BTG afunda 12% com renúncia de Esteves, Embraer sobe 4% e holding da Vale desaba 8%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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13h09: Petrobras (PETR3, R$ 9,57, +2,57%; PETR4, R$ 7,74, +1,84%)
As ações da Petrobras viraram para alta, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional, que subiam cerca de 1%. Mais cedo, os papéis recuavam pressionados pelo noticiário corporativo. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a Sete Brasil prepara recuperação judicial para pressionar a Petrobras, caso a estatal não cumpra o acordo “fechado” desde agosto. Sem receita e com uma dívida de cerca de R$ 14 bilhões com bancos credores, a Sete já consultou escritórios de advocacia para assessorá-la no processo. 

Além disso, a Petrobras confirmou nesta manhã que Murilo Ferreira renunciou à presidência do conselho de administração da companhia, depois de ter-se licenciado por um mês e meio do cargo. Luiz Nelson Guedes de Carvalho, que estava no exercídio da presidência desde a licença de Ferreira, permanecerá até a próxima reunião ordinária do conselho.

13h03: Multiplus (MPLU3, R$ 36,96, -1,91%)
As ações da Multiplus têm terceira queda seguida, após rebaixamento dos papéis da companhia. O Bradesco BBI passou a recomendação para underperform (desempenho abaixo da média). 

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12h56: Embraer (EMBR3, R$ 30,36, +3,83%)
As ações da Embraer disparam após companhia confirmar guidance de entrega de 95 a 100 E-Jets em 2015 em evento em São José dos Campos. Os papéis da companhia eram beneficiados também pela alta do dólar, que registrava ganhos de 0,81%, a R$ 3,85. 

12h55: BTG Pactual (BBTG11, R$ 20,14, -11,86%)
As ações do BTG Pactual caem pelo quarto pregão seguido, acumulando perdas de 34% no período. O volume das negociações é 83% maior que a média dos últimos 21 pregões.

Ontem à noite, André Esteves renunciou à presidência do banco e do conselho de administração do BTG. Passam a dividir o comando do banco Roberto Sallouti e Marcelo Kalim, enquanto a presidência e vice do conselho ficam com os sócios Persio Arida e John Huw Jenkins, respectivamente. Arida, que assumiu interinamente a presidência do banco na quarta-feira, após prisão de Esteves, deixa a função. 

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Além do BTG Pactual, Esteves renunciou ao cargo de conselheiro da BM&FBovespa. Esteves havia sido eleito para a função pela Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada em 30 de março de 2015. Segundo comunicado da BM&FBovespa, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a comunicação foi feita por intermédio do BTG Pactual ontem, dia 29 de novembro. O conselho de administração da BM&FBovespa fará uma reunião, ainda sem data definida, para indicar o substituto de Esteves.

Ainda sobre o banco, o BTG concordou em vender sua participação de 12% na Rede D’Or São Luiz, a maior de hospitais do Brasil, por quase R$ 2,5 bilhões, para um de seus sócios no negócio, o fundo soberano de Cingapura GIC, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters. O anúncio pode ocorrer na segunda-feira, disse a fonte, que preferiu ficar no anonimato. O GIC já tem 16% na rede de hospitais.

11h23: Vale (VALE3, R$ 12,67, -4,74%; VALE5, R$ 10,53, -4,96%)
As ações da Vale afundam nesta segunda-feira, caminhando para o pior mês desde outubro de 2008. O movimento pressiona também as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 5,05, -9,19%), holding que detém participação na mineradora.

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O governo federal e os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo vão entrar hoje com uma ação na Justiça para cobrar R$ 20 bilhões das empresas responsáveis pelo rompimento da barragem em Mariana (MG). Além da Samarco, a ação terá como alvo as mineradoras Vale e a BHP Billinton. 

Em entrevista à Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, afirma que a empresa está trabalhando para melhorar na gestão das consequências do rompimento da barragem de Mariana (MG), diz que “não se sabe ainda as causas do acidente” e que as equipes trabalham 24 horas por dia para normalizar a situação. Ele nega omissão por parte da companhia. 

Com essa informação, as ações da BHP apresentavam queda de 4,8% às 9 horas em Londres. Na mínima hoje, as ações chegaram a atingir 6,5% de queda, o menor nível em mais de 5 anos. 

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Além disso, a Vale deverá permanecer pressionada, não só por conta da Samarco, mas também pela queda no preço do minério de ferro, que recuou 3,44% hoje no Porto de Qingdao, sendo negociado a US$ 42,97 a tonelada. O menor patamar em 10 anos.

10h55: CSN (CSNA3, R$ 5,79, -1,53%)
Depois de abrir com alta de quase 5%, as ações da CSN viraram para queda em meio ao meio ao mau humor do mercado. A empresa anunciou nesta segunda-feira acordo com sócios asiáticos para criação de uma empresa de mineração que combinará a mina Casa de Pedra com a mineradora Namisa, além de ativos de logística. 

O valor de referência para as relações de troca envolvidas na operação foi de US$ 16 bilhões após anos de negociações entre a CSN e os sócios asiáticos que até agora dividem a Namisa com a CSN. Segundo a CSN, que tem agido para reduzir seu endividamento por meio de venda de ativos, a nova empresa, chamada de Congonhas Minérios, ficará com dívida de US$ 850 milhões que antes estava no balanço do grupo comandado por Benjamin Steinbruch.

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A transação prevê ainda que a CSN vai comprar 4% das ações da Congonhas Minérios detidas pelo consórcio asiático por US$ 680 milhões de dólares. Com isso, a participação final da CSN na nova empresa será de 87,52%. Já o grupo asiático, formado por Itochu Corporation, JFE Steel Corporation, Posco, Kobe Steel, Nisshin Steel e China Steel Corp, ficará com os 12,48% restantes da Congonhas Minérios.

A CSN afirmou que a Congonhas Minérios terá sob seu conjunto de ativos direitos de operar o terminal portuário Tecar em Itaguaí (RJ) e 18,63% das ações da ferrovia MRS Logística, antes sob responsabilidade da CSN. O conjunto de ativos também inclui contratos de 40 anos para venda de minério de ferro para a CSN e os integrantes do consórcio. A CSN acertou ainda contratos de longo prazo para importar matérias-primas pelo Tecar.

10h21: Rebalaceamento do MSCI
É esperado para o fim do dia de hoje o rebalanceamento do MSCI Brasil, com uma saída projetada da Bovespa de cerca de US$ 300 milhões, segundo cálculos do Credit Suisse. Serão deletadas do índice as ações da Cyrela (CYRE3, R$ 8,02, +0,25%), AES Tietê (GETI4, R$ 13,54, 0,0%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 5,48, +0,18%), Usiminas PN (USIM5, R$ 2,47, -1,20%), Banrisul (BRSR6, R$ 5,68, -2,07%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 3,87, +0,78%).  

10h06: JBS (JBSS3, R$ 13,24, -1,63%)
Uma auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) aponta que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) teria registrado um prejuízo de pelo menos R$ 847,7 milhões com o frigorífico JBS. Conforme aponta reportagem da Folha de S. Paulo, entre 2006 e 2014, a JBS recebeu R$ 8,1 bilhões para comprar companhias no exterior e se tornar uma gigante no setor de carnes e, em troca, o banco se tornou sócio da empresa. 

O TCU avalia que o banco alterou regras de contrato, permitindo assim adquirir ações da empresa por um valor bem acima do mercado. Na mira do Tribunal, estão três operações feitas entre 2007 e 2009, que totalizam R$ 5,6 bilhões e refere-se a valores que não precisariam ser desembolsados. (Confira a matéria na íntegra, clicando aqui).