BofA corta novamente projeção do Ibovespa para 76 mil pontos em 2020; confira os 3 cenários do banco

Apesar de cortar as projeções para o Ibovespa, Brasil segue como overweight (exposição acima da média) no portfolio da América Latina

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Em apenas uma semana, o Bank of America (BofA) revisou novamente para baixo as suas projeções para o Ibovespa em meio ao impacto da pandemia do coronavírus e das medidas de isolamento social nos resultados das empresas.

Os estrategistas veem agora que o índice chegará a 76 mil pontos até o fim de 2020, um potencial de valorização de 9% frente o fechamento de sexta-feira (3), ante previsão anterior de 87 mil pontos. Na última semana, a revisão foi de 130 mil pontos para 87 mil pontos.

“No nosso cenário base, a economia recua significativamente e aos poucos vai se recuperando a partir do fim do ano. Mesmo assim, o lucro das empresas vai ser menor em 2021 do que em 2019. O lucro por ação [das empresas que compõem] do Ibovespa deve cair 20% em 2020, e se recuperar em 2021 com alta de 15%”, apontaram os analistas do BofA em relatório.

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Apesar dessa revisão para baixo, o BofA manteve o Brasil como overweight (exposição acima da média), ainda que reduzindo a exposição dentro do portfolio de América Latina. Os analistas seguem underweight (exposição abaixo da média) em Peru e não possuem alocação em Argentina. Já o México foi reduzido de marketweight (exposição em linha com a média) para underweight, enquanto Chile foi elevado de underweight para marketweight, assim como a Colômbia.

O banco ainda apontou mais dois cenários para o Ibovespa além do base, que são o otimista e o pessimista. Confira abaixo os três cenários projetados pelo banco americano:

Cenário base (76 mil pontos, 9% de upside): desaceleração profunda, mas com normalização gradual da atividade até o final do ano. A economia se recupera em 2021, mas os ganhos permanecem abaixo dos níveis de 2019. O crescimento do lucro por ação do Ibovespa cai 20% e se recupera em 2021 em 15%.

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“Nosso caso base difere significativamente das estimativas de consenso atuais, que atualmente estão em queda de 1% para 2020 e alta de 20% em 2021. O Ibovespa negociará abaixo dos níveis históricos devido à incerteza na recuperação e também com possível retomada dos casos de coronavírus (múltiplo 11,5 vezes a relação entre preço sobre lucro esperada em 12 meses).

Cenário otimista (89 mil pontos, alta de 28%): desaceleração profunda, mas mais curta do que o esperado neste ano. Atividade normalizada no segundo semestre. O crescimento do lucro por ação do Ibovespa cai apenas 15% e se recupera em 2021 com alta de 20% (recuperação média após um ano de crescimento negativo do lucro por ação). O valuation permanece em linha com os níveis históricos (12 vezes a relação preço sobre lucro esperada para 12 meses).

Cenário pessimista (60 mil pontos, queda de 14%): impacto mais longo do que o esperado na atividade com períodos prolongados de restrições de circulação. O lucro por ação cai 25% em 2020 (contração semelhante a 2009) e estagna em 2021 com 0% de crescimento. Nesse cenário, o valuation do Ibovespa permanece com desconto versus níveis históricos (11 vezes o preço sobre o lucro projetado para 12 meses, 8% de desconto em níveis históricos).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.