Bolsas caem antes de inflação ao consumidor nos EUA; PIB do Reino Unido, produção na Zona do Euro e mais destaques

Inflação americana ganha ainda mais destaque com a proximidade da reunião de política monetária do Fed, na próxima semana

Felipe Moreira

Publicidade

A sessão desta quarta-feira (13) é de perdas para as principais bolsas mundiais, com investidores à espera do índice preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA. O número ganha ainda mais relevância com a proximidade da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), a sexta do ano, semana que vem.

Para o CPI, o consenso Refinitiv prevê um avanço de 0,6% em agosto na comparação com julho e de 3,6% em bases anuais. Já para o núcleo, a expectativa é de alta mensal de 0,2% e anual de 4,3%.

Na Ásia, os mercados fecharam em queda generalizada, à medida que investidores digerem dados econômicos do Japão e da Coreia do Sul.

Continua depois da publicidade

A taxa de desemprego da Coreia do Sul em agosto atingiu 2%, o valor mais baixo desde junho de 1999. Entretanto, a confiança empresarial no Japão caiu em setembro, de acordo com a sondagem Reuters Tankan.

Ainda na frente de dados, o produto interno bruto (PIB) do Reino Unido caiu 0,5% em julho, abaixo da contração de 0,2% prevista numa pesquisa da Reuters com economistas.

Já a produção industrial na Zona do Euro caiu 1,1% em termos mensais em julho, atingindo um declínio anual de 2,2%.

Continua depois da publicidade

Entre as commodities, as cotações do petróleo seguem em alta, uma vez que as expectativas de uma oferta global mais restrita e os receios de perturbações na oferta por parte da Líbia superaram as preocupações de uma demanda mais lenta em alguns países como a China.

Por aqui, com a agenda de indicadores esvaziada, investidores devem seguir repercutindo o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) divulgado na véspera, que reforçou a aposta de que Copom manterá plano de voo de cortes de 50 pontos-base na Selic até o final do ano.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de quarta-feira (13), ampliando as perdas da sessão anterior, enquanto investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor, que poderá fornecer dicas sobre as perspectivas para a política monetária do Fed.

Continua depois da publicidade

Wall Street previu principalmente uma pausa nos aumentos dos juros na próxima reunião do Fed. Os dados de preços dos Fed Funds indicam uma probabilidade de 93% de as taxas permanecerem inalteradas, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.

Todos os principais índices registraram perdas nesta terça-feira. O Nasdaq foi particularmente atingido, caindo 1% à medida que os nomes da tecnologia ficaram sob pressão. O S&P 500 caiu quase 0,6%, enquanto o Dow Jones cedeu menos de 0,1%.

As ações da Apple recuaram 1,7%, pesando nos índices, enquanto a Oracle registou o seu pior dia em mais de 20 anos devido a receitas decepcionantes e a orientações fracas.

Continua depois da publicidade

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com baixa, à medida que investidores digerem os dados do Japão e da Coreia do Sul. A taxa de desemprego da Coreia do Sul em Agosto atingiu os 2%, o valor mais baixo desde Junho de 1999. Entretanto, a confiança empresarial no Japão caiu em Setembro, tanto entre os fabricantes como entre os não fabricantes, de acordo com a sondagem Reuters Tankan.

A confiança entre os grandes fabricantes caiu para +4, de +12 em agosto. O índice não industrial caiu nove pontos, atingindo +23 em setembro.

Continua depois da publicidade

O Nikkei 225, do Japão, fechou com baixa após uma sequência de três dias de vitórias, caindo 0,21% para 32.706,52, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,07% para terminar em 2.534,7 pontos. O S&P/ASX 200, da Austrália, caiu 0,74% para fechar em 7.153,9 pontos.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, reverteu os ganhos anteriores e caiu 0,09%, terminando em 18.009,22 pontos, enquanto as ações da China continental também caíram, com o Shanghai SE caindo 0,45%.

Europa

Os mercados europeus operam com queda nesta quarta-feira, antes dos dados de inflação dos EUA de agosto, que serão divulgados ainda hoje.

O índice Stoxx 600 caiu 0,7%, com a maioria dos setores cedendo. As ações do varejo perderam 1,6% enquanto as do setor industrial diminuíram 1%.

Já as ações do setor automotivo subiram 2% no início das negociações, antes de reduzir os ganhos para 1,2%, apesar da negatividade mais ampla nos mercados.

A Comissão Europeia – braço executivo da União Europeia – lançou na quarta-feira uma investigação sobre os subsídios concedidos aos fabricantes de veículos elétricos na China.

