Bolsas iniciam semana mais curta em queda à espera de dados de inflação e atividade

Destaque na semana nos EUA fica para PCE e PIB, enquanto Brasil terá ata do Copom e RTI, além de dados do mercado de trabalho

Felipe Moreira

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A semana é mais curta no mercado nacional e em diversas praças por conta do feriado de Sexta-feira Santa (com a B3 encerrando a semana na quinta-feira), mas também é movimentada. Nesta segunda-feira (25), a sessão é de leve queda para os principais mercados, com os investidores à espera de dados da economia que possam dar mais sinais sobre os rumos da política monetária.

Na semana passada, o destaque da agenda foi o Federal Reserve que manteve a taxa de juros inalterada entre 5,25% – 5,50%, conforme amplamente esperado. Junto ao comunicado, o resumo de projeções econômicas (SEP, na sigla em inglês), indicou uma postura mais cautelosa em relação ao processo de desinflação. Contudo, o presidente do Fed Jerome Powell passou uma mensagem mais otimista na coletiva de imprensa, o que catalisou mais uma alta dos índices americanos. Nesta semana, destaque para a leitura final do PIB do 4º trimestre de 2023 (a leitura preliminar registrou variação trimestral anualizada de 3,2%). O evento principal da semana ocorrerá com a divulgação os dados da inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) relativos a fevereiro. Ademais, dirigentes do Fed e do BCE falarão publicamente ao longo da semana, podendo dar orientações adicionais sobre as próximas decisões de nos EUA e na zona do euro.

No Brasil, haverá importantes divulgações relacionadas à condução da política monetária. Na terça-feira, o Banco Central publicará a ata do Copom, que trará detalhes acerca da decisão de redução de 0,50 p.p. na taxa Selic na semana passada; além disso, o Relatório de Inflação será publicado na quinta-feira, e deve trazer elementos relevantes para o debate sobre cenário econômico no Brasil. O IBGE divulgará ainda durante a semana o IPCA-15 de março, os dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e PNAD. Atenção ainda para a última semana da temporada de balanços.

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Confira os destaques:

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em leve queda na sessão desta segunda-feira. Contudo, o mercado americano está a caminho de seu quinto mês consecutivo de ganhos, com os principais índices de referência de ações dos EUA tendo alcançado novos níveis históricos de fechamento na semana passada. O S&P 500 subiu cerca de 2,3% na semana passada, enquanto o Dow ganhou pouco menos de 2%, na sua melhor semana desde dezembro. O Nasdaq Composite, por sua vez, saltou cerca de 2,9% durante o período.

Estes ganhos foram alimentados pelas últimas sinalizações do Federal Reserve, que manteve o cronograma de redução das taxas de juros para este ano, bem como pelo entusiasmo contínuo dos investidores pelas ações de tecnologia no meio da recuperação impulsionada pela IA. O sentimento geral dos investidores permanece acima da sua média histórica; ainda assim, alguns investidores temem o impacto potencial de taxas de juro mais elevadas durante mais tempo.

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Cabe destacar que o presidente da regional de Atlanta do Federal Reserve (Fed), Raphael Bostic, afirmou na sexta que projeta apenas um corte na taxa de juros em 2024, acrescentando que a redução provavelmente ocorrerá mais tarde no ano do que o esperado anteriormente. Bostic havia afirmado que seria apropriado o Fed reduzir as taxas duas vezes em 2024, sendo que a primeira dessas reduções provavelmente aconteceria nas reuniões entre junho e setembro.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Dow Jones Futuro: -0,13%

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S&P 500 Futuro: -0,13%

Nasdaq Futuro: -0,18%

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira, com as da China à espera de novos dados econômicos e a de Tóquio sucumbindo à realização de lucros após recentes máximas históricas.

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Shanghai SE (China), -0,71%

Nikkei (Japão): -1,16%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,16%

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Kospi (Coreia do Sul): -0,40%

ASX 200 (Austrália): +0,53%

Europa

As bolsas europeias operam mistas e sem ímpeto na manhã desta segunda-feira, em um dia de agenda fraca e iniciando uma semana que será encurtada pelo feriado da Sexta-feira Santa. Com a agenda de hoje sem dados econômicos relevantes, investidores na Europa vão acompanhar dirigentes de grandes bancos centrais, nas próximas horas, em busca de eventuais comentários sobre política monetária ou perspectiva econômica.

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Na semana passada, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) se esforçaram para consolidar a visão de que um corte de juros inicial poderá vir em junho, contanto que a inflação da zona do euro confirme sinais de que está se movendo para a meta oficial de 2% de forma sustentável.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,17%

DAX (Alemanha): 0,04%

CAC 40 (França): -0,25%

FTSE MIB (Itália): 0,40%

STOXX 600: -0,15%

Commodities

Os preços do petróleo sobem devido à preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Oriente Médio e entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto a diminuição do número de plataformas nos EUA aumentou a pressão ascendente sobre os preços.

As cotações do minério de ferro na China fecharam as negociações diurnas com leves ganhos nesta manhã, apoiadas pelas esperanças de uma maior recuperação na demanda no principal consumidor, a China, e pela promessa de Pequim de apoiar seu mercado imobiliário em dificuldades.

Petróleo WTI, 0,92%, a US$ 81,37 o barril

Petróleo Brent, 0,81%, a US$ 86,12 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,30%, a 842 iuanes, o equivalente a US$ 116,76

Bitcoin

2. Agenda

A semana mais curta começa com poucos indicadores, mas conta ainda com dados de inflação no Brasil medidos pelo IPCA-15, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e os dados do mercado de trabalho, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Nos EUA, a semana será marcada pela apresentação do PIB e dados de inflação. A dinâmica de inflação será metrificada a partir da divulgação do deflator dos gastos pessoais (PCE).

EUA

11h: Novas Moradias

3. Noticiário econômico

Aceno de Lula em renegociar dívidas de estados causa insatisfação no Norte e Nordeste

A decisão do governo Lula de renegociar a dívida dos estados abriu uma nova frente de insatisfação entre governadores do Norte e Nordeste, que estão menos endividados e reivindicam medidas alternativas para contemplar as regiões, aponta a Folha de S. Paulo.

Apenas quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) concentram, sozinhos, 87% da dívida consolidada líquida de todos os entes da Federação, estimada em R$ 826,4 bilhões no fim de 2023. Por definição, eles tendem a ser os mais beneficiados pela repactuação —que pode envolver uma redução nos juros da dívida e, eventualmente, revisão do estoque acumulado até hoje.

No Nordeste, os principais contemplados devem ser Bahia, Pernambuco e Alagoas, mas a magnitude é bem menor, com dívida consolidada líquida somada de R$ 43 bilhões.

4. Noticiário político

Prisão de suspeitos no caso Marielle passará por referendo no Supremo

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a prisão preventiva de três suspeitos de encomendar a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Silva, passará por referendo em sessão virtual da Primeira Turma nesta segunda-feira (25). A prisão, feita neste domingo (24) pela Polícia Federal (PF), foi por determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

5. Radar Corporativo

PRIO (PRIO3)

A PRIO informou nesta sexta-feira que seu conselho de administração aprovou aumento de capital no valor de R$ 200 milhões mediante capitalização de recursos alocados na reserva de lucros estatutária.

Com o aumento, o capital social da companhia passará de R$ 7,63 bilhões para R$ 7,83 bilhões, disse a empresa em fato relevante ao mercado.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)