BR Distribuidora desacelera e sobe só 1% com Petrobras deixando controle; Vale e CSN caem com minério

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (24)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi mais uma vez morna para o Ibovespa, com os investidores monitorando o noticiário externo e o anúncio do FGTS, além da temporada de balanços. O grande destaque ficou com as ações da Cielo, que subiram quase 13% após a divulgação do resultado (veja mais clicando aqui). 

Já os papéis BR Distribuidora chegaram a subir mais de 6% após a venda das ações pela Petrobras, mas diminuíram fortemente a alta durante o pregão. Enquanto isso, Vale, Bradespar (BRAP4) e CSN tiveram forte queda seguindo a baixa do minério. 

Confira os destaques desta sessão: 

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Vale (VALE3)
A Vale informou ontem à noite que recebeu a autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para o retorno parcial das operações a seco do Complexo de Vargem Grande. As operações de todo o Complexo foram interditadas em 20 de fevereiro de 2019 por determinação da ANM, visando prevenir eventuais gatilhos que pudessem comprometer a estabilidade das barragens do Complexo, em decorrência de atividades desenvolvidas no local.

“A referida autorização possibilitará o retorno parcial e progressivo das operações a seco do Complexo, totalizando em torno de 5Mt de produção adicional em 2019 e incrementando, como consequência, a oferta de Brazilian Blend Fines (BRBF)”, destaca a empresa. A Vale reafirma seu guidance de vendas de minério de ferro e pelotas de 307-332 Mt em 2019, anteriormente divulgado, e informa que a expectativa atual é que as vendas se situem ao redor do centro da faixa.

“Embora não particularmente significativo em termos de capacidade, a retomada parcial de Vargem Grande é mais uma indicação de pragmatismo das autoridades, bem como outro passo importante para a normalização das operações da Vale”, destaca o analista de mineração do Bradesco BBI, Thiago Lofiego, acrescntando se manter “confortável” com a previsão de produção de 320 milhões de toneladas para a Vale em 2019. 

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Contudo, apesar da notícia positiva para a mineradora, o minério de ferro tem novo dia de queda e impacta as ações da companhia em meio à retomada das operações elevando a oferta da commodity, além do rebaixamento de ações de grandes mineradoras e previsão do UBS de que a tonelada cairá abaixo de US$ 100. Os papéis da CSN (CSNA3) também têm uma sessão de baixa. 

Já o Valor Econômico destaca que a Vale colocou à venda suas operações de manganês no Brasil. Segundo a publicação, a empresa pretende se desfazer de três unidades de ferroligas e de uma mina.

Petrobras (PETR3;PETR4) e BD Distribuidora (BRDT3)

A Petrobras informou que a oferta pública de distribuição secundária de ações de emissão da BR Distribuidora foi aprovada pelo Conselho de Administração, com a venda de 291.250.000 ações, além de 58.250.000 papéis adicionais, ao preço por ação de R$ 24,50. A oferta movimenta assim cerca de R$ 8,562 bilhões. Com a venda de 30% do capital na BR Distribuidora, a Petrobras passa a deter 41,25% do seu capital após a conclusão da operação.

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A quantidade de ações ofertada, porém, poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 43.687.500 ações (sem considerar as Ações Adicionais), nas mesmas condições e ao mesmo preço. Caso ocorra a colocação integral do lote suplementar, o montante da oferta poderá chegar a R$ 9,633 bilhões, com a participação da Petrobras reduzida a 37,50% do capital da BR Distribuidora.

A empresa publicou ontem a informação de que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) proferiu decisão desfavorável em processo administrativo fiscal, no valor aproximado de R$ 5,22 bilhões, que trata da cobrança de PIS/COFINS – Importação sobre as remessas ao exterior para pagamento de contratos de afretamento no ano calendário de 2013.

“A Petrobras aguarda a intimação da decisão e recorrerá à Câmara Superior do CARF. A companhia entende que o julgamento não altera a classificação de expectativa de perda possível. As informações referentes a esse processo estão apresentadas nas demonstrações financeiras de 2018, através da nota explicativa 31.3. Processos judiciais não provisionados – processos de natureza fiscal”, destaca.

