Colunista InfoMoney: A ciranda continua e as incertezas prevalecem

Situação está indefinida. Único alento é que a economia americana começa a dar sinal de recuperação.

Reginaldo Siaca

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A situação na Europa continua preocupante: além da recuperação lenta, que não é novidade, a cada dia chega uma noticia desastrosa. No início, eram os PiGS. (referência ao grupo formado por Portugal, Itália, Grécia e Espanha). Agora, fala-se da Hungria e Leste Europeu.

O Governo da Hungria está elaborando novo pacote fiscal e ajuste monetário. Desta forma, o mercado, que ainda se recupera dos efeitos da crise 2008/2009, fica totalmente desconfiado, sem saber para que lado correr.

Nesta semana foi elaborado novo pacote fiscal na Europa, para tentar recuperar, até 2014, 84 bilhões de euros. Nos próximos meses, o mercado estará de olho na Ásia. Alguns analistas estão preocupados com a situação da China (com relação à bolha imobiliária e o crescimento acelerado) e de outros países também. Então, teremos que “deixar a barba de molho” e aguardar os acontecimentos, pois a situação está indefinida. Porém, o único alento é que a economia americana está começando a dar sinal de recuperação.

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“Paciência e cautela
são bons recursos
para este momento “

Alguns países emergentes estão em franca recuperação e, particularmente no Brasil, o crescimento acelerado e desordenado está deixando a equipe econômica preocupada, pois a infra-estrutura não atenderá o crescimento (rede de transportes, em geral). Teremos a próxima reunião do Copom e o mercado espera mais 0.75% de alta e partiremos novamente para dois dígitos 10.25% a. a.

Conseqüentemente, continuaremos sendo um mercado atrativo para aplicações financeiras. Neste mês de junho, o Banco Central já atingiu a marca histórica de US$ 250 bilhões, sendo que o custo de carregamento desta posição é caríssimo para o país. O Brasil se tornou um dos maiores detentores de títulos americanos, pois não temos muita opção de retorno financeiro semelhante à taxa de juro praticada em nosso mercado.

Com esse vai-e-vem de notícias, o dólar vem se recuperando em relação a outras moedas, particularmente o euro, que atingiu a mínima com a paridade de 1.1874 por dólar.

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O reflexo atinge diretamente a bolsa, que está praticamente na casa de 60.000 a 62.000 pontos. A situação fica muito delicada para os investidores e o momento é bastante difícil para tomar decisões. O petróleo veio de US$ 88 o barril pós-crise dos EUA e hoje está na casa de US$ 72.33 o barril.

Paciência e cautela são bons recursos para este momento.

Reginaldo Siaca é gerente de Câmbio da corretora Advanced e escreve mensalmente na InfoMoney.
reginaldo.siaca@infomoney.com.br