Bombardeio na Síria é um “recado” à Coreia do Norte, diz secretário de Trump

Segundo Rex Tillerson, os EUA seguirão atuando como "policial" das relações internacionais, a despeito das posições do republicano em sua candidatura

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – No sentido oposto ao que sinalizava a campanha de Donald Trump sobre a atuação norte-americana no cenário global, o secretário de Estado do governo republicano, Rex Tillerson, disse que o país seguirá atuando como o “policial” nas relações internacionais, contra violações de quaisquer países. “Nós nos comprometemos a responder a todos os que cometem crimes contra inocentes em qualquer lugar no mundo”, disse a jornalistas.

O lançamento de 59 mísseis contra uma base aérea síria na última quinta-feira, além de coibir um suposto uso de armamentos químicos por parte do governo Bashar al-Assad contra civis, funcionou como uma espécie de aviso à Coreia do Norte e outros países que Washington considera uma ameaça à ordem internacional, afirmou Tillerson. No sábado, o governo estadunidense intensificou os sinais, enviando cinco navios militares para águas territoriais da Península Coreana.

“Esse é um Estado delinquente que agora tem um regime com capacidade nuclear”, afirmou o chefe do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, H.R. McMaster em entrevista à Fox News. Segundo ele, o presidente pediu opções para “remover” essa ameaça aos EUA e aliados. À rede ABC, conforme conta reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Tillerson disse que o objetivo norte-americano era promover a desnuclearização da Península Coreana, não a mudança de governo em Pyongyang.

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O governo norte-coreano, por sua vez, sustenta que o ataque à Síria justificativa a necessidade de o país intensificar seu programa nuclear de Kim Jong-un. “Vamos reforçar de todas as maneiras nossa capacidade de autodefesa para enfrentar os movimentos cada vez mais irresponsáveis dos EUA na direção de uma guerra e nos defender com nossa própria força”, afirmou uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores, segundo a Associated Press.

O programa nuclear norte-coreano foi um dos principais assuntos tratados entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, durante sua visita aos EUA na semana passada. Um dia antes da chegada do líder chinês, a Coreia do Norte realizou mais um teste de mísseis balísticos. O momento é de agravamento das tensões, com piora inclusive nas relações entre Washington e Moscou após o ataque de mísseis à Síria.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.