Conselheiros privados votaram contra mudança do Estatuto Social da Petrobras (PETR4)

A estatal divulgou na segunda que vai convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para alterar seu Estatuto a fim de criar uma reserva de capital

Estadão Conteúdo

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: A person walks by The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) headquarters on May 12, 2023 in Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian President Lula Da Silva said on Thursday that his administration is working to reduce the price of gas in Petrobras and that the government will keep its stake at the company. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

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Os conselheiros que representam os acionistas privados da Petrobras (PETR4) votaram contra as mudanças no Estatuto Social da estatal, anunciadas na segunda-feira, 23.

Segundo fontes com acesso ao assunto, tem sido uma luta diária convencer os representantes dos acionistas do mercado de capitais a desistirem dos altos ganhos praticados pela gestão anterior. “Estão mimados com os ganhos estratosféricos que receberam nos últimos anos”, disse uma fonte, pedindo anonimato.

Segundo as fontes, a tentativa durante a reunião do Conselho de Administração que bateu o martelo sobre a mudança do estatuto foi derrubar a flexibilização da reserva do fluxo de caixa livre, alegando que por não ter destinação seria ilegal de ser feita. A resistência acabou sendo vencida com o voto da maioria dos Conselheiros favoráveis às mudanças.

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A estatal divulgou na segunda-feira que vai convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para alterar seu Estatuto a fim de criar uma reserva de capital, flexibilizando a distribuição de dividendos, e suspender a vedação para indicações de administradores.

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Segundo entrevista exclusiva concedida ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda-feira pelo diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Mario Spinelli, a AGE deve ser realizada entre o final de novembro e início de dezembro.

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Ele afirmou que a intenção da empresa é deixar o Estatuto atualizado em relação à Lei das Estatais e que não haverá redução de exigências na contratação de administradores.

“A alteração vai trazer o estatuto para a atualização, qualquer que seja a decisão do Judiciário (sobre a Lei das Estatais)”, disse o diretor, referindo-se à discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre exigências legais para nomeação de administradores.