Alerta aos traders de dólar: oportunidade de venda pode ser aberta amanhã; entenda

Intervenções do BC não serão o bastante para impedir a continuidade da desvalorização da moeda norte-americana

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O dólar bateu sua mínima desde julho do ano passado ao atingir R$ 3,13 na semana passada. Para fazer frente a essa maxi-apreciação do real, o Banco Central agiu rápido, resolvendo aumentar o lote dos seus leilões diários de swap cambial reverso (que equivale a uma venda de dólar futuro) de 10.000 para 15.000 contratos. A intervenção teve o efeito desejado no começo, levando o câmbio de volta para R$ 3,19 na sexta-feira (12). No entanto, a queda forte do dólar hoje, 0,98% a R$ 3,181 o contrato futuro da moeda, de acordo com a cotação das 11h36 (horário de Brasília), traz de volta a discussão sobre qual é o piso desse câmbio. 

De acordo com o diretor técnico da Wagner Investimentos, José Faria Jr., esse cenário pode abrir uma boa oportunidade para venda da moeda norte-americana. O melhor ponto, ele diz, seria nos R$ 3,25, mas dificilmente chegaremos a esse patamar dado o cenário atual. 

Assim, o mais provável é que uma boa oportunidade surja da expectativa pela divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee), dos Estados Unidos, que poderia indicar uma maior propensão para alta dos juros na maior economia do mundo. Pesaria contra isso os dados de inflação, vendas no varejo e confiança do consumidor divulgados na sexta passada. Uma operação de venda, então, seria uma boa pedida, mas só no curto range de R$ 3,16 a R$ 3,20. 

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Dólar a R$ 3,00
Faria Jr. diz também que as tendências de médio e longo prazo são de queda e há espaço para testar a faixa de R$ 3,00 em breve. Contudo, o rompimento desse patamar dependeria de uma série de fatores. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016, que limita o aumento do gasto público à inflação do ano anterior, teria que ser aprovada pelo Congresso, assim como a reforma da previdência, para aumentar ainda mais a confiança no sucesso do ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. 

Além disso, o Fomc, não poderia elevar os juros tão cedo, as commodities teriam que continuar em alta e o Banco Central brasileiro teria que seguir com uma política monetária mais dura no combate à inflação. 

“Nosso cenário base é a continuação da apreciação do real e somente os swaps reversos não vão impedir isto”, afirma Faria Jr. 

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Na mesma linha, Olavo Souza, economista da Mirae Asset, disse em entrevista ao Broadcast que o BC poderá precisar aumentar ainda mais a oferta de swap reverso; poderá ter que comprar dólar à vista elevando as reservas do País; ou poderá precisar adotar medidas tributárias que encareçam a entrada do dólar (venda) no País ou o investimento no mercado de derivativos para conter essa desvalorização da divisa norte-americana. 

Ou seja, não dá para saber qual será o próximo passo da nossa autoridade monetária, mas a continuar como está, swaps reversos não serão o bastante para reduzir as apostas na queda do dólar pelo menos até os R$ 3,00.