Bolsas mundiais iniciam semana mistas sob expectativas de decisões de política monetária; confira os destaques do mercado hoje

Copom, Fed, BoE, BoJ e PBoC decidem rumos dos juros nesta semana

Felipe Moreira

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Os índices futuros dos Estados Unidos amanhecem no campo positivo, enquanto os mercados europeus operam em queda e os asiáticos fecharam majoritariamente no vermelho nesta segunda-feira (18), em semana marcada por decisões de política monetária nas principais economias do mundo.

Na quarta-feira (20), saem as decisões de política monetária tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil. Por aqui, a dúvida se concentra na magnitude do corte da Taxa Selic, enquanto nos EUA a aposta majoritária é na manutenção dos Fed Funds, atualmente entre 5,25% e 5,50%.

Ainda nesta semana, o banco central do Japão e o Banco Popular da China divulgarão suas decisões sobre juros na sexta-feira.

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Na Europa, na semana passada, o Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro em 25 pontos base, décimo aumento consecutivo, levando a sua taxa principal para um máximo histórico de 4%.

Na seara política, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que pretende concluir a votação da PEC da reforma tributária ainda em outubro, assim que o texto sair do Senado. Ele também acredita na aprovação do projeto de lei de tributação das offshores após o governo alterar alguns pontos da matéria.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta nesta manhã de segunda-feira, enquanto investidores aguardam a próxima decisão política do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira (20).

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O consenso prevê que a taxa continue onde está, no intervalo que vai de 5% a 5,25%. A decisão do banco central americano sai às 15h e Jerome Powell, presidente do Fed, fala com a imprensa na sequência.

Conforme o CME FedWatch, até o fechamento dos pregões em NY da última sexta, 98% do mercado apostava na manutenção dos juros em 20 de setembro.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com baixa em sua maioria, com investidores montando posições para receber importantes decisões de juros da região.

O BoJ (Banco do Japão) será o centro das atenções na Ásia nesta semana, enquanto os investidores procuram mais sinais do presidente Kazuo Ueda sobre a direção da política monetária.

Embora economistas consultados pela Bloomberg não esperem mudanças na reunião de sexta-feira, eles examinarão de perto quaisquer comentários sobre o futuro das taxas de juros negativas, depois que Ueda mencionou recentemente a possibilidade de eliminá-las.

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Na China, espera-se que as taxas de empréstimos principais permaneçam inalteradas na quarta-feira, enquanto os bancos centrais nas Filipinas e na Indonésia também devem manter as taxas inalteradas na quinta-feira, mesmo com a aceleração da inflação em ambas as economias.

Europa

Os mercados europeus operam no vermelho, após a queda dos seus pares da Ásia-Pacífico, enquanto os investidores aguardam uma semana de decisões dos principais bancos centrais do mundo. A maioria delas ocorre na quinta-feira, na esteira do Fed.

O Banco da Inglaterra ocupará o centro do palco, com previsões quase unânimes de um aumento de um quarto de ponto, mas menos consenso sobre o que acontecerá em seguida.

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Com a economia do Reino Unido tendo encolhido no ritmo mais rápido em sete meses no início do terceiro trimestre e o mercado de trabalho mostrando sinais de desaceleração, é possível que a medida seja a última.

No mesmo dia, os formuladores de políticas do Banco Nacional Suíço liderados pelo presidente Thomas Jordan podem implementar outro aumento da taxa para conter a inflação, que atualmente está abaixo da meta. Se o fizerem, também pode ser a última medida no ciclo atual de aperto.

Commodities

Os preços do petróleo operam com alta, impulsionados pelas previsões de um aumento do déficet de oferta no quarto trimestre, após a Arábia Saudita e a Rússia prolongarem os cortes e pelo otimismo de uma recuperação da procura na China, o maior importador mundial de petróleo.

As cotações do minério de ferro na China fecharam com leve baixa na sessão de hoje.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana será marcada pela “Super Quarta”, quando saem as decisões de política monetária tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil.

Enquanto no Brasil, a dúvida se concentra na magnitude do corte da Taxa Selic, nos EUA a aposta majoritária é na manutenção dos Fed Funds, atualmente entre 5,25% e 5,50%.

Entre os indicadores macro, nesta terça-feira sai o IBC-Br, índice considerado como a prévia do PIB.