Na frente de dados, os números oficiais mostraram que a economia do Reino Unido contraiu 0,5% em julho. Economistas em pesquisa da Reuters sinalizaram queda de 0,2%.

O produto interno bruto do Reino Unido caiu 0,5% em julho, abaixo da contração de 0,2% prevista numa pesquisa da Reuters com economistas.

Commodities

As cotações do petróleo operam com alta, devido a uma perspectiva de oferta mais restritiva e ao otimismo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com relação à resiliência da demanda por energia nas principais economias.

As cotações do minério de ferro na China fecharam com leve alta, puxadas por estímulos na China e dados positivos na região.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quarta-feira é marcada pelo índice preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), referente ao mês de agosto, dos Estados Unidos.

Para o índice amplo, o consenso Refinitiv prevê um avanço de 0,6% em agosto na comparação com julho e de 3,6% em bases anuais. Já para o núcleo, a expectativa é de alta mensal de 0,2% e anual de 4,3%.

Brasil

9h30: Fernando Haddad, ministro da Economia, recebe Vinicius de Carvalho, ministro de Estado da Controladoria-Geral da União (CGU)

11h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com Deputado Federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL/SP), Renata Tavares Henrique Mesquita, Chefe de Gabinete, Rodrigo Saraiva Marinho, Diretor da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, e Victor Ludwig Monteiro Lopes, Assessor da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, (fechado à imprensa)

18h30: Campos Neto tem reunião com o Deputado Federal Áureo Ribeiro (Solidariedade/RJ), Deputado Federal Ricardo Silva (PSD/SP), Rodrigo Augusto Menezes Rios, Chefe de Gabinete da Liderança, e Noeli Becker (fechado à imprensa)

EUA

9h30: Índice de preços ao consumidor (CPI)

11h30: Estoques de petróleo semanal – EIA

15h: Balanço orçamentário federal

3. Noticiário econômico

Governo antecipará R$ 10 bi para compensar perda de ICMS

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou nesta terça-feira (12) que o governo federal irá antecipar R$ 10 bilhões a estados e municípios para compensar a perda com o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O valor estava previsto para ser repassado em 2024, mas será pago ainda este ano.

De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou incluir a antecipação no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/23, que trata das perdas de ICMS e está em tramitação na Câmara dos Deputados.

R$ 1 bilhão para RS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na noite desta terça-feira (12), que o governo federal vai conceder R$ 1 bilhão em empréstimos por meio do BNDES, para ajudar a recuperar a economia do Rio Grande do Sul, após a passagem de um ciclone extratropical, que atingiu diversas regiões do estado na última semana. Além disso, Lula informou que mais 354 mil trabalhadores com carteira assinada poderão acessar os recursos depositados nas contas do FGTS.

4. Noticiário político

Congresso reduziu espaço para cashback na reforma tributária, diz Appy

As exceções instituídas pelo Congresso Nacional reduziram o espaço para a devolução parcial de tributos pagos pelos mais pobres sobre a cesta básica, disse na terça-feira (12) o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Ele, no entanto, disse que o mecanismo, chamado de cashback, poderá ser instituído, mesmo que em escala menor que o originalmente previsto.

Durante a tramitação da reforma tributária na Câmara, os deputados incluíram uma série de bens e de serviços que pagariam metade da alíquota-padrão do Imposto sobre Valor Adicionado Dual (IVA Dual), como cesta básica, insumos para a agropecuária e serviços de educação e saúde privadas. Posteriormente, essa alíquota foi reduzida para 40% da alíquota padrão, com a criação de uma cesta básica nacional com alíquota zero.

Com as exceções, a alíquota padrão do IVA ficará entre 25,45% e 27%, segundo cálculos apresentados pelo Ministério da Fazenda no início de agosto, para que o governo não perda arrecadação. Sem elas, a alíquota padrão ficaria entre 20,73% e 22,02%, considerando o cenário original da reforma tributária.

5. Radar Corporativo

Via (VIIA3)

Os acionistas da Via (VIIA3) aprovaram mudança de nome para Grupo Casas Bahia e aumento do capital social de até 3 bilhões de ações ordinárias (ON), segundo ata da AGE publicada nesta terça-feira (12).

Essa será a segunda vez em dois anos que a varejista, dona das marcas Casas Bahia e do Ponto, muda de nome. Em 2021, a empresa abandonou o nome Via Varejo, passando a se chamar somente por Via, título que agora também abandona.

O capital social, totalmente subscrito e atualizado, é de R$ 5,138 bilhões, dividido em 1.598.431.289 de ações.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)