Com ações subindo mais de 120% no ano, GPC sai oficialmente da recuperação judicial e se prepara para nova fase

Para CEO, encerramento do processo é um "marco significativo, pois consolida o resultado de um trabalho de reestruturação realizado com muita dedicação"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – No último dia 12 de novembro a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro declarou o fim da recuperação judicial da GPC Participações (GPCP3), marcando uma nova fase para a companhia

Fundada em 1997, a companhia, que atua nos setores químico e de tubos de aço, pediu recuperação judicial em 2013 por conta da crise financeira e do aumento de sua alavancagem.

“A recuperação judicial foi necessária em um momento em que a alavancagem da companhia estava muito alta, desproporcional até mesmo à sua capacidade de produção de caixa, em função de alguns investimentos que não foram os mais adequados no passado”, explicou o CEO da GPC, Rafael Raphael, em live promovida pelo InfoMoney em outubro.

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Em seu release de resultados do terceiro trimestre, a companhia já havia informado que teve pareceres favoráveis da Justiça e do Ministério Público para encerrar sua recuperação judicial, mas que ainda faltavam os últimos trâmites para isso ser efetivado. Agora, a Justiça considerou que todas as medidas previstas na reestruturação foram seguidas, dando fim ao processo.

Na live, o executivo ainda explicou que o objetivo do processo foi tratar a questão do passivo, controlar e dar um direcionamento para o endividamento da empresa. “Não adianta você fazer uma recuperação e não tratar também da suas operações. Então paralelamente a esse processo nós fizemos uma reestruturação intensa na companhia, com reduções de custos e mudanças na estrutura para torná-la mais eficiente”, disse.

Em nova entrevista ao InfoMoney, Raphael também destacou a importância de se manter o foco nas operações. “O sucesso da recuperação judicial depende fundamentalmente da reestruturação e dos bons resultados das operações”, afirma.

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“Nesse sentido, a relação com clientes e fornecedores, e o empenho das equipes, foram essenciais em um ambiente adverso de RJ, e permitiu manter o desenvolvimento dos negócios, realizar os necessários investimentos, e que as empresas seguissem crescendo e produzindo com muita eficiência, confiabilidade e qualidade”, explica.

Com a saída da recuperação, as ações da companhia registraram forte alta de 17,75% no dia 12 de novembro, mas em seguida engataram quatro quedas seguidas, acumulando perdas de 20,9% neste período.

No ano, porém, os papéis da companhia acumulam ganhos de mais de 120%, seguindo exatamente o caminho da companhia em sair desse processo, que já estava praticamente garantido e na semana passada foi apenas uma chancela oficial da Justiça.

Segundo Raphael, o encerramento do processo é um “marco significativo, pois consolida o resultado de um trabalho de reestruturação realizado com muito planejamento, organização, dedicação e diligência”. Ele ainda lembra que no Brasil, as estatísticas sobre a recuperação judicial são adversas e poucas empresas consegue concluir o processo com êxito.

“Não obstante todo trabalho realizado nas operações e as importantes melhorias já obtidas nos indicadores financeiros, a saída da recuperação judicial ainda poderá trazer benefícios adicionais, uma vez que permitirá melhor acesso à linhas de crédito junto a fornecedores e instituições financeiras, além de possibilitar estruturas de financiamento mais adequadas para realização de novos investimentos”, explica o CEO da empresa.

No terceiro trimestre, a GPC registrou lucro líquido de 25,6 milhões, uma alta de 95% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, quando comparado com o segundo trimestre deste ano, o lucro da empresa caiu 68%.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.