Nos EUA, o destaque fica para os dados do mercado imobiliário, que sinalizarão como está a economia do país. Na terça-feira, ás 9h30, a divulgação das licenças de construção e do número de construções de habitações iniciadas, ambos de agosto, deverão mostrar que o mercado imobiliário está estabilizando

Fora isso, investidores ficarão de olho também na divulgação dos novos pedidos de seguro-desemprego, na quinta, às 9h30, e na venda de casas usadas, às 11h00.

Na Europa, há a divulgação da inflação ao consumidor da Zona do Euro na terça, às 6h. O número será referente a agosto e o esperado é uma alta de 0,3%.

Brasil

8h: IGP-10

8h: IPC-S

8h25: Boletim Focus

10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa da abertura do evento CNI-FIESP Brazil on Focus

11h: Haddad participa do CNI-FIESP Brazil on Focus, Painel 1: Transformação Ecológica – O Brasil e o Mundo

14h30: Haddad se reúne com John Kerry, Enviado Presidencial do Governo dos Estados Unidos para o Clima

15h: Balança comercial semanal

18h: Haddad participa do encontro Brasil na Liderança da Justiça Climática: A Economia Brasileira Rumo à Transformação Ecológica

EUA

11h: Índice NAHB do mercado imobiliário

3. Noticiário econômico

Green bonds

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo brasileiro concluiu a primeira apresentação a investidores, roadshow no jargão de mercado, da emissão de títulos de dívida de sustentáveis, os chamados green bonds, do Brasil, que vai estrear neste tipo de captação. Foram realizadas 36 reuniões e que contaram com a participação de cerca de 60 investidores internacionais, incluindo nomes dos Estados Unidos e da Europa.

Haddad demonstrou otimismo com o apetite dos investidores internacionais em entrevista a jornalistas, em Nova York. Segundo ele, agora, o ministério entra em “período de silêncio” e não pode mais comentar sobre os detalhes da emissão. Ele não quis precisar uma data nem um montante.

Conforme o ministro essas são decisões que cabem ao Tesouro Nacional, sinalizando que a operação depende das condições de mercado para ser realizada. Nos bastidores, a expectativa é de que a emissão do governo brasileiro seja da ordem de US$ 2 bilhões e ocorra até meados de novembro deste ano.

Lula participará de assembleia da ONU

Na terça-feira (19), o presidente Lula participará da abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A agenda de Lula também terá reuniões com líderes de entidades internacionais e encontros bilaterais com chefes de Estado.

Na quarta-feira (20), Lula será recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os mandatários vão lançar uma iniciativa global para promoção do trabalho decente.

4. Noticiário político

Conclusão da reforma tributária em outubro 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que pretende concluir a votação da PEC da reforma tributária ainda em outubro, assim que o texto sair do Senado. Ele também acredita na aprovação do projeto de lei de tributação das offshores após o governo alterar alguns pontos da matéria.

“Haverá, a princípio, taxação cambial e variação cambial. Haverá uma tributação de 15% a 22%, a depender do tempo das aplicações dos fundos. Prazo de investimento mais curto, mais imposto, mais longo, menos imposto”, disse Lira.

O presidente da Câmara também afirmou que irá buscar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a medida provisória que permite ao governo federal tributar, a partir de 2024, o aumento de lucro gerado por incentivos fiscais de ICMS, tema que, segundo ele, tem enfrentado certa resistência.

Haddad diz que governo aceitaria reforma administrativa ‘nos termos corretos’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao Canal Livre, transmitido pela BandNews TV, que o governo aceitaria uma reforma administrativa nos “termos corretos”. “Reforma administrativa, pra mim, tem que rever concursos públicos, os concursos ainda são muito malfeitos, ainda selecionando de forma viesada, não são os mais adequados”, disse, na entrevista transmitida na noite de domingo (17).

5. Radar Corporativo

Copasa (CSMG3)

A Copasa (CSMG3) anunciou a distribuição de R$ 127,4 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP), referente ao terceiro trimestre de 2023.

O valor bruto por ação será de R$ 0,3360703320, com dedução de 15% do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). A “data com”, data de corte para deter as ações e estar na lista de beneficiados dos proventos, será na próxima quinta-feira, 21 de setembro. O pagamento foi confirmado para o dia 14 de novembro.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)