BRF (BRFS3) anuncia contratação do Santander para vender divisão de alimentos para pets; ação zera após subir forte

Transação será realizada por meio de processo competitivo, com o objetivo de obter a proposta que seja mais vantajosa para a companhia

Felipe Moreira

Planta da BRF (Divulgação)

Publicidade

A BRF (BRFS3), dona da Sadia e Perdigão, anunciou nesta manhã de terça-feira (28) que contratou o Banco Santander para ser seu assessor financeiro visando a alienação de sua operação de pet food. Com a confirmação da notícia, as ações chegaram a subir 4,33% mais cedo, a R$ 6,75, mas zeraram os ganhos; às 11h38 (horário de Brasília), a queda era de 0,15%, a R$ 6,46.

A operação é desenvolvida por suas investidas BRF Pet S.A., Mogiana Alimentos S.A., Hercosul Alimentos Ltda., Hercosul Soluções em Transportes Ltda., Hercosul Distribuição Ltda. e Hercosul International S.R.L.

O anúncio vem um dia depois de uma reportagem da Bloomberg, que citando fontes, informou que a BRF estaria em negociações para vender sua divisão de alimentos para animais de estimação (pets) por R$ 2 bilhões.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De acordo com à notícia, a BRF está vendendo o ativo como parte de uma reestruturação interna para reduzir sua alavancagem enquanto preserva o negócio principal.

A companhia adquiriu esses negócios (Mogiana e Mercosul) no terceiro trimestre de 2021 (3T21) por um valor de R$ 1,35 bilhão, como parte do seu plano de longo prazo, entre 2020-2030.

“A transação será realizada por meio de processo competitivo, com o objetivo de obter a proposta que seja mais vantajosa para a companhia, inclusive o maior preço para os ativos a serem alienados; sendo que esse processo está em estágio inicial, com conversas preliminares com potenciais interessados”, diz comunicado.

Continua depois da publicidade

Na véspera, antes de confirmada a informação pela empresa, o  Itaú destacou ver o potencial de venda como positivo, dado que seria feito com um prêmio sobre os múltiplos EV/Ebitda (ou valor da empresa sobre o lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações) da BRF e daria suporte à desalavancagem da companhia.

“De acordo com nossos cálculos, se a operação for concluída nos referidos termos, a avaliação de venda do ativo seria de
aproximadamente 8 vezes o EV/Ebitda, gerando um prêmio de cerca de 60% sobre o atual EV/Ebitda da BRF”, avalia o BBA.

Apesar de ser um passo para a desalavancagem, ainda não seria o suficiente para retornar aos níveis ótimos da companhia. A venda reduziria a projeção do BBA para a dívida líquida da companhia para R$ 16,5 bilhões (incluindo leasing passivo) e reduziria a estimativa de dívida líquida/Ebitda para o ano em 0,3 vez, de 3,6 vezes para 3,3 vezes.

Continua depois da publicidade

Também para o JPMorgan, se confirmado, o desinvestimento ajudará a empresa a se concentrar nas operações principais. A captação de caixa dará à empresa um impulso de curto prazo, mas não resolve a situação de queima de caixa que os analistas veem para o ano (e eventualmente para 2024 também).