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SÃO PAULO – Na última quinta-feira (23), o Ibovespa acumulava 9% de queda nos últimos 3 pregões, enquanto o dólar atingia sua máxima desde 2005, em uma clara sinalização de que o mercado já estava precificando a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Já nesta sexta-feira (24), a Bolsa abriu com uma alta tímida, mas foi ganhando força e no início da tarde superou os 4% de ganhos. Mas afinal, o que está acontecendo com a Bolsa hoje?
Em uma sequência de fatos, o mercado parece ter “voltado atrás” sobre essa precificação de uma vitória de Dilma. Durante esta manhã a explicação mais lógica para a alta que o Ibovespa registrava estava em uma correção, já que as perdas em três dias chegavam a quase 10%. Mas nesta manhã uma nova notícias trouxe ânimo para Aécio Neves (PSDB), que se viu à frente da petista no novo levantamento da IstoÉ/Sensus.
Segundo a pesquisa, que entrevistou 2 mil eleitores de 24 Estados, o tucano soma 54,6% dos votos válidos, contra 45,4% obtidos pela presidente Dilma Rousseff, o que equivale a uma diferença de 9,2 de pontos percentuais, ou 12,8 milhões de votos. A pesquisa destoa do Ibope e do Datafolha, que mostram Dilma 8 pontos e 6 pontos de Aécio na corrida presidencial, respectivamente. Para o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, é possível que os investidores voltem a acreditar em uma disputa 50% a 50% entre os dois.
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De acordo com o analista, há ainda uma grande expectativa sobre o debate de hoje à noite na Rede Globo. Vale lembrar que os encontros anteriores não tiveram grande impacto nem na Bolsa e nem nos eleitores, mas a expectativa sobre o desempenho de cada um e sobre novas “armas” podem até abalar uma candidatura ou outra.
Sobre essas “armas”, a Revista Veja apareceu nesta sexta com uma uma nova denúncia contra Dilma e o ex-presidente Lula, o que, segundo Luis Gustavo, pode estar levando o mercado a crer em uma candidatura abalada da petista. Em matéria publicada na edição de hoje, a revista afirmou que o doleiro Alberto Youssef teria dito à Política Federal que a atual e o ex-presidente sabiam de todo o esquema de corrupção dentro da Petrobras.
Ações disparam, mas não recuperam perdas da semana
Apesar da disparada da Bolsa, o Ibovespa está longe conseguir fechar esta semana no positivo. Com ganhos de cerca de 3,5% no início desta tarde, o índice ainda acumula perdas de quase 6% nos últimos 5 pregões, mesmo cenário apresentado pelos principais papéis do benchmark.
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A Petrobras (PETR3; PETR4), por exemplo, vê suas ações preferenciais subirem 7%, mas caminha para encerrar a semana com queda de quase 14%. Já os papéis ordinários, que avançam pouco menos de 6%, têm desvalorização de 12,5% nos 5 últimos dias. Outro destaque entre as ações do “kit eleições” é o Banco do Brasil (BBAS3), que com alta de 6,5%, ainda vê seus ativos despencarem 17% na semana.
Por outro lado, o dólar consegue anular sua alta dos últimos dias. Após atingir seu maior patamar desde 2005 ao bater ontem os R$ 2,51, a moeda norte-americana cai mais de 2% nesta sexta-feira e chega a R$ 2,4555 na compra e R$ 2,4575 na venda.