Casa Branca prepara acordo econômico “poderoso” com a Ásia

“É uma prioridade para o presidente” Joe Biden, disse a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo

Bloomberg

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(Bloomberg) — A Casa Branca pretende assinar o que pode se tornar um acordo econômico “muito poderoso” com países asiáticos — focado em áreas como a coordenação de cadeias de suprimentos, controles de exportação e padrões para inteligência artificial — no ano que vem, afirmou a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo.

“É uma prioridade para o presidente” Joe Biden, disse Raimondo durante uma mesa redonda na quinta-feira na sede da Bloomberg em Nova York, se referindo ao aumento do engajamento dos americanos com a Ásia. “Os EUA não deram as caras naquela região durante quatro anos”, acrescentou ela sobre o histórico do antecessor Donald Trump.

Raimondo contou que sua viagem à Ásia no mês passado foi planejada para “avaliar o apetite” por diálogo econômico, sob a condição de que a Casa Branca de Biden não entraria em negociações comerciais tradicionais. Ela descartou a possibilidade de retomar o Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica “tal como apresentado”.

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“A demanda pela presença dos EUA e pela retomada do engajamento americano foi extraordinária”, disse Raimondo, que visitou Cingapura, Malásia e Japão no mês passado. O governo Biden almeja um “novo tipo de estrutura econômica para uma nova economia” e espera “lançar oficialmente um processo no primeiro trimestre do ano que vem”, informou a secretária.

Sua estrutura será “flexível”, talvez sem adesão de todos os elementos por alguns países, disse Raimondo.

Ela compartilhou que o objetivo é envolver não apenas as nações desenvolvidas, como Japão, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia, mas também economias emergentes como Malásia, Vietnã e Tailândia.

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“Eu adoraria voltar aqui em 12 meses com algo assinado e afirmando que progredimos”, disse a responsável pela pasta de Comércio. Segundo ela, o acordo pode resultar em algo que não exija aprovação do Congresso americano, requerida nos acordos comerciais tradicionais. “Não será um acordo comercial, mas pode ser muito poderoso.”

Uma prioridade é a questão das cadeias de suprimentos para produtos essenciais, incluindo semicondutores, disse Raimondo. A meta é criar “colaborações robustas de longo prazo em torno das cadeias de abastecimento” que enderecem a falta de coordenação entre fabricantes e usuários. Na âmbito doméstico, Raimondo citou os benefícios gerados quando o governo reúne as “partes interessadas” para aumentar a transparência e a confiança nas cadeias de suprimentos.

A ex-governadora de Rhode Island vê empresas estrangeiras favorecidas pelos US$ 54 bilhões em recursos emergenciais que o Congresso discute para ajudar a trazer a fabricação de semicondutores de volta aos EUA. É fundamental ter produção nos EUA, disse ela.

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