Bolsonaro rechaça interferência na Petrobras (PETR4); ações fecham em forte alta, também em dia de salto do petróleo

"Alguns querem que a gente interfira na Petrobras. Não pode fazer isso", afirmou o presidente; já brent e WTI subiram mais de 7%

Equipe InfoMoney

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a rechaçar nesta segunda-feira (21) a possibilidade de interferência na Petrobras (PETR3;PETR4) e a culpar corrupção na estatal, além do ICMS, pela alta dos combustíveis.

“Alguns querem que a gente interfira na Petrobras. Não pode fazer isso. Até porque o próprio pessoal da Petrobras, a começar pelo presidente, responderia por ter aceitado uma interferência”, disse Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan. “Vilões são a roubalheira na Petrobras e o ICMS”.

Em ensaio para seu discurso nas eleições de 2022, Bolsonaro tem jogado a recente alta dos combustíveis no colo de casos de corrupção em refinarias de petróleo nos governos petistas.

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“Se duas refinarias tivessem sido concluídas, já seríamos autossuficientes em diesel e gasolina, já seria suficiente para preço estar muito mais barato”.

Sem especificar o assunto, Bolsonaro disse durante a entrevista ter conversado nesta manhã com o príncipe da Arábia Saudita junto ao ministro de Relações Exteriores, Carlos França. A Arábia Saudita é uma potência na área de petróleo.

Após as falas de Jair Bolsonaro, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) passaram a registrar ganhos na B3 na sessão desta segunda, com os ativos fechando com valorização: PETR3 em alta de 3,35%, a R$ 34,27, e os PETR4 em alta de 3,76%, a R$ 31,76.

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No fim de semana, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, afirmou que, quem esteve na sexta-feira com o presidente Jair Bolsonaro garantiu que o general Joaquim Silva e Luna deverá perder o cargo na assembleia de acionistas da Petrobras  que escolherá o novo conselho de administração, no dia 13 de abril, aumentando as especulações sobre a troca de comando na estatal. Já a  solução Rodolfo Landim para o lugar Silva e Luna não ficou de pé. Jardim disse ainda que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, será mesmo presidente do conselho da estatal. Assim, a ação voltou a se animar com Bolsonaro reafirmando que não vai interferir na companhia, ainda que haja muitas incertezas no radar. 

Atenção ainda para o mercado de petróleo, que também impulsionou os papéis do setor e, desta vez, levou a uma alta dos ativos da Petrobras.

Os futuros do petróleo Brent para maio fecharam a US$ 115,62 dólares por barril, alta de 7,12%, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) para abril encerraram a US$ 112,12 por barril, avanço de 7,09%.

No radar do mercado, está o temor de que governos da União Europeia imponham sanções contra o petróleo russo. Um ataque à estruturas da Arábia Saudita também pesava sobre a oferta da commodity.

Os governos da União Europeia considerarão a possibilidade de impor um embargo de petróleo à Rússia pela invasão da Ucrânia, enquanto se reúnem esta semana com o presidente dos EUA, Joe Biden, para uma série de cúpulas destinadas a endurecer a resposta do Ocidente para Moscou. No fim de semana, ataques do movimento Houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, causaram uma queda temporária na produção de uma refinaria Saudi Aramco em Yanbu, alimentando a preocupação em um mercado de petróleo agitado, do qual a Rússia é um importante fornecedor e os estoques globais estão em mínimas de vários anos.

Segundo o Bradesco BBI, essa “será mais uma semana volátil para a Petrobras”, em menção ao noticiário do fim de semana sobre uma possível mudança na presidência da companhia.

“Nesta fase, achamos que o mercado já vê uma probabilidade considerável do Senhor Silva e Luna deixar o cargo de CEO”, diz a análise. “Se ele ficar, acreditamos que ajudará a conter a volatilidade”.

O BBI lembra que a lei brasileira é rígida para que os acionistas controladores não prejudiquem as finanças da empresa; portanto, qualquer alteração no comando não dará muito espaço para mudanças.

Lembrando que as tensões se intensificaram ainda mais em meio ao megarreajuste de preços de combustíveis anunciado em 10 de março, os analistas apontam que “uma solução possível seria aplicar médias móveis para que os preços dos combustíveis fiquem abaixo da paridade quando os preços do petróleo sobem, mas também permaneçam acima quando os preços do petróleo caem (perdendo participação de mercado para as importações). Isso permitiria que a Petrobras recuperasse algumas das perdas da empresa ao longo do tempo”.

(com Estadão Conteúdo e Reuters)

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