China pretende limitar empréstimos imobiliários e combater a especulação

Órgão regulador do setor mostra preocupação com o avanço da inadimplência e o ritmo de concessão de crédito

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Preocupado com uma possível bolha imobiliária, vista no final da última década nos Estados Unidos, o governo chinês pediu aos banqueiros que elevem a taxa de juro cobrada sobre a chamada terceira hipoteca (terceiro financiamento lastreado em uma mesma propriedade), como também os custos dos empréstimos para tal modalidade, revela fonte consultada pela Bloomberg.

O CBRC (China Banking Regulatory Commission), órgão regulador dos bancos na China, alertou que o montante de recursos movimentado nestas operações de alto risco está inflando o mercado hipotecário do país, em compasso com o aumento do nível de inadimplência dos mutuários, relembrando o ocorrido nos Estados Unidos com as hipotecas subprime.

Os mais de US$ 1 trilhão de novos empréstimos no ano passado elevaram por demais os preços dos imóveis na China. Para se ter uma ideia, a média de preço feita entre 70 cidades do país marcou a sua maior aceleração em 18 meses durante dezembro.

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Combatendo a especulação
De acordo com a fonte, os reguladores do setor querem combater, fundamentalmente, a especulação imobiliária no país e o avanço da inadimplência. Para isso, exigem dos bancos maior controle sobre os novos empréstimos e multas pesadas para os mutuários que não pagarem as parcelas propositalmente.

O grande dilema de aplicar medidas coercivas é ampliar a fatia de devedores, uma vez que, ao elevar a taxa de juro e aplicar multas elevadas, desestimula o pagamento das hipotecas, o que cria um ciclo de inadimplência por todo o sistema financeiro. Portanto, o governo chinês deve aplicar as novas regras com moderação, para não “explodir” a bolha com aguda intensidade.