Carteiras recomendadas: confira as melhores e piores performances de abril

Rentabilidade média das carteiras compiladas pela InfoMoney foi positiva em 0,13%, ante queda de 4,17% do Ibovespa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Com dois meses iniciais de 2012 bastante positivos para o Ibovespa, e mesmo com queda em março, o benchmark da bolsa acumulou alta de 13,67% nos três primeiros meses desse ano, obtendo o melhor primeiro trimestre desde 1999. Entretanto, o principal índice da bolsa intensificou as perdas em abril, em meio a temores sobre a situação na Europa, principalmente em relação à economia espanhola. 

No fim dos 30 dias, o benchmark nacional recuou 4,17%, depois de subir 11,13% 4,34% em janeiro e fevereiro, respectivamente e ter uma queda de 1,98% em março. Mesmo com o desempenho negativo nos últimos dois meses, no acumulado do ano a performance do benchmark está positiva em 8,93%.

O mês foi marcado, além dos dados econômicos na Europa, pelos indicadores dos Estados Unidos e da China, que trouxeram mau humor aos investidores. O Relatório de Emprego norte-americano, por exemplo, revelou uma criação de vagas menor do que o esperado, enquanto o PIB do país teve avanço de 2,2% no primeiro trimestre, decepcionando o mercado.

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O PIB trimestral divulgado pela China também trouxe pessimismo, mostrando avanço de 8,1%, seu pior nível desde 2009, enquanto a balança comercial revelou menores importações e acentuou a percepção por uma desaceleração na atividade econômica do país. Enquanto isso, no Velho Continente, a economia espanhola indicou contração de 0,4% no primeiro trimestre e, com o Banco Central espanhol avisando que os bancos do país podem precisar de mais capital, os CDS (Credit Default Swaps) espanhóis bateram níveis recordes e acentuaram o pessimismo com relação ao país. 

Ibovespa X Média das Carteiras Recomendadas em 2012
  Janeiro Fevereiro Março Abril Acum. 2012
Ibovespa +11,13% +4,34% -1,98% -4,17% +8,93%
Média das
Carteiras
+7,44% +6,74% +0,90% +0,13% +16,81%
Diferença -3,69 p.p. +2,40 p.p. +2,88 p.p. +4,30% +7,88 p.p.

Corretoras têm desempenho bem superior ao Ibovespa
Se o principal índice brasileiro caiu no período, as corretoras conseguiram ter rentabilidade superior, em sua maioria. A média das 23 carteiras compiladas pelo Portal InfoMoney foi de avanço em 0,13%, ficando 4,30 pontos percentuais acima do Ibovespa.

Figuraram no topo do ranking as casas de análise que diversificaram suas escolhas em algumas empresas voltadas ao setor de consumo interno e as que se mantiveram longe do segmento bancário. Com o anúncio de corte de juros pelos bancos no início de abril, o que pode levar a possíveis reduções de margens, os papéis das instituições financeiras sofreram bastante no mês.

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As corretoras que montaram seus portfólios com as grandes empresas do setor imobiliário, por sua vez, viram fortes desvalorizações em suas carteiras, devido ao fraco desempenho do setor no mês. Algumas elétricas, que no mês passado tinham se mostrado como uma boa escolha para os investidores, decepcionaram este mês e tiveram forte desvalorização, como no caso da Eletropaulo (ELPL4), que caiu 15,30% no período. Entretanto, ações de outras empresas do setor, como as preferenciais “classe B” da Copel (CPLE6) tiveram forte desempenho positivo. 

Melhores e Piores Performances Mensais de 2012
Mês Melhor Performance Pior Performance
Corretora Rent. Corretora Rent.
Janeiro Planner +14,26% SLW (moderado) -0,32%
Fevereiro Bradesco +12,74% Omar Camargo +3,03%
Março Souza Barros +9,81% Planner -3,93%
Abril Geral +4,23% Planner -3,34%

Geral Investimentos lidera ranking do mês
A Geral Investimentos liderou o ranking do Portal Infomoney durante abril, com rentabilidade de 4,23%, 8,40% p.p. acima do Ibovespa. A próxima na lista foi a carteira Itaú Top 5, com 3,88%. As duas carteiras tiveram os papéis da Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 54,50, -0,57%) em comum no portfólio, mas eles não são capazes de explicar o bom desempenho delas, já que os ativos tiveram leve queda no período. 

Os ativos da Cemig (CMIG4, R$ 37,78, +12,71%) e principalmente da Valid  (VLID3, R$ 29,76, +12,85%) impulsionaram o bom retorno da seleção da campeã no mês, assim como a Cielo (CIEL3, R$ 57,20, 10,91%). No caso da carteira do Itaú, as ações da Raia Drogasil (RADL3, R$ 20,54, +15,72%) e da Multiplan (MULT3, R$ 44,72, +5,51%) levaram ao bom desempenho no período. 

