Boa Safra (SOJA3) enxerga espaço para ampliar outras culturas no portfólio

Foco seguirá com soja, mas empresa identifica sinergias com outras culturas pelos canais de distribuição, vendedores e até mesmo clientes

Augusto Diniz

Boa Safra SOJA3 Divulgação

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O CEO da Boa Safra (SOJA3), Marino Colpo, disse nesta terça-feira (17) que a empresa observa e avalia o desenvolvimento de outras culturas para o seu portfólio, complementares ao seu negócio principal, que é a soja. A companhia trabalha com sementes de milho e feijão, mas não são relevantes no faturamento da companhia.

“O foco e estratégia (da empresa) é em semente de soja”, disse, durante teleconferência com analistas. “Mas temos olhado para outras culturas e enxergamos muitas sinergias, porque utilizaríamos vendedor, canal de distribuição, mesma loja e também muitas vezes o mesmo cliente”, afirmou Colpo.

“Achamos que há sinergias (com outras culturas) e temos olhado pra isso, mas é algo mais de médio prazo. A curto prazo, vemos uma avenida de crescimento muito forte para semente de soja”, explicou o executivo, destacando que visa hoje capturar mais market share nesse segmento.

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No balanço do primeiro trimestre, a Boa Safra teve um prejuízo de R$ 7 milhões, mais do que dobrando as perdas de um ano antes. Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa operavam com leve alta, por volta das 15h02, avançando 0,07%, cotadas a R$ 13,45.

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Número de pedidos

Durante a teleconferência, a empresa passou parte da apresentação a analistas explicando o que acontece com o seu negócio. A empresa ingressou na bolsa de valores há pouco mais de um ano. O IPO da Boa Safra aconteceu em abril de 2021.

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“O número principal que representa a companhia é o de pedidos. Temos um primeiro e um segundo trimestres de fortes despesas, e o faturamento de sementes, que é o que importa, (concentrados) no terceiro e no quatro trimestres”, explicou Colpo.

Segundo o executivo, houve aumento de 58,8% nos contratos de venda a performar e materiais com biotecnologia embarcada representam 90% dessa carteira de pedidos.

“A informação mais importante é nos contratos de vendas a performar. Isso mostra o desempenho da empresa para esse ano”, disse. “Os materiais com biotecnologia têm crescido no nosso portfólio”, ressaltou.

O agronegócio é uma atividade sazonal e o desempenho da Boa Safra em cada trimestre está diretamente ligado ao estágio do cultivo da soja, informou a companhia.

Este ciclo provoca certo descolamento entre os dados operacionais e contábeis, como aconteceu no 1T22, relatou a empresa.

Biotecnologia

Durante a apresentação, a Boa Safra destacou a crença nas imensas oportunidades de produção de sementes de soja com alta tecnologia. A biotecnologia é o melhoramento genético da semente, criando mais resistência.

O CEO da empresa comentou sobre o desenvolvimento de sementes de biotecnologia para atender o agronegócio, ressaltando que trata-se de um negócio em que a demanda deve ser muito bem avaliada.

“É um desafio estar produzindo materiais que não falte e não sobre. Nos últimos anos temos experimentado falta de materiais, até porque é um produto que tem sido bem demandado”, disse.

“A gente pode achar que um material pode ter demanda e a demanda pode ser um pouco menor”, comparou.

O portfólio de sementes de soja da companhia inclui, para a safra 2021/22, 48 cultivares. Dentre essas, 18 cultivares possuem biotecnologias embarcadas.

Análise do balanço da Boa Safra

Em relatório a clientes, o Itaú BBA destacou o aumento da carteira de pedidos da Boa Safra (SOJA3) no primeiro trimestre.

O balanço do 1T22 foi considerado neutro, com a empresa reportando Ebitda de R$ 16 milhões negativos, devido aos maiores custos, numa piora diante do R$ 1 milhão negativo no 1T21.

No entanto, a empresa aumentou sua carteira de pedidos em cerca de 60% na base anual, indicando mais um ano de crescimento sólido. “Mantemos nossa visão positiva sobre Boa Safra”, diz o BBA.

A classificação para a SOJA3 é outperform (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo de R$ 19,00.

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