Credit Suisse corta preço-alvo para ações de IRB (IRBR3) e Banrisul (BRSR6) e encerra cobertura

Ambas companhias tiveram estimativas operacionais revisadas para baixo pelo banco suíço, antes do encerramento de cobertura

Felipe Moreira

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O Credit Suisse revisou suas projeções para ações do ressegurador IRB Brasil (IRBR3) e do banco Banrisul (BRSR6), comunicando posteriormente que encerrou a cobertura de ambos os papéis.

Para IRB, o banco suíço manteve classificação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, ou equivalente à venda) e reduziu o preço-alvo de R$ 3,35 para R$ 0,70 (ou em 79%), o que representa um valor 2,8% menor frente ao preço de fechamento de segunda-feira (19) de R$ 0,72.

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Após o recente aumento de capital, o IRB passou a operar com capital de giro de R$ 154 milhões, a partir do 3T22, atendendo às exigências regulatórias. No entanto, segundo analistas, os resultados foram pressionados por um aumento do nível de perdas e reversão de provisões, entregando saídas de caixa sequenciais. Apesar dos esforços bem-vindos da alta administração, eles ainda enxergam um “cenário desafiador para o core business do IRB, com espaço limitado para crescer ou mesmo para absorver novas perdas líquidas potenciais”.

Dessa forma, Credit Suisse projeta que o caminho para lucratividade do IRB levará mais um ano, com estimativa de prejuízo líquido de R$ 764 milhões em 2022 e de R$ 113 milhões em 2023, contra estimativas anteriores de de prejuízo líquido de R$ 29 milhões e de lucro líquido de R$ 226 milhões, respectivamente.

Banrisul (BRSR6)

Analistas do Credit Suisse destacam que o o Banrisul tem atuado na renovação de seu posicionamento, com rebranding (reposicionamento da marca) completo em 2022, sob uma nova marca mais alinhada as transformações que vêm ocorrendo no banco, fortalecendo conexão com clientes e parceiros.

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“Vemos o banco mais focado em expandir sua presença e capacidade de atender clientes do Agronegócio na região Sul do Brasil, o que vemos como uma estratégia positiva considerando o cenário envolvente e a importância desse segmento local e globalmente”, avaliam analistas.

No entanto, com a perspectiva macroeconômica e fiscal mais desafiadora para o próximo ano no Brasil, eles apontam que o banco carece de catalisadores para uma potencial reclassificação e o valor de mercado atual está sendo precificado de forma justa na avaliação do Banrisul.

Além disso, considerando o fluxo de notícias recente, o Credit Suisse acredita que a possibilidade de extrair valor de uma possível privatização é improvável no curto prazo. Dessa forma, manteve recomendação neutra e revisou estimativas para baixo, considerando os impactos do atual ambiente macroeconômico e do cenário de juros elevados por mais tempo.

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O banco prevê lucro líquido de R$ 713 milhões (7,9% ROE) em 2022, queda de 34% em relação as estimativas anteriores, e R$ 853 milhões (9,2% ROE) em 2023, 29% abaixo da projeção anterior. Com uma taxa de desconto maior sobre a taxa livre de risco do Brasil de 11%, o preço-alvo passou de R$ 13 para R$ 10, um potencial de valorização de 8,5% em relação ao preço de fechamento da véspera (19) de R$ 9,22. Posteriormente, informaram que vão deixar a cobertura da ação.