ano de 2012

Outro motivo é a demora no processo de aprovação e a proximidade do período de 2012, em torno do qual existe incerteza em relação ao estabelecimento de um novo protocolo.

“A falta de um acordo global para extensão do período de compromisso do Protocolo de Kyoto e a consequente limitação no horizonte de Créditos de Carbono e do valor garantido após 2012 têm inibido investidores”, afirmou o presidente da associação, Flávio Gazani.

Além disso, em função da crise financeira internacional, houve queda na demanda pelos CERs, e a maior oferta de cotas de emissão de GEE concedidas às empresas europeias participantes do EU-ETS (European Union Emissions Trading Scheme) também influenciaram na retração do mercado.

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Valor do crédito de carbono

Com os 17 projetos brasileiros registrados no Conselho Executivo de MDL da ONU (Organizações das Nações Unidas), a média anual de emissões pode alcançar R$ 38,5 milhões, podendo gerar R$ 808 milhões, se considerado o período máximo de duração do projeto.

Em âmbito mundial, estimativas apontam redução no valor de comercialização dos créditos para US$ 118 bilhões, contra US$ 126 bilhões em 2008.