Bloomberg: com default da OGX e maior pessimismo, Pimco termina “caso de amor” com Brasil

Revista ressalta mudança na percepção da grande gestora após dez anos investindo no Brasil; sua grande aposta ocorreu com a entrada de Lula na presidência

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em reportagem para a edição deste fim de semana, a revista Bloomberg Businessweek destacou mais uma vez o cenário brasileiro e, mais uma vez, para o lado negativo, com o “fim do caso de amor” da gestor que possui o maior fundo de renda fixa do mundo, a Pimco, com o Brasil. 

A revista ressalta que a Pimco está se afastando da maior economia da América Latina uma década depois de ter comprado títulos brasileiros quando eles despencaram antes das eleições presidenciais de 2002, que culminou na eleição de Lula. Aposta esta que, segundo a publicação, mostrou-se profética e lustrou a reputação de Mohamed El-Erian. 

Em 2002, a Pimco aumentou a sua participação no Brasil, quando os títulos denominados em dólares com vencimento em 2040 operavam no mínimo de 42,7 centavos pela preocupação que Lula decretasse o default das obrigações do País após chegar à presidência. Dois anos depois que a Pimco aumentou a sua participação no Brasil em US$ 1 bilhão em meados de 2012, os títulos operavam a um valor de até 119,5 centavos por dólar com o corte do gasto público feito pelo governo Lula. 

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Contudo, o cenário que se aponta atualmente é bastante divergente, com os investidores perdendo a confiança na presidente Dilma Rousseff enquanto o crescimento econômico tem desaceleração e o Brasil eleva a sua taxa de juros acima de 10% para conter a inflação. Vale ressaltar que, na última semana, Bill Gross, co-fundador da Pimco com El-Erian, ressaltou que o Brasil não é mais o favorito dentre os emergentes

Os investimentos da Pimco no Brasil passaram a dar errado no ano passado depois que os títulos em moeda local registraram sua segunda perda anual desde 2003, com baixa de 11,2% em dólares. Enquanto isso, o real caiu 13% frente ao dólar no ano passado. 

Por fim, estiveram as perdas com os investimentos em títulos da OGX Petróleo (OGXP3), agora Óleo e Gás Participações. Em meados de 2013, a companhia tinha US$ 3,19 milhões em títulos com vencimento em 2018 e foi afetada pelo anúncio de que a OGX não pagaria US$ 45 milhões em juros ao credor estrangeiro e depois pelo seu processo de recuperação judicial da companhia. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.