Com disparada de ontem, OGX ganha quase 50% de participação no Ibovespa

Ação da petrolífera de Eike subiu 47,8% na véspera, o que representou 1,44 ponto percentual da alta de 1,50% do Ibovespa

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Na última terça-feira (15), o Ibovespa teve um desempenho impressionante ao se descolar das principais bolsas estrangeiras e terminar com alta de 1,50%, enquanto índices norte-americanos como Dow Jones e S&P500 caíram 0,87% e 0,71%, respectivamente. No entanto, não é exagero dizer que o índice brasileiro só fechou em alta por causa de uma única ação: a OGX Petróleo (OGXP3).

No pregão de terça, a petrolífera de Eike Batista viu suas ações dispararem 47,83%, saltando de R$ 0,23 para R$ 0,34, diante dos rumores de que a empresa estaria próxima da necessária reestruturação de dívidas. Essa valorização representou dentro do Ibovespa uma alta de 1,44 ponto percentual, tendo em vista que a participação de OGXP3 ontem na carteira teórica do índice estava em 3,014%, segundo dados disponibilizados no site da BM&FBovespa. 

Ou seja, se a OGX Petróleo não fizesse parte do Ibovespa – o que deve acontecer em 2014, caso a bolsa adote as mudanças de metodologia previstas para o próximo ano -, o índice de ações teria avançado apenas 0,06% no último pregão.

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Recuperando espaço no Ibovespa
Além da forte alta, vale mencionar que a ação da OGX movimentou R$ 138,2 milhões no último pregão, montante três vezes maior do que a média diária vista nos últimos 21 dias. Esse giro financeiro acima do normal fez com que a participação da petrolífera no Ibovespa aumentasse em 45,7% de ontem pra hoje, indo de 3,014% para 4,390%.

Esse percentual coloca OGXP3 como a 4ª ação mais importante do índice no pregão desta quarta – ontem, ela era a 7ª colocada dentre os 73 papéis que fazem parte da carteira teórica.

De saída do índice?
A BM&FBovespa utiliza a mesma metodologia de montagem da carteira teórica do Ibovespa desde a criação do índice, em 1968. Esta metodologia prioriza o volume financeiro e o número de negócios realizados com as ações, o que fez com que a OGX Petróleo se tornasse a 3ª empresa mais importante do Ibovespa devido ao seu alto índice de negociabilidade – embora ela ainda estivesse em estágio pré-operacional.

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Contudo, após muita reclamação por parte de investidores e analistas de mercado devido à forte volatilidade de algumas ações que fazem parte do índice, a bolsa brasileira anunciou em setembro que adotará algumas mudanças no processo de seleção do Ibovespa. Dentre as principais alterações, estão as mudanças na ponderação do índice de negociabilidade e o direito de exclusão de alguma ação que esteja cotada abaixo de R$ 1,00 – o que é o caso da OGX desde o final de julho deste ano.

As alterações serão válidas parcialmente na carteira referente aos meses de janeiro a abril de 2014, e integralmente a partir de maio.

A disparada
Conforme apurou o InfoMoney, uma fonte próxima à empresa destacou que essa reestruturação pode envolver o perdão total da dívida da empresa – em uma operação que transformaria os títulos de dívida detidos por esses investidores em novas ações da empresa. Isso diluiria a posição de Eike, que abandonaria de vez a petrolífera. O 
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ainda pode fazer parte dessa operação, destacou a fonte.

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Para satisfazer os investidores que investiriam novamente na empresa, a OGX anunciou ontem a demissão do diretor-presidente da companhia, Luiz Carneiro, e o diretor-jurídico, José Roberto Faveret. A empresa anunciou Paulo Amaral como novo presidente da companhia.

Com a alta de ontem, a OGX voltou a ser uma empresa “bilionária”, terminando o dia com R$ 1,1 bilhão em valor de mercado.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers