Comprar ou vender: o que fazer com as ações da Vale após desastre e derrocada na bolsa

Empresa perdeu R$ 72 bilhões em valor de mercado em apenas um pregão após tragédia em Brumadinho

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O dia 25 de janeiro ficará marcado na história da bolsa brasileira, mesmo sem operações devido ao feriado em São Paulo, com a notícia do rompimento da barragem da mina do Feijão, em Brumadinho (MG).

A comparação com o ocorrido em há três anos em Mariana (MG), a recorrência do evento, os impactos jurídicos e os possíveis desdobramentos operacionais fizeram com que os papéis da Vale (VALE3) registrassem uma derrocada no exterior. 

O bloqueio judicial de mais de R$ 11 bilhões da companhia para ressarcir danos e perdas e buscas revelando cada vez mais vítimas deram uma dimensão ainda maior da tragédia e as ações afundaram 24,52% na segunda-feira (28), levando a mineradora a perder R$ 72 bilhões em valor de mercado em apenas um pregão.

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Neste cenário, o que fazer com as ações? Comprar, vender ou ignorar o ativo no mercado? Os Analistas sem Censura respondem essa pergunta no programa desta semana, que tem a participação dos analistas da Nord Research Bruce Barbosa, Marilia Fontes e Renato Breia.

“O negócio da Vale não mudou”, destaca Barbosa, enfatizando a necessidade de apurar se o que houve foi resultado de fraude ou negligência. Independentemente disso, e avaliando que a responsabilidade seja 100% da Vale, os analistas acreditam que os valores das multas não devem impactar o fluxo de caixa da companhia. 

Até agora, a empresa teve R$ 11,8 bilhões bloqueados pela Justiça. “A ação caiu seis vezes mais que isso”, afirma Barbosa, sugerindo que as ações foram penalizadas além do justificável – pelo menos financeiramente.

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Marilia lembra que os custos atribuídos à Vale pela tragédia em Mariana foram diluídos ao longo de seis anos. Além disso, Barbosa avalia que a empresa tem caixa para bancar o dispêndio mesmo que a Justiça dobre o valor bloqueado e a Vale seja, hipoteticamente, obrigada a pagar tudo em apenas um ano.

Para essa estimativa, Barbosa leva em consideração a expectativa de geração de caixa de R$ 30 a R$ 37 bilhões neste ano. Soma-se à grande capacidade de geração de caixa o fato de que a companhia reduziu drasticamente seu endividamento, que estava em 4,5 vezes o ebitda e passou para 0,8 vezes ebitda.

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“É muito baixo, principalmente para uma empresa como a vale, que é bastante intensiva em capital”, comenta Barbosa. “Isso reforça a capacidade de geração de resultado da empresa”, acrescenta Breia.  

Como a Vale conseguiu gerar tanto caixa? Barbosa explicou toda a operação do Projeto Ferro Carajás S11D, onde a empresa produz minério de alta qualidade e vende com prêmio sobre o valor internacional da commodity para a China. Confira toda a avaliação dos analistas no programa completo no player acima. 

Em observância à ICVM 598, o(s) analista(s) de valores mobiliários participantes deste programa declara(m) que suas recomendações, pelas quais é(são) o(s) respectivo(s) responsável(is) principal(is), refletem única e exclusivamente suas próprias opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma.