“Buy list” do Itaú BBA e outras 4 recomendações; oferta de ações de R$ 2 bi e mais 12 empresas no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira (20), o noticiário corporativo tem como destaque a “lista de compras de ações” do Itaú BBA entre outras recomendações, a saída de Enéas Pestana da diretoria do JBS, a disputa na Usiminas e a pressão do governo para que os bancos públicos iniciem um processo de redução de juros. Confira o que vai agitar o pregão nesta terça: 

Buy List do Itaú BBA
Itaú BBA adicionou a CCR (CCRO3) e removeu a CPFL Energia (CPFE3) da ‘Brazil Buy List’. “Contando com a expectativa de cortes mais acentuados na taxa Selic a partir de janeiro, estamos começando a mudar nossa alocação de carteira para players de taxa de juros”, segundo relatório de analistas.

 “Ainda vemos potencial de ganho para o Ibovespa em função de taxas de juros menores, e a CCR se destaca como uma das idéias de negociação mais atraentes neste sentido”, afirma o Itaú BBA, destacando acreditar que a CCR deverá ter um momentum positivo de ganhos em 2017, com crescimento de Ebitda e menor despesa de juros, levando a uma expansão da receita líquida de 37% ao ano. 

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 “A empresa se destaca como uma das nossas top picks do setor, e é provável que seja uma das empresas a se beneficiar mais com os cortes nas taxas de juros, considerando que 80% de sua dívida bruta está indexada o CDI”. “Nesse sentido, uma Selic mais baixa se traduziria em menores despesas financeiras para a CCR”. 

As ações que compõem a Brazil Buy List são: Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4), Energias do Brasil (ENBR3), Petrobras (PETR4), Randon (RAPT4), Sabesp (SBSP3), São Martinho (SMTO3), Vale (VALE5) e Telefônica Brasil (VIVT4).

Smiles (SMLE3) e Multiplus (MPLU3)
O Itaú BBA revisou as suas estimativas para os programas de fidelidade e mantendo a preferência de Smiles em relação a Multiplus. Apesar do grande potencial de valorização, os analistas mantiveram a recomendação marketperform para os papéis da Multiplus e reduzindo o preço-alvo de R$ 50 para R$ 44,50. Já para a Smiles, a recomendação outperform foi mantida, com um novo preço-alvo de R$ 62 ante R$ 68. 
 

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JBS (JBSS3)
O executivo Enéas Pestana deixou a diretoria da processadora de proteínas JBS voltada para a América do Sul, informou a empresa nesta segunda-feira, citando processo de reorganização do grupo, anunciada no início deste mês. JBS tinha anunciado a contratação de Pestana em fevereiro deste ano.

“Em decorrência da reorganização recentemente divulgada pela JBS e que criou a JBS Foods International (JBSFI) com previsão de abertura de capital na Bolsa de Nova York no próximo ano, a estrutura de plataformas prevista pela companhia deixa de existir, entre elas a da JBS América do Sul”, afirmou a JBS em comunicado à imprensa.

A divisão até então comandada por Pestana engloba desde atividades da unidade de alimentos processados JBS Foods como negócios de couro. Ele ingressou na diretoria após um período prestando consultoria à empresa.

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Sob a nova organização anunciada pela JBS, as operações internacionais ficarão sob o comando da subsidiária holandesa JBS Foods International (JBSFI), que deve abrir o capital na bolsa de Nova York no primeiro semestre do próximo ano. A área de couros e operações brasileiras de carne bovina serão geridas pela JBS a partir do Brasil.

Além de Pestana, que deixou o posto na sexta-feira, Miguel Gularte, presidente da JBS Mercosul, deverá deixar o cargo nos próximos dias, informou a companhia.

Usiminas (USIM5)
O grupo industrial italiano Techint pretende levar a disputa em torno do controle da gestão da Usiminas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2017, caso os recursos encaminhados à Justiça de Minas Gerais não sejam aceitos, afirmou uma fonte próxima do assunto.