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Já o pior desempenho foi o da carteira da Planner, que incluía maiores apostas na atividade interna, com importante alocação no setor de energia, bancário e imobiliário. No entanto, as ações PN da Eletropaulo (R$ 29,16, -15,30%), do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 30,00, -14,08%) e os papeís ON da OGX Petróleo (OGXP3, R$ 13,23, -12,38%) decepcionaram com fortes baixas.

Souza Barros na liderança anual
Com a forte rentabilidade apresentada pelo portfólio da Souza Barros e apresentando o terceiro lugar no portfólio do mês (+3,14%), a corretora alcançou o topo do ranking anual do Portal InfoMoney. No acumulado dos quatro meses, a alta chega a 33,87%, 24,94 p.p. a mais do que o Ibovespa. Com a liderança alcançada em abril, a Geral Investimentos se firmou no segundo lugar em 2012, com rentabilidade acumulada de 30,53%, 21,60 p.p. acima do benchmark da bolsa.

Comparando o acumulado das seleções neste ano, nenhuma casa de research entregou resultado negativo, mas duas delas desempenharam abaixo do benchmark brasileiro. Os menores retornos foram apresentados, até agora, pela Socopa, com 7,87% de avanço, 1,06 p.p. menor que o Ibovespa; e pelo BB Investimentos, com 8,01% – desempenho 0,92 p.p. abaixo do benchmark.

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Desempenho acumulado das carteiras recomendadas pelas corretoras em 2012
Posição Banco/Corretora* Rentabilidade
acumulada em 2012
Diferença sobre
o Ibovespa
Souza Barros +33,87% +24,94 p.p.
Geral Investimentos +30,53% +21,60 p.p.
Itaú (Top 5) +26,30% +17,37 p.p.
Coinvalores +22,40% +13,47 p.p.
WinTrade +21,35% +12,42 p.p.
XP Investimentos +21,11% +12,18 p.p.
Octo +19,33% +10,40 p.p.
PAX +18,18% +9,25 p.p.
Bradesco +18,03% +9,10 p.p.
10º Gradual +17,59% +8,66 p.p.
11º Omar Camargo +17,11% +8,18 p.p.
12º SLW (Arrojado) +17,05% +8,12 p.p.
13º Um Investimentos +16,26% +7,33 p.p.
14º Geração Futuro +16,15% +7,22 p.p.
15º Planner +15,33% +6,40 p.p.
16º Amaril Franklin +13,98% +5,05 p.p.
17º Inva Capital +13,44% +4,51 p.p.
18º BTG Pactual +12,62% +3,69 p.p.
19º Banco Fator Corretora +10,90% +1,97 p.p.
20º Ativa Corretora
+10,13% +1,20 p.p.
21º HSBC +9,49% +0.56 p.p.
22º BB Investimentos +8,01% -0,92 p.p.
23º Socopa +7,87% -1,06 p.p.

Metodologia
Para realizar o levantamento de abril, a InfoMoney utilizou carteiras de ações recomendadas para o período mensal por 23 corretoras e bancos: Amaril Franklin, Ativa, BB Investimentos, Bradesco Corretora, BTG Pactual, Coinvalores, Fator Corretora, Geração Futuro, Geral Investimentos, Gradual Investimentos, HSBC, Inva Capital, Itaú BBA, Octo, Omar Camargo, PAX, Planner, SLW, Socopa, Souza Barros, UM Investimentos, WinTrade e XP Investimentos.

Importante ainda destacar que:

 1. A InfoMoney considerou a primeira publicação de cada uma destas carteiras nos referidos meses, não levando em consideração eventuais mudanças promovidas pelas corretoras e bancos em suas carteiras recomendadas no decorrer de mês.

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2. As cotações consideradas nas comparações de desempenho são as de fechamento do último dia útil de cada mês, considerando sempre a cotação ajustada em um eventual provento que ocorrer no período (dividendo, juros sobre capital próprio, subscrição etc).

3. Utilizando metodologia semelhante à adotada no cálculo da carteira teórica do Ibovespa, o desempenho considerado das carteiras recomendadas em 2012 é cumulativo.

4. A partir de setembro de 2011 passamos a adotar apenas uma carteira recomendada para cada corretora. Após informarmos as corretoras que possuíam mais de uma carteira no ranking sobre essa nova metodologia, decidimos junto com elas qual o único portfólio que seria utilizado e quais seriam excluídos.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.