Camil compra empresa de massas Santa Amália por R$ 260 milhões e cria nova concorrência para M. Dias Branco

Analistas avaliam aquisição como positiva, dado que amplia a diversificação do portfólio da Camil, bem como sua atuação geográfica no país

Mariana Zonta d'Ávila

(Klaus Nielsen/ Pexels)

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SÃO PAULO – A Camil Alimentos (CAML3) informou nesta terça-feira (17) que comprou a empresa de massas Santa Amália, por R$ 260 milhões, dando seu primeiro passo no segmento.

Segundo comunicado, a Santa Amália é uma das companhias de massas mais tradicionais do país, possuindo liderança no estado de Minas Gerais, com marcas de destaque na categoria de massas e um portfólio com marcas premium.

Em fato relevante, a Camil afirma que a complementariedade geográfica da empresa, com liderança em regiões com potencial de crescimento para as categorias atuais da Camil, bem como seu posicionamento com potencial de crescimento nacional, reforça a estratégia de aquisições da companhia.

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“A operação representa um importante passo para a diversificação e entrada em novas categorias e expansão geográfica da Camil no Brasil”, escreve.

Ainda de acordo com o fato relevante, além do preço de aquisição, de R$ 260 milhões, a Camil assumirá o endividamento da Santa Amália da ordem de R$ 150 milhões.

Na avaliação da Guide Investimentos, o anúncio é positivo, por aumentar a diversificação do portfólio da Camil de produtos alimentícios, apesar do elevado preço atual que o trigo é cotado.

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“Acreditamos que possíveis sinergias devam ser geradas com a compra no médio e longo prazo, com destaque para diluição de custos operacionais”, escrevem os analistas.

A visão é compartilhada pelo Itaú BBA, que diz ver a transação como um marco importante para a Camil, pois marca sua entrada em uma nova categoria no Brasil.

Os analistas avaliam que a compra está alinhada com a estratégia anunciada pela companhia de crescimento inorgânico. Além disso, permite à Camil exposição ao segmento de massas e expande sua atuação nacional para estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, podendo gerar oportunidades de expansão do seu portfólio atual para novos mercados, destaca o Itaú.

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O time de análise afirma ainda que a aquisição abre espaço para que a Camil complemente seu portfólio em São Paulo e pode, ainda, aumentar o tamanho da rede de distribuição atual da empresa.

“Embora ainda não tenhamos informações suficientes para analisar o preço pago pela Santa Amália, parece atrativo para as operações da Camil sob uma análise qualitativa”, escrevem os analistas.

O Itaú BBA tem recomendação market perform (em linha com a média do mercado) para os papéis CAML3 e preço-alvo de R$ 14.

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Anúncio é negativo para M. Dias Branco

Em relatório, o Bradesco BBI avalia que a aquisição deve ter reação neutra do mercado para Camil e negativa para as ações da fabricante de massas M. Dias Branco (MDIA3).

Isso porque os analistas esperam que a Camil foque em aprimorar as operações da Santa Amália nos próximos seis a 12 meses, ampliando sua participação no mercado de massas e criando uma forte competição para a M. Dias Branco.

O time de análise, contudo, segue otimista com os papéis MDIA3, em meio à expectativa de uma recuperação das margens com uma possível queda dos preços agrícolas nos próximos anos.

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Já com relação à Camil, o Bradesco BBI não vê o valuation pago pela operação como atrativo, uma vez que o banco estima que a Camil terá que melhorar a margem Ebitda da nova companhia para 11%, dos patamares negativos atuais.

Por outro lado, destacam, a aquisição adiciona uma diversificação positiva para a Camil e há um risco positivo de a empresa usar sua rede de distribuição para expandir suas operações.

Além disso, o time de análise chama atenção para a possibilidade de sinergias, uma vez que as despesas com vendas, gerais e administrativas da Santa Amália vieram altas em 2020.

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Por volta das 10h35 desta terça-feira (17), as ações CAML3 operavam entre perdas e ganhos na Bolsa, a R$ 8,64, enquanto os papéis MDIA3 tinham leve queda de 0,4%, a R$ 30,83.

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