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A companhia aguarda até fevereiro um posicionamento final do Tribunal de Justiça de Minas Gerais sobre a anulação em outubro da decisão de maio do conselho de administração da Usiminas, que resultou no retorno à presidência do executivo Rômel Erwin de Souza.

O pedido de posicionamento ao TJ mineiro foi encaminhado na forma de embargos de declaração. O instrumento argumenta que houve omissão de teses da defesa na decisão que fez o executivo Sergio Leite, indicado pela Techint, ser substituído por Souza, indicado da Nippon Steel.

Além do embargo apresentado pela Techint por meio de empresas controladas como a Ternium, os conselheiros indicados pelo grupo italiano, Guilherme Poggiali Almeida e Oscar Montero Martinez, e o presidente do conselho da Usiminas, Elias Brito, encaminharam recursos semelhantes.

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Techint e Nippon Steel travam desde 2014 uma intensa disputa pelo controle da Usiminas, que em meados deste ano conseguiu evitar a ameaça de um processo de recuperação judicial por meio de um refinanciamento de dívidas de cerca de 6 bilhões de reais acertado junto aos maiores do bancos do país.

Em 13 de dezembro, Brito, Almeida e Martinez assinaram carta conjunta pedindo orientação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que esperam que sirva de base para novos questionamentos na Justiça contra a atual diretoria da Usiminas.

A carta recebeu assinaturas também do representante dos acionistas minoritários da Usiminas, Francisco da Costa e Silva; e do indicado pelos funcionários da empresa, Luiz Carlos de Miranda Faria. Procurada na segunda-feira, a CVM afirmou que o documento foi recebido e está em fase de análise pela autarquia, sem prazo para um posicionamento final.

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Vale (VALE3;VALE5)
O Jefferies elevou o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da Vale para US$ 9,25, mantendo recomendação de manutenção. Já o Santander comentou a venda do negócio de fertilizantes da mineradora para a Mosaic pro US$ 2,5 bilhões, afirmando que a notícia é neutra, uma vez que a negociação já era esperada.  

Ainda no noticiário sobre a Vale, o jornal O Globo informa que a CSN (CSNA3) notificará a mineradora por vazamento que atingiu barragem da siderúrgica. Segundo o jornal, fortes chuvas que atingiram o Quadrilátero Ferrífero (MG) provocaram o rompimento de bueiros no sistema de drenagem de uma das minas da Vale, a mina de Fábrica, em Congonhas, na semana passada. O incidente fez com que houvesse vazamento de água barrenta, que atingiu uma barragem de contenção da CSN na região. A siderúrgica preparava ontem uma notificação para enviar à mineradora pedindo que a Vale tomasse “providências técnicas imediatas”. Após o acidente com a barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015, as empresas buscam se precaver e ter a certeza de quem são os responsáveis em caso de eventuais irregularidades.
 

Valid (VLID3)
O Itaú BBA incorporou os resultados do terceiro trimestre da Valid e reduziu o preço-alvo das ações de R$ 39,00 para R$ 37, mas mantendo recomendação outperform (desempenho acima da média) para os ativos. 

Petrobras (PETR3;PETR4)
 A Petrobras iniciou na segunda-feira a produção de petróleo e gás natural no campo de Lapa, o terceiro a entrar em operação no pré-sal da Bacia de Santos, depois de Lula e Sapinhoá, informou a estatal em comunicado divulgado nesta terça-feira.

A petroleira e parceiros do consórcio BM-S-9 começaram as operações com o navio-plataforma FPSO Cidade de Caraguatatuba, que tem capacidade para processar diariamente 100 mil barris de petróleo e comprimir 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo o documento.

O campo de Lapa está localizado na concessão BM-S-9 operada pela Petrobras (45 por cento de participação), em parceria com a BG Brasil, subsidiária da Shell (30 por cento), e com a Repsol Sinopec (25 por cento).

