Carrefour diz que não venderá produtos da PepsiCo na França por “alta de preços inaceitável” e ação sobe em Paris

O Carrefour tem sido um dos varejistas mais ativos a desafiar as grandes empresas de produtos de consumo e alimentos em relação aos preços

Equipe InfoMoney

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PARIS (Reuters) – O Carrefour está informando aos clientes que não venderá mais os produtos da PepsiCo, como Pepsi e batatas fritas Lay’s, porque eles estão muito caros, no mais recente episódio no cabo de guerra entre varejistas e as gigantes globais de alimentos.

A partir desta quinta-feira, as prateleiras com produtos da PepsiCo nas lojas do Carrefour na França serão acompanhadas por uma nota dizendo: “não estamos mais vendendo essa marca devido a aumentos de preços inaceitáveis”, disse um porta-voz do varejista francês.

Nesta quarta, os papéis do grupo Carrefour subiram 0,93% em Paris, depois do anúncio. No fechamento, o CAC40 (índice da bolsa francesa) avançou 0,52%, a 7.450,63 pontos.

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A PepsiCo não respondeu a um pedido de comentário.

A empresa norte-americana disse em outubro que planejava aumentos “modestos” de preços este ano, uma vez que a demanda se manteve apesar de reajustes anteriores, levando-a a aumentar previsão de lucro para 2023 pela terceira vez consecutiva.

No ano passado, varejistas em vários países, inclusive na Alemanha e na Bélgica, anunciaram que interromperam encomendas de produtos devido aos aumentos de preços, uma tática nas negociações de preços que se tornaram mais tensas.

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Não está claro se os produtos da PepsiCo que já estão nas prateleiras do Carrefour serão retirados, disse o porta-voz, acrescentando que a companhia não pode impedir que os clientes comprem os que já está em exposição.

As placas serão colocadas apenas nas lojas do Carrefour na França, disse o porta-voz, confirmando relatos da mídia local.

O Carrefour tem sido um dos varejistas mais ativos a desafiar as grandes empresas de produtos de consumo e alimentos em relação aos preços.

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No ano passado, a rede global deu início a uma campanha de alerta aos consumidores sobre o “encolhimento” de produtos, colocando avisos naqueles cujas embalagens diminuíram de tamanho, mas que seguiram custando mais. O porta-voz não pôde confirmar imediatamente nesta quinta-feira se esse ainda era o caso.

Em esforços para reduzir a inflação, o governo francês pediu aos varejistas e fornecedores que encerrem negociações anuais de preços em janeiro, dois meses antes do habitual.

Uma leitura preliminar da agência de estatísticas INSEE, nesta quinta-feira, mostrou que os preços ao consumidor na França aumentaram 4,1% em relação ao ano anterior em dezembro, com a inflação anual de alimentos desacelerando para 7,1%, de 7,7% no mês anterior.

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O ministro das finanças da França já havia ameaçado recuperar o que ele descreveu como lucros “indevidos” das empresas de alimentos com impostos especiais se elas não repassassem seus próprios custos mais baixos para os consumidores que já estão lidando com altas contas de energia.

(com Reuters)