Bolsas mundiais seguem em queda em meio a temores de altas de juros pelo Fed; minério sobe com projeções da BHP

Índices futuros dos EUA voltam do feriado em baixa após ficarem fechados na segunda-feira em função do feriado do Dia dos Presidentes

Equipe InfoMoney

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

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Os mercados mundiais registram queda na sessão desta terça-feira (21), dia de Bolsa fechada no Brasil e na volta do feriado em Wall Street.

Nos EUA, às 7h50 (horário de Brasília), o Dow Jones Futuros tinha queda de 0,62%, a 33.656 pontos, enquanto o S&P Futuro tem baixa de 0,74%, a 4.057 pontos; a maior desvalorização é do Nasdaq Futuro, com queda de 0,90%, a 12.278 pontos.

Os temores sobre a inflação alta nos EUA seguem no radar. Dados da última sexta-feira mostraram um aumento de 0,8% nos preços de exportação em relação ao ano anterior, contra expectativas de um declínio de 0,2%. Os números se somaram aos temores com a inflação fomentados pelos dados de quinta-feira, que mostraram preços ao produtor em aceleração na base mensal em janeiro e pedidos de auxílio-desemprego abaixo do esperado na semana passada.

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Juntamente a comentários agressivos de duas autoridades do Fed na quinta-feira e a previsões do Goldman Sachs e do Bank of America de mais três aumentos de juros do Fed este ano, dados levaram alguns investidores a começar a se preparar para mais aperto monetário, de acordo com Shawn Cruz, estrategista-chefe de negociação da TD. Ameritrade em Chicago.

E embora o Fed possa potencialmente influenciar a inflação, os preços de exportação mais altos no mercado interno apontam para coisas que o banco central dos EUA tem menos capacidade de controlar. Na próxima quarta-feira, o Federal Open Market Committee (Fomc) divulga a ata de sua reunião de 31 de janeiro e 1 de fevereiro. O banco central elevou as taxas em 25 pontos-base após a reunião.

Ainda no radar, os investidores ficam de olho nos resultados do Walmart e Home Depot, observados com atenção para entender o comportamento do consumidor.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Europa

As bolsas da Europa também caem de olho nos EUA, com o alemão DAX em queda de 0,56%, baixa de 0,20% do britânico FTSE, desvalorização de 0,60% do francês CAC.

Atenção ainda para os PMIs da região: o índice de gerentes de compras composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 50,3 em janeiro para 52,3 em fevereiro, atingindo o maior nível em nove meses, segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira, 21 pela S&P Global.

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Apenas o PMI de serviços da zona do euro avançou de 50,8 para 53 no mesmo período, tocando o maior patamar em oito meses. Por outro lado, o PMI industrial do bloco caiu de 48,8 em janeiro para 48,5 em fevereiro. Leituras acima de 50 indicam expansão e resultados abaixo dessa marca sinalizam contração.

Na temporada de resultados, o britânico HSBC, maior banco da Europa em valor de mercado, divulgou nesta terça que teve lucro líquido de US$ 4,62 bilhões no quarto trimestre de 2022, mais do que dobrando o ganho de US$ 1,79 bilhão apurado em igual período de 2021. O resultado superou o consenso de analistas consultados pela FactSet, de US$ 3,81 bilhões.

O HSBC, que tem sede em Londres mas foca o mercado asiático, reafirmou expectativa de obter US$ 36 bilhões em receita com juros em 2023, projeção que analistas do Citi avaliaram ser “conservadora”.

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Ásia em queda

Os mercados da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta terça, influenciadas por fatores locais e em dia de liquidez reduzida, após os mercados dos EUA ficarem fechados na segunda-feira em função do feriado do Dia dos Presidentes.

Em Tóquio, o índice Nikkei teve baixa de 0,21%, a 27.473,10 pontos, após pesquisa mostrar que o PMI industrial do Japão caiu para 47,4 em fevereiro, atingindo o menor nível em mais de dois anos.

Já o Hang Seng recuou 1,71% em Hong Kong, a 20.529,49 pontos, pressionado por ações de tecnologia.

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Na China continental, por outro lado, os negócios foram marcados por ganhos modestos. O Xangai Composto subiu 0,49%, a 3.306,52 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,19%, a 2.165,77 pontos.

Ações de telecomunicações chinesas lideraram os ganhos, dando continuidade a um rali de segunda-feira, após notícias do fim de semana de que a China Telecom está desenvolvendo um “chatbot”, software de diálogo baseado em inteligência artificial. O papel da China Telecom teve alta de 2,5% e o da China Mobile saltou 3,4%.

Também mostraram desempenho positivo ações do setor imobiliário chinês, após Pequim anunciar no fim de segunda-feira que irá lançar um programa piloto para fundos de investimento em private equity imobiliário.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi teve leve alta de 0,16% em Seul, a 2.458,96 pontos, com a ajuda de ações das indústrias de construção e siderúrgica, enquanto o Taiex apresentou ganho marginal de 0,07% em Taiwan, a 15.563,00 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho após ata de política monetária confirmar que o banco central da Austrália (RBA) prevê mais altas de juros. O S&P/ASX 200 caiu 0,21% em Sydney, a 7.336,30 pontos.

Commodities

No mercado de commodities, o contrato do WTI subia 0,93%, a US$ 77,05 o barril, enquanto o brent caía 0,23%, a US$ 83,88, com os investidores à espera da ata do Fomc.

Já os contratos futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura ultrapassaram US$ 130 a tonelada nesta terça-feira, depois que a maior mineradora listada do mundo, BHP, sinalizou uma melhora na perspectiva de demanda na maior produtora de aço da China.

O minério de ferro mais negociado em maio na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações diurnas com alta de 3,43%, a 919 iuanes (US$ 133,80) a tonelada. Anteriormente, atingiu 922 yuans, o mais forte para a commodity negociada em Dalian desde julho de 2021.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência do ingrediente siderúrgico para março subiu mais de US$ 11, ou cerca de 9%, para US$ 139,80 a tonelada, a maior alta desde abril passado.

O minério de ferro ultrapassou a faixa de negociação de US$ 120 a US$ 130 a qual estava há semanas, com traders ignorando um novo lembrete dos reguladores sobre garantir a estabilidade do mercado e os estoques no porto atingindo um pico de cinco meses.

A bolsa de Dalian emitiu na sexta-feira um aviso dizendo que “continuaria fortalecendo a vigilância diária do mercado, investigando e lidando com todos os tipos de violações e mantendo a ordem do mercado”.