Já o jornal O Estado de S. Paulo informa que as conversas entre a petroleira e a Tereos por operação semelhante na Guarani só devem se reiniciar em janeiro ou fevereiro. A Tereos e Petrobras são sócias em sete unidades produtoras em São Paulo.

Bancos
Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica e o Palácio do Planalto começam a pressionar os bancos públicos a iniciar um processo de redução das taxas de juros e fomentar a concorrência com os concorrentes privados. A avaliação é que esse movimento será respaldado pela queda dos juros básicos da economia, principalmente a partir de 2017, quando o Banco Central aumentar o ritmo dos cortes. Além disso, o governo acredita que os bancos terão os custos reduzidos com ações que serão divulgadas nesta terça-feira, 20, pelo BC, como a desburocratização na obrigatoriedade de cumprimento do depósito compulsório – dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no BC remunerado à taxa Selic.

O uso de bancos públicos para ajudar na política econômica recebeu muitas críticas nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, quando Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa financiaram o aumento do consumo e capitanearam uma queda forçada nas taxas de juros. Uma das consequências dessa estratégia foi o aumento da inadimplência dessas instituições, principalmente na Caixa. Mas, segundo fontes da área econômica, a redução das taxas de juros que será feita pelos bancos oficiais se diferenciará da que ocorreu em 2012, no governo Dilma, porque desta vez o governo não adotará medidas intervencionistas, como obrigar as instituições a tocar programas que a própria área técnica condenava, a exemplo do “Minha Casa Melhor” – linha destinada a financiar móveis para os mutuários do Minha Casa Minha Vida.

Além disso, as atenções hoje se voltam para o anúncio de medidas estruturais pelo Banco Central, com medidas que envolvem 4 pilares: cidadania financeira, melhoria da eficiência do sistema financeiro, arcabouço legal do BC e redução do custo de crédito, o que impactará o negócio de cartões dos grandes bancos brasileiros, assim como a Cielo (veja a análise mais detalhada clicando aqui). 

Sanepar (SAPR4)
A Sanepar e acionistas levantaram R$ 1,98 bilhão com oferta de ações, cujo montante total envolve oferta de novas ações pela Sanepar e venda de participação dos acionistas existentes. O preço por ação ficou em R$ 9,50, perto do piso da faixa de preços, que era de R$ 9,23 a R$ 11,25.

A Sanepar levantou R$ 257,6 milhões com a venda de 27,1 milhões de novas ações, segundo ata de reunião extraordinária do conselho na segunda-feira. Após a oferta primária, capital social da companhia passa a ser de R$ 2,85 bilhões, composto por 503,7 milhões de ações, sendo 167,9 milhões de ações ON e 335,8 milhões de ações PN. Os acionistas Estado do Paraná, Andrade Gutierrez Concessões, Dominó Holdings e Fundo de Investimento Caixa FGP-PR Multimercado levantaram R$ 1,72 bilhões na oferta secundária. 

Natura (NATU3)
A Natura anunciou nesta terça-feira que exerceu opções de compra e passou a deter a totalidade das ações da australiana Emeis Holdings, que opera sob a marca Aesop.

A companhia brasileira de cosméticos tinha comprado em 2013 cerca de 65 por cento de participação na empresa australiana e tinha opção a partir deste ano de comprar o restante.

De 2013 até este ano, a Aesop elevou sua presença de 8 para 20 países e o número de lojas passou de 57 para 177 no período. 

Itaúsa (ITSA4)
A Itaúsa informou o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor de R$ 0,2760 por ação. Após a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, o valor líquido a ser pago será de R$ 0,2346 por ação. Considerando o valor de fechamento dos papéis preferenciais nesta segunda-feira, o dividend yield fica em 3,5%.

O pagamento será feito com base na posição acionária de 22 de dezembro, com os papéis passando a ser negociados na forma “ex” a partir de 23 de dezembro.

A primeira parcela será paga até 28 de abril de 2017 no valor de R$ 0,2280 por ação (valor líquido de R$ 0,1938), enquanto a segunda parcela será paga até 30 de junho no valor de R$ 0,0480 por ação (líquido de R$ 0,0408 por ação).

