Bolsonaro diz que gostaria de ver dólar abaixo de R$ 4

Os comentários são os primeiros do presidente sobre as variações do câmbio. O dólar vem se valorizando no último mês

Bloomberg

(Foto: José Dias/PR)

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Na semana em que a moeda brasileira caiu a uma mínima histórica, o presidente Jair Bolsonaro disse que gostaria de ver o dólar abaixo de R$ 4.

“Eu gostaria do dólar abaixo de R$ 4,” disse Bolsonaro a repórteres em Brasília na quarta-feira. “Mas não é apenas questões internas. O mundo está todo conectado e qualquer problema lá fora tem reflexo no mundo todo, não é só aqui, não”.

Os comentários são os primeiros do presidente sobre as variações do câmbio. O dólar vem se valorizando no último mês depois da decepção com o leilão do pré-sal, que frustrou expectativas de uma entrada pesada de dólares no País.

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Um mau humor em relação à America Latina em meio a onda de protestos e tensões globais pela falta de acordo entre EUA e China também pesaram, levando o dólar a fechar na máxima histórica de R$ 4,2092 na segunda-feira.

“A fala de Bolsonaro não ameaça Campos Neto, mas mostra um incômodo de quem não têm tanto conhecimento de um assunto,” disse André César, analista político da Hold Consultoria.

“Para uma boa parte do eleitorado do Bolsonaro, um dólar mais alto é ruim, pois evoca memórias de perda de poder de viagem para exterior, de encarecimento de importados.”

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O dólar fechou em R$4,1994 na terça-feira. Os mercados brasileiros estão fechados na quarta-feira devido a um feriado local.

Banco Central

A disparada do dólar, o receio dos investidores com os protestos no Chile e o menor diferencial entre as taxas internas e externas tem deixado o mercado mais cauteloso com relação a cortes de juros adicionais. Um real mais fraco tem o potencial de alimentar a inflação, tornando as importações mais caras.

Em audiência no Congresso na quarta-feira, o presidente do banco central Roberto Campos Neto disse que a percepção de risco do país melhorou mesmo quando a moeda enfraqueceu.

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Ele atribuiu parte da queda do real a motivos internacionais, incluindo a força global do dólar, bem como questões locais, incluindo o leilão de petróleo em novembro.

Na terça-feira, Campos Neto disse que o BC poderá alterar a política monetária se o câmbio subir a ponto de afetar as expectativas de inflação.

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