Inflação de abril é fiel da balança de corte (ou não) de juro nos EUA, diz economista

Índice de preços ao consumidor será anunciado na quarta (15); no Brasil, a grande expectativa é o que dirá cada membro sobre o corte da Selic

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O Indicador de Percepção do Consumidor da Universidade de Michigan mostrou na última sexta (10) que a confiança caiu, o que sinaliza que finalmente a economia dos Estados Unidos pode estar desacelerando. Por outro lado, o índice aponta que as expectativas de inflação subiram, o que é uma má notícia para o Federal Reserve (Fed).

Para Caio Megale, economista-chefe da XP, que nesta segunda-feira (13) comandou o Morning Call da XP, o indicador revela as incertezas à frente. Nesse cenário, ele coloca o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, da sigla em inglês) nos EUA, a ser anunciado na quarta (15), como o fiel da balança para o mercado.

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“Se tiver um CPI mais alto (do que a expectativa), os mercados vão sentir e os juros vão subir. Em contrapartida, se o CPI vier mais baixo, vai consolidar um cenário de corte de juros”, comentou.

Mais taxação para os produtos chinesas

Ainda nos Estados Unidos, ele destacou que o presidente Joe Biden pode anunciar ainda essa semana tarifas adicionais contra a China. “É um embate geopolítico, que tem como pano de fundo as eleições nos Estados Unidos”, ressaltou.

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O economista explicou que seriam tarifas adotadas para importação de veículo elétrico, bateria de carros e semicondutores, além das taxas já adotadas anteriormente para outros produtos. “Tende a ser um tema mais político do que econômico”, destacou.

Comentando especificamente sobre a China, Megale disse que a inflação segue baixa naquele país, mas que é preciso ficar atento para uma série de dados a serem divulgados na sexta (17).  “A China vem desacelerando, mas de forma moderada”, afirmou.

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Como cada membro explicará sua decisão

No Brasil, a divisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão do corte da Selic segue criando expectativas futuras. Ele lembra que a Ata do Copom está sendo muito aguardada porque vai relacionar o que diz cada membro sobre sua escolha para o corte da Selic: 0,50pp, como fizeram quatro membros, e 0,25pp, como apontaram cinco diretores e representou a decisão final no comitê. O documento sai nesta terça (13).

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Sobre o Rio Grande do Sul, Caio Megale vê continuidade do drama. “O governo está se mexendo. Saiu a primeira medida provisória com créditos extraordinários de R$ 12,2 bilhões. É um volume bastante significativo para essa ajuda inicial”, destacou ele.

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Caio Megale disse também que ninguém sabe mesurar o tamanho total da ajuda necessária para reerguer o Estado, mas arrisca entre R$ 70 bilhões a R$ 100 bilhões.

“Precisa esperar as águas baixarem para saber o tamanho do estrago. Mas o arcabouço fiscal tem espaço para que essas medidas sejam tomadas. Esse crédito extraordinário vai por fora do teto de gastos, não vai impactar a meta fiscal”, lembrou.

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“O PIB do Estado será fortemente abalado e ele representa de 5% a 6% do PIB nacional. Então, o PIB do Brasil no segundo trimestre vai ser afetado e a inflação de alimentos também deve ser pressionada”, acrescentou.