Transmissão Paulista (TRPL4)
A Transmissão Paulista aprovou a emissão de até R$ 300 milhões em debêntures em série única, com prazo de 7 anos. A remuneração será a NTN-B de 15 de agosto de 2026 mais juros de no mínimo 0,22% ao ano. O Conselho aprovou a emissão em reunião realizada na segunda-feira.

BR Malls (BRML3)
A BR Malls divulgou comunicado de esclarecimento pedido pela CVM sobre venda de ativos e afirmou que a reciclagem de portfólio integra objetivo da companhia. 

“Conforme é de conhecimento do mercado, a reciclagem de portfólio integra o objetivo da companhia”, disse a empresa. “Não houve qualquer comunicação a respeito de quais ativos podem fazer parte de tal estratégia, tampouco sobre valores e os termos e condições de eventual negociação”, disse. Segundo o Valor informou em 16 de dezembro, a BR Malls faz reestruturação societária e prepara nova venda de ativos. 

Forjas Taurus (FJTA4)
A Forjas Taurus assinou contratos finais para reestruturar dívidas. Foram assinados “os contratos finais para o reperfilamento de dívidas com determinadas instituições financeiras, bem como de sua 3ª emissão pública de debêntures”, segundo comunicado.

As características da Operação de reperfilamento, de aproximadamente US$ 150 milhões em dívidas, permanecem as já divulgadas em 30 de junho. “O desembolso da Operação está previsto para ocorrer em até 5 dias úteis”, afirmou a empresa. 

 São Martinho (SMTO3)
Os analistas do BTG Pactual participaram do investor day da São Martinho e destacaram uma visão positiva para a companhia, que continua com o foco em melhora na utilização de seu maquinário e aumento da eficiência. Além disso, há uma perspectiva positiva para os preços de açúcar e etanol. Os analistas ainda atualizaram as projeções após a incorporação da Usina Boa Vista à empresa, mantendo recomendação de compra dado o valuation atrativo e elevando o preço-alvo para R$ 25,00 por ação.

Outra casa de análise que manteve visão positiva após o investor day da São Martinho foi o Santander, que manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24,80. 

Telecomunicações
O projeto que atualiza a Lei Geral de Telecomunicações pode não seguir para sanção presidencial, como esperado. Apesar de aprovado no Senado em caráter terminativo pela Comissão da Agenda Brasil, três recursos pedem que o projeto seja analisado pelo plenário dos senadores. Com o recesso parlamentar, a tramitação do projeto pode ficar travada até o próximo ano. De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado, os recursos estão, nesse momento, sob análise, para verificar se foram atendidos os requisitos formais. Ao fim desse exame, a secretaria irá decidir se o projeto será encaminhado ao Poder Executivo para sanção, ou se a proposta fica no Senado para ser votada pelo plenário. Bastam apenas nove assinaturas de senadores em exercício para que o projeto seja impedido de ir à sanção.

Os recursos foram elaboradores pelos senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AC), Paulo Rocha (PT-AM) e José Pimentel (PT-CE). Vanessa argumenta que o projeto passou “silenciosamente” na Comissão da Agenda Brasil. Para ela, a matéria é prejudicial ao País e permite a “entrega” de boa parte da infraestrutura de telecomunicações para o setor privado. O projeto de autoria do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) já havia passado pela Câmara e tem o objetivo de estimular os investimentos em redes de suporte à banda larga, eliminar possíveis prejuízos no término dos contratos e aumentar a segurança jurídica dos envolvidos no processo de prestação de serviços de telecomunicação.

As maiores críticas, entretanto, recaem sobre a adaptação da modalidade de outorga do serviço de telecomunicações de concessão para autorização, mediante solicitação da concessionária. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai deliberar sobre o pedido, mediante o cumprimento de requisitos específicos, como a garantia da prestação de serviço em áreas sem concorrência e a continuidade dos contratos já assumidos.

(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.