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A petroleira informou ontem ainda que fará emissão de debêntures no montante inicial de R$ 3 bilhões. Segundo a empresa, a oferta prevê a colocação de no mínimo R$ 1 bilhão, bem como a possibilidade de um acréscimo de até 20% sobre o montante inicial, ou seja, em até R$ 600 milhões.

Os recursos captados serão aplicados exclusivamente no projeto de exploração e avaliação da área dos blocos de Franco, Florim, Nordeste de Tupi e Entorno de Iara do Contrato de Cessão Onerosa e das atividades de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural nos campos de Búzios, Itapu, Sépia e Atapu, limitadas às atividades aprovadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

Por fim, a empresa informou em seu site que vai reduzir o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para a indústria e o comércio em 9,8% a partir desta quarta-feira, 24. O último ajuste havia ocorrido no dia 25 de abril, quando o produto subiu 6%. O preço do gás residencial (gás de cozinha) permanece inalterado, com ajuste trimestral previsto para agosto

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Cielo (CIEL3)

A Cielo fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 431,2 milhões, uma queda de 33% ante os R$ 646,0 milhões de um ano antes.

A receita operacional da companhia, por sua vez, teve leve recuo de 4,4% em um ano, a R$ 2,799,3 entre abril e junho. O lucro operacional medido pelo Ebitda ficou em R$ 748,7 milhões no período, uma queda de 34,7% contra os R$ 1.147,2 bilhão do mesmo período de 2018.

Segundo a Cielo, o volume financeiro capturado aumentou 8,9% no segundo trimestre quando comparado ao mesmo período de 2018 e 4,9% frente ao início deste ano.

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“Este é o maior crescimento desde o terceiro trimestre de 2017, com destaque ao desempenho do varejo que voltou ao campo positivo”, disse a empresa.

Para o Bradesco BBI, houve uma recuperação considerável em volumes, mas “sem alívio” no lucro. “Consideramos que as pressões competitivas continuem”, destaca, reforçando a recomendação neutra para o papel. 

De acordo com o Itaú BBA, houve mais dados negativos do que positivos neste trimestre, com custos e despesas crescendo mais rapidamente que as receitas. “A compressão de preços continuou e mais do que compensou a melhoria nos volumes. As receitas de pré-pagamento também desapontaram, caindo novamente, de forma sequencial. As adições líquidas de clientes foram baixas, levantando questões sobre o sucesso da empresa com os pequenos comerciantes”, apontam os analistas. 

A XP Research destacou que a Cielo reportou um trimestre fraco mais uma vez impactada pela competição no setor e maiores gastos com pessoal. “Do lado positivo, os volumes transacionados mostraram resiliência e confirmaram que os esforços da empresa estão tendo efeito, mesmo que ao custo de margens bem menores”, avalia a equipe de análise, que mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 7,00 para CIEL3 devido ao potencial limitado de queda das ações.

Telefônica (VIVT4)

A Telefônica Brasil (Vivo) registrou um lucro líquido contábil de R$ 1,420 bilhões no segundo trimestre deste ano, representando uma queda de 55,2% na comparação anual. A empresa informou ainda um lucro líquido ajustado pelos efeitos não recorrentes registrados no segundo trimestre do ano passado, o que elevou o resultado líquido da companhia para uma alta de 26,4%.

O EBITDA Recorrente (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 3,791 bilhões, crescimento de 1,0% em relação ao mesmo período no ano anterior, com uma margem de 34,9%, alta de 0,2 ponto porcentual.

A receita operacional líquida apresentou uma expansão de 0,4%, para R$ 10,8 bilhões. A receita de telefonia móvel avançou 2,3% e a fixa recuou 3%.

Para o Itaú BBA, os resultados da Vivo ficaram em linha com as estimativas e os consensos, o que deverá resultar numa reação “neutra” nas cotações. Entre os pontos positivos, está o forte crescimento da receita de banda larga fixa (+ 12% ano contra ano) e a melhora na tendência de queda de receita pré-pago (-9% ano contra ano). De negativo, a desaceleração no crescimento da receita de serviços móveis (estável no ano) e contínuo declínio na receita de voz fixa (-17% ano contra ano).

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Weg (WEGE3)

A Weg registrou lucro liquido de R$ 389 milhões no segundo trimestre, uma alta de 15,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Ebitda somou R$ 537,2 milhões, expansão de 15,4%, com uma margem de 16,3% (+1,1 ponto porcentual).

