“Efeito Bolsonaro” evapora no câmbio e dólar volta para nível anterior ao primeiro turno

Comportamento do câmbio pode ser explicado pelo aumento da volatilidade externa, com a combinação de alta dos juros americanos, guerra comercial e, mais recentemente, com a queda livre do petróleo

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — Apesar dos elogios rasgados à equipe econômica do futuro governo, repleta de Chicago Boys, o efeito da eleição de Jair Bolsonaro sobre o mercado, especialmente no câmbio, se esgotou.

O dólar vem operando em alta nas últimas quatro semanas e já está acima do nível anterior ao primeiro turno, de R$ 3,83. O Ibovespa ainda se mantém acima do nível pré-eleição, mas se distanciou do recorde. O mercado de juros é o onde o otimismo está mais resiste, graças ao recuo da inflação.

Um dos motivos para o comportamento do câmbio é o aumento da volatilidade externa, com a combinação de riscos como o de alta dos juros americanos, da guerra comercial entre EUA e China e, mais recentemente, a queda livre do petróleo.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Além do petróleo, o recuo do minério de ferro, uma das principais commodities da pauta de exportações do país, é negativo para grandes produtores como o Brasil e Austrália, diz Win Thin, da Brown Brothers Harriman.

Nesta segunda, especificamente, o real tem desempenho pior que outros ativos também diante das incertezas sobre a relação entre Bolsonaro e o Congresso, que poderiam prejudicar a votação das reformas, diz o estrategista.

O efeito Bolsonaro nos ativos financeiros locais “está sumindo”, diz Danny Fang, estrategista de câmbio do BBVA. De acordo com Fang, politicamente os obstáculos são altos e muitos investidores continuam não convencidos de que muitas das políticas do novo governo poderão ser aprovadas pelo Congresso.

Continua depois da publicidade

A perda de fôlego da moeda brasileira ocorre justamente num momento em que os efeitos da eleição começam a despontar na economia real. A confiança do consumidor subiu para 93,2 em novembro, no maior nível desde julho de 2014, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

“A retirada da incerteza eleitoral e redução da pressão financeira nos mercados está dando ânimo ao consumidor”, diz Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

Seja sócio das melhores empresas da Bolsa: abra uma conta na XP e conte com assessoria especializada e gratuita