Braskem (BRKM5) tem recomendação cortada para neutra pelo JPMorgan por spreads e após rali; ações fecham em queda de 4,42%

JPMorgan vê a Braskem quase alcançando o seu valor justo, enquanto apontam que os spreads enfraqueceram para o 2T23 e 2024.

Equipe InfoMoney

Braskem (Foto: Divulgação)

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Os ativos da Braskem (BRKM5) tiveram a recomendação cortada de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra. Para a ação BRKM5 negociada na B3, o preço-alvo foi cortado de R$ 30 para R$ 28,50, enquanto para o ADR (recibo de ações, na prática os papéis negociados na Bolsa de Nova York), o target foi de US$ 11,50 para US$ 11.

Nesta quarta-feira (5), as ações fecharam em queda de 4,42%, a R$ 27,66, se destacando entre as maiores quedas do Ibovespa. Também no radar do mercado, estão as expectativas envolvendo as negociações sobre o controle da companhia, enquanto a petroquímica afirmou que tem avançado nas tratativas com o município de Maceió e que as discussões envolvem pagamento adicional de R$ 1,7 bilhão para pleitos indenizatórios relacionados ao afundamento do solo em bairros da capital alagoana.

Voltando à recomendação, o JPMorgan aponta que, quando se fala em setor petroquímico, a maior preocupação da casa é como está a projeção dos spreads, ou o diferencial de preço entre o custo de matérias-primas e o preço de seus produtos, e em que parte do ciclo se está atualmente.

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“Para essa pergunta, respondemos ver uma normalização dos spreads, sugerindo um ciclo de baixa para 2023 e 2024, recuperando-se a partir de 2025. Ao mesmo tempo, argumentamos que os valuations com desconto sustentavam nosso overweight no segmento”, avaliam os analistas.

No entanto, desde a última revisão, o JPMorgan vê a Braskem quase alcançando o seu valor justo, enquanto apontam que os spreads enfraqueceram para o 2T23 e 2024.

Os analistas revisaram as suas estimativas com base em uma nova previsão da consultoria IHS e novas estimativas macro. Eles esperam agora queda dos preços de propileno (PP) e polietileno (PE) no 2T23, estabilizando no segundo semestre do ano. A IHS também revisou suas estimativas para 2024, impactando as projeções dos números para a Braskem, o que levou a uma revisão para baixo do preço-alvo, que agora configura uma queda de 1,5% para os ativos BRKM5.

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“Rebaixamos a Braskem para neutra com base no valuation. Também reconhecemos que potenciais fusões e aquisições poderiam implicar direitos de tag along (mecanismo que visa proteger acionistas minoritários contra eventuais mudanças no controle das companhias e das decisões tomadas por acionistas majoritários) aos acionistas, que não estão incluídos em nossos fundamentos”, apontam, tendo como referências as últimas negociações para que a Novonor (ex-Odebrecht) venda a sua fatia na empresa. No acumulado do ano até o fechamento da véspera, a ação já subiu 21,80%.

Entre as empresas petroquímicas da América Latina, os analistas do banco seguem com recomendação overweight para as mexicanas Orbia e Alpek, com preferência pela primeira companhia.