Camil (CAML3): desafios no mercado de açúcar e otimismo com arroz; as projeções para o resultado da companhia

Analistas destacam que lucratividade deve ficar pressionada por desafios no negócio de açúcar

Camille Bocanegra

Getty Images

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“Outro trimestre desafiador para o negócio de açúcar para compensar os preços mais altos do arroz”. Essa é a visão do Itaú BBA para os resultados da Camil (CAML3) do terceiro trimestre do ano fiscal de 2023. A visão da XP é similar e considera que os resultados devem ser melhores em razão dos preços mais altos do arroz. A divulgação do resultado da companhia acontecerá no dia 11 de janeiro.

A XP estima receita líquida 4% menor na comparação com o trimestre anterior, com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 225 milhões (representando aumento de 6% trimestral e 34% na comparação anual). O BBA projeta Ebitda em R$ 220 milhões, com margem de 7,4%, representando aumento trimestral de 10 pontos-base.

Para os analistas do Research da XP, os valores mais elevados do grão devem ajudar a diluir custos e aumentar rentabilidade, enquanto o mercado doméstico do açúcar ainda se apresenta em processo de estabilização. A estratégia da companhia seria a exportação da commodity para compensar o mercado brasileiro com concorrentes mais agressivos.

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“A estratégia de precificação agressiva no negócio de açúcar provavelmente afetará novamente os resultados consolidados da Camil, mas o acordo com a Raízen garantirá volumes mais altos no 2º semestre de 2023”, considera o Itaú BBA.

O preço do arroz, por sua vez, deverá ser sustentado por condições climáticas globais desfavoráveis e problemas nas safras, já vista na elevação dos preços no terceiro trimestre. A expectativa para o quatro trimestre é aumento de quase 20% na comparação trimestral.

Em relação ao trigo, mesmo com preços mais baixos ainda causando preocupações, a XP pontua que há expectativa de estabilidade para preços de de biscoitos e massas na comparação trimestral.

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“Do lado negativo, projetamos volumes menores em todas as linhas como resultado dos preços mais altos e da estratégia da empresa de se concentrar na lucratividade. Projetamos que o mercado internacional será mais fraco devido à sazonalidade, como já era esperado”, diz a XP, que projeta alta de 10% nos preços e queda de 5% nos volumes na comparação trimestral.

Na frente internacional, a projeção de queda é maior para os volumes, em 15% em relação ao trimestre anterior, mas que seria compensado por preços 10% mais altos, com recuperação das margens.

Para o segmento de alto crescimento, o BBA destaca que os volumes mais baixos de café devem compensar a temporada mais forte de peixes. A queda esperada para o grão é de 7% na comparação anual.