Comércio e indústria desaprovam o aumento da Selic

CNDL afirma que o aumento prejudicará as vendas do varejo porque inibirá a expansão do crédito

Karla Santana Mamona

Publicidade

SÃO PAULO – O aumento de 0,5 ponto percentual na Taxa da Selic foi mal vista pelos representantes do comércio e da indústria. Com o aumento, a taxa passa a ser de 10,50% ao ano, o mais alto desde janeiro de 2012. A decisão foi tomada na noite da quarta-feira (15/01) pelo Copom (Comitê de Política Monetária).

A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) afirmam que a decisão é prejudicial para o comércio. Isso porque o aumento do juros reduz a expansão do crédito no País, o que reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho. “Justamente no momento em que com uma menor expansão da massa salarial, as vendas no varejo dão sinais de desaceleração”, dizem as entidades.

O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, diz ainda que a elevação dos juros não é capaz de resolver sozinha a escalada dos preços. Para isso, ele acrescenta, o controle inflacionário precisa ser realizado, prioritariamente, por meio de um amplo ajuste fiscal na máquina pública, com cortes de gastos do governo e desoneração dos setores produtivos.

Continua depois da publicidade

“O sucessivo aumento da Selic é um sinal de que o governo não quer fazer seu dever de casa. O combate à inflação deve ser realizado a partir de uma política de corte dos gastos do governo. Sem essa contenção, o simples aumento da Selic não será suficiente para resolver o problema.”

Indústria
Para a FIESP e o CIESP (Federação e Centro das Indústria do Estado de São Paulo), o Copom errou mais uma vez.

“Com este novo aumento da taxa Selic, 2014 começa mal, indicando que a esperada retomada da indústria ficará para depois. O Brasil não pode esperar. Precisamos nos libertar da política exclusiva de aumento de juros e ter como novo foco o crescimento econômico. A inflação precisa ser contida, mas é necessário buscar alternativas para combatê-la que não penalizem tanto a atividade econômica e a vida das empresas e das pessoas”, afirma Paulo Skaf, presidente da FIESP e do CIESP.