Brexit terá semana decisiva: entenda o que está em jogo e tudo o que pode acontecer

Rodada de votações no Parlamento irá definir se acordo conquistado por May será aceito e a possibilidade de prorrogação do prazo do Brexit, marcado para 29 de março

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – Faltam apenas três semanas para o dia marcado para a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit. O problema é que, até o momento, o Parlamento britânico não aprovou nenhuma regra para este divórcio e o cenário da saída sem acordo pode gerar o caos na região.

E é com este pano de fundo que a primeira-ministra Theresa May passará por uma semana crucial na definição do futuro do Reino Unido. Uma série de votações está marcada para os próximos dias e é possível que se chegue a uma conclusão da situação, que basicamente tem três cenários possíveis.

Na terça-feira (12), os parlamentares votarão pela segunda vez o acordo do Brexit apresentado por May, depois de terem rejeitado o texto em janeiro. Se a maioria simples deles não aprovar o acordo, no dia seguinte ocorre uma nova votação, em que será definido se eles desejam deixar a União Europeia sem um acordo.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Esta opção tem poucas chances de ser aprovada e é bastante rejeitada por deputados, pela população e pelas empresas britânicas, já que geraria muita incerteza econômica. O governo emitiu uma nota em tom de alerta nesta semana, dizendo que a economia seria até 9% mais fraca nos próximos 15 anos neste cenário do que poderia ser se houver um acordo para a saída.

Caso seja rejeitada também a ideia de um Brexit sem acordo, no dia 14 de março ocorre uma nova votação, agora para definir se ocorre uma extensão do Artigo 50 (que define o processo de saída) e adiamento do prazo de 29 de março para a separação do Reino Unido com a União Europeia.

Se o Parlamento aprovar a prorrogação do prazo, também será necessário o consentimento da UE. Não se sabe por quanto tempo uma extensão pode ser concedida, mas especialistas dizem que um período de três meses é o cenário mais provável.

Continua depois da publicidade

O principal problema para o acordo de May tem sido o chamado “backstop irlandês”, um mecanismo da proposta destinado a evitar uma fronteira mais pesada entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda se a UE e o Reino Unido não conseguirem um acordo comercial em um período de transição de 21 meses pós-Brexit.

Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos

O cenário caótico fica completo com o fato de que se o Parlamento rejeitar, em 14 de março, a prorrogação do prazo, será definido que o Reino Unido deixa a UE sem um acordo, já que o acordo de May já teria sido rejeitado e não deixa mais opções para o governo.

Continua depois da publicidade

A incerteza aumenta a cada dia que passa e este fim de semana deve ser marcado por negociações do governo com parlamentares e autoridades da União Europeia. A próxima semana será decisiva e o mundo deverá ter uma resposta sobre o futuro do Brexit, mesmo que isso signifique apenas uma prorrogação do “sofrimento”.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.