China habilita exportadores de carne do Brasil: como afeta JBS, Marfrig e Minerva

Apesar de alta das vendas e fortalecimento da parceria comercial, analistas mencionam possível pressão de preços e margens

Vitor Azevedo

Bandeja de carne vermelha (Shutterstock)

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Após a agência de notícias Reuters noticiar hoje que a China liberou 38 frigoríficos brasileiros a exportarem carne para o país, a maioria das ações das companhias do setor fecharam com ganhos na B3, em um dia também positivo para o índice. Para os analistas do Itaú BBA, apesar do impulso positivo no lado das vendas, no entanto, há também questões a se monitorar do lado das margens. 

“Acreditamos que o anúncio de hoje fortalece a relação comercial entre os países e consolida o Brasil como um grande fornecedor de proteína para o mercado chinês a longo prazo”, diz o time, liderado por Gustavo Troyano.  

Para eles, a JBS (JBSS3) deve ser a maior beneficiada, com 12 plantas liberadas para exportarem para o gigante asiático. Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) tiveram, ambas, cada uma duas plantas. 

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Contudo, a casa pontua que no resultado da JBS, por exemplo, o braço de carne bovina brasileira representa uma parte pequena do desempenho operacional da companhia (13% no projetado para 2024). “Esperamos, então, um impacto limitado”, falam.

“A operação de carne bovina da Marfrig no Brasil também tem uma contribuição limitada para os números consolidados e provavelmente declinará ainda mais uma vez que a venda de ativos para a Minerva [anunciada em agosto de 2023] seja aprovada pelas autoridades antitruste. Por outro lado, a notícia de hoje poderia potencialmente levar os investidores a desacelerar a expansão da margem esperada para a Minerva no futuro”, acrescentam. 

O banco pondera que a liberação dos frigoríficos a exportarem à China pode impactar negativamente as margens, uma vez que o preço da carne bovina por lá está sob pressão desde o ano passado, por conta da alta oferta e pela economia fraca – com o yuan desvalorizando ao passo que o governo anuncia estímulos.

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Depois do fechamento dos mercados, a Minerva informou que as plantas de Araguaína (TO) e Janaúba (MG) foram habilitadas para exportação de carne bovina ao mercado da China.

Desse modo, e considerando as recentes habilitações, a exposição da Minerva para o mercado chinês totaliza 10 unidades produtivas, com capacidade de abate de mais de 13 mil cabeças de gado/dia, sendo 5 plantas no Brasil, 4 Plantas no Uruguai e 1 planta na Argentina.

As ações da JBS, Minerva e Marfrig subiram hoje, na sequência, 2,58%, 1,49% e 1,57%.