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SÃO PAULO – As ações do setor de comércio registraram a maior alta na BM&FBovespa em 2012, mostrou a Economática. Os 20 papéis que compõem esse setor tiveram ganhos de 64,06% até o dia 26 de dezembro, superando o desempenho dos outros 22 setores – na divisão setorial da consultoria. No ano, apenas seis tiveram desempenho abaixo do Ibovespa, que por sua vez subiu 7,41%.
Destes seis setores, os destaques ficam com dois: Petróleo e Gás e Energia Elétrica, os únicos com rentabilidade negativa de dois dígitos. As empresas que exploram a commodity tiveram um ano para esquecer: embaladas pela queda de 67,84% da OGX Petróleo (OGXP3), o setor caiu 26,29% até essa data. O setor de energia, impactado pelas medidas do governo, teve perdas de 17,32%.
Economia interna é a solução?
Setores voltados para a economia interna se beneficiaram neste ano: o comércio liderou os ganhos, com B2W Varejo (BTOW3), Lojas Renner (LREN3), Natura (NATU3) e Lojas Americanas (LAME4) registrando ganhos superiores a 60%. A primeira da lista é a empresa de varejo online, que teve algumas das maiores quedas nos últimos anos, que subiu 86,00%.
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Já o setor de saneamento subiu 59,68%, ajudado pelo forte desempenho de Sabesp (SBSP3), ganhos de 73,23%, enquanto máquinas industriais avançou 43,29%. Se recuperando das fortes baixas dos últimos anos, as cinco empresas de papel e celulose tiveram ganhos de 40,55% – em reflexo à forte alta de 64,25% dos papéis da Klabin (KLBN4), mais voltadas para o mercado interno.
Mas esse não foi o caso das ações do setor de construção, também fortemente voltado para a economia interna. Ele teve queda de 4,71%, um dos piores desempenhos do ano. Os números da Economática dão força à teoria de que existe “duas bolsas” na BM&FBovespa: enquanto alguns papéis duplicaram de valor surfando em nos bons drivers da economia brasileiro, outros afundaram – e não raramente por conta de fatores também internos.
É válido ressaltar que, durante 2012, foi importante observar o movimento da política estatal: se por um lado ele derrubou o setor de energia elétrica com a MP (Medida Provisória) 579 e a política de preços da Petrobras (PETR3; PETR4) tem garantido um desempenho pífio da estatal, é a queda da taxa de juro básica é o principal fator apontado por especialistas para garantir o desempenho do setor de comércio. Medidas protecionistas e de estímulo de competitividade também tem favorecido o setor industrial e siderúrgico, que também superaram em muito o principal índice da BM&FBovespa.
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Confira o desempenho dos setores da bolsa brasileiras:
Setor | Quantidade de Ações | Desempenho em 2012 |
Comércio | 20 | 64,06% |
Saneamento | 3 | 59,68% |
Bolsa | 1 | 49,10% |
Máquinas Industriais | 5 | 43,29% |
Papel e Celulose | 5 | 40,55% |
Software e dados | 2 | 39,57% |
Têxtil | 30 | 37,59% |
Veículos e peças | 22 | 34,33% |
Transporte | 12 | 31,69% |
Agricultura e Pesca | 5 | 29,00% |
Química | 15 | 24,01% |
Seguradora | 4 | 17,56% |
Siderurgia & Metalurgia | 26 | 15,52% |
Minerais não metálicos | 3 | 11,17% |
Bancos | 35 | 10,53% |
Mineração | 5 | 9,91% |
IBOVESPA | – | 7,41% |
Telecomunicações | 12 | 1,12% |
Eletroeletrônicos | 11 | -1,87% |
Outras atividades ligadas a serviços financeiros | 2 | -4,64% |
Construção | 25 | -4,71% |
Energia Elétrica | 50 | -17,32% |
Petróleo e Gás | 9 | -26,29% |
OUTRAS | 76* | +40,55% |
Fonte: Economática *inclui todas as ações que não se encaixam em nenhum desses setores e as três ações do setor de saneamento |