A receita líquida somou R$ 3,286 bilhões, representando uma alta de 7,5%. A empresa pretende ainda pagar dividendos extraordinários de R$ 186,9 milhões em 14 de agosto. Estes valores representam 53,8% do lucro do primeiro semestre.

De acordo com o Morgan Stanley, a Weg entregou resultado “significativo”, com despesas gerais e administrativas limitadas levando a uma forte rentabilidade. As estimativas para Ebitda aumentaram 3% em 2019-2020, em média, enquanto as estimativas de lucro por ação subiram 5%. 

Já segundo a XP, a Weg apresentou resultados sólidos, com margens operacionais mais fortes, contenção de despesas, melhor rentabilidade em
operações no exterior e um mix de produtos mais favorável. 

NeoEnergia (NEOE3)

A NeoEnergia reportou um lucro líquido atribuído aos acionistas controladores no segundo trimestre de R$ 519 milhões, representando uma alta de 32,4% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda somou R$ 1,363 bilhão, alta de 19,6%.

A receita operacional líquida avançou 5,4%, para R$ 6,575 bilhões. Já o número de clientes avançou 1,75%, com alta de 5,4% no volume de energia injetada. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 3,41 vezes ante 3,49 vezes do final do ano passado.

Gerdau (GGBR4)

O Itaú BBA reduziu o preço-alvo para as ações da Gerdau de R$ 20 para R$ 19. Mesmo assim, a Gerdau continua sendo o top pick da América Latina no setor de siderurgia, dado o valuation atrativo (5,1 vezes a relação entre EV/EBITDA esperado para  2020), “apesar da falta de catalisadores claros no curto prazo”.

“Revisamos nosso modelo de modo a incorporar nossa visão atualizada sobre as operações da empresa”, destacou o Itaú BBA, acrescentando que foram reduzidas as projeções dado um crescimento de volume mais lento do que o esperado no Brasil em 2019.

A expectativa é de que as margens no Brasil possam se beneficiar de um aumento no volume doméstico, o que deve ocorrer em 2020.

JBS (JBSS3)

A JBS anunciou que, por meio da sua subsidiária JBS Investments II GmbH, realizou a emissão e precificação de Notas Sênior em um valor total de US$ 750 milhões, com taxa de 5,75% ao ano e vencimento em 2028.

Adicionalmente, a JBS USA, por meio de suas controladas JBS USA Lux, JBS USA Finance e JBS USA Food Company, realizou a emissão e precificação de Notas Sênior em um montante total de US$ 1,25 bilhão, com taxa de 5,50% e vencimento em 2030.

“As Notas serão garantidas pela JBS e são parte da sua estratégia de liability management. A Companhia optou por expandir os montantes iniciais de ambas as notas, devido a uma demanda combinada de mais de quatro vezes a oferta original”, informou a empresa, em fato relevante.

O restante dos recursos captados serão utilizados para pagamento de dívidas com vencimentos mais curtos, incluindo dívidas referentes ao Acordo de Normalização.

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp informou sobre o início da emissão de R$ 400 milhões em debêntures. A primeira série terá uma remuneração de 3,20%, enquanto a segunda, de 3,37%. Os recursos serão utilizados para projetos de infraestrutura em saneamento básico.

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Marfrig (MRFG3)

O Valor Econômico destaca que frigorífico Concepción, segundo maior do Paraguai, está à venda e a Marfrig estaria interessada. A pedida inicial, de US$ 230 milhões, porém, foi considerada elevada, mas inferior ao que foi pedido no passado pelo grupo paraguaio, US$ 300 milhões. O processo ainda está na fase inicial.

IRB (IRBR3)

A resseguradora IRB informou que, após a liquidação da oferta pública com esforços restritos de distribuição secundária de ações da BB Seguros e da União Federal foi cumprida a condição suspensiva para a rescisão do acordo de acionistas em definitivo. “Com isso, a Companhia teve sua condição alterada de companhia controlada pela BB Seguros Participações S.A., União Federal e pelos acionistas Itaú Seguros S.A., Bradesco Seguros S.A. e Fundo de Investimentos em Participações Caixa Barcelona para uma Companhia sem controlador (capital pulverizado)”, destaca.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.