Carrefour Brasil admite suspensão de fornecimento de carne, mas nega desabastecimento

Frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour no Brasil, após a decisão da rede na França de não vender mais o produto do Mercosul.

Estadão Conteúdo

(Foto: Reprodução/site carrefour.com.br)
(Foto: Reprodução/site carrefour.com.br)

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O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) reconheceu, em nota, impactos advindos da ruptura de fornecimento de carnes pela indústria nacional, após grandes frigoríficos interromperem a entrega de produtos às unidades do grupo no País. “Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade”, disse o grupo em nota, que é formado pela rede Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.

Apesar da suspensão do fornecimento de carnes pelos frigoríficos o grupo reforçou que não há desabastecimento dos produtos em suas lojas. Conforme mostrou o Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no último sábado, frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour no Brasil, após a decisão da rede na França de não vender mais o produto do Mercosul.

Segundo fontes da indústria, a interrupção no fornecimento atinge mais 150 lojas da rede no Brasil. O movimento de cancelamento de entregas começou ainda na quarta-feira, 20.

Entre os frigoríficos que aderiram à interrupção estão a JBS, a Marfrig e o Masterboi, que não se manifestaram publicamente, conforme apurou a reportagem.

Somente a Friboi, marca de carnes bovinas da JBS, responde por 80% do volume fornecido ao grupo de origem francesa, sendo que na rede Atacadão o fornecimento da marca é de 100%.

A JBS cancelou a saída de produtos das fábricas e dos centros de distribuição que seriam destinados ao Grupo Carrefour Brasil imediatamente, segundo fontes. A estimativa do mercado é de que a partir desta segunda-feira os efeitos da suspensão das entregas comece a ser percebido nas gôndolas da rede, já que se trata de mercadoria resfriada e/ou congelada com estoques limitados. A decisão da indústria foi endossada pelo governo, que cobrou do setor uma “ação enérgica” contra o boicote da empresa.

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A represália da indústria foi imediata à declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou na quarta, que a rede pararia de vender carne do Mercosul nas lojas francesas. Um dos frigoríficos cancelou no mesmo dia o envio de caminhões que abasteceriam 50 unidades do Carrefour. A indústria cobra uma retratação pública de Bompard para retomar o abastecimento.

“Nós, do Grupo Carrefour Brasil, lamentamos profundamente a atual situação e reafirmamos nossa estima e confiança no setor agropecuário brasileiro, com o qual sempre mantivemos uma relação sólida e de parceria. Entendemos a importância deste setor para a economia e para a sociedade como um todo, e continuamos comprometidos com o fortalecimento dessa relação”, disse o Carrefour Brasil na nota divulgada nesta segunda-feira.

O grupo afirmou também que há 50 anos “tem construído e mantido uma excelente relação” com seus fornecedores, pautada pela “confiança mútua”. “Por isso, estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”, explicou o grupo.

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“Reiteramos nosso compromisso com o País, o respeito ao consumidor e a transparência em todas as etapas deste processo. Seguiremos trabalhando para resolver essa situação da melhor forma possível, sempre com o objetivo de atender com qualidade e excelência aos nossos clientes”, concluiu o grupo na nota.