O que explica a queda de mais de 7% do Bitcoin em poucas horas?

Movimento negativo do mercado de criptomoedas pode estar relacionado com uma venda massiva de Tether

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois de uma forte queda no início do mês, o Bitcoin ficou praticamente estável por quase duas semanas. Mas para quem esperava um movimento positivo em breve, a surpresa foi grande na tarde de quarta-feira (28), com a criptomoeda caindo mais de 7% em 24 horas.

Sem muita explicação no momento, o que se viu foi um movimento generalizado de queda das maiores criptomoedas. Às 13h30 (horário de Brasília) desta quinta, o Bitcoin recuava 7,08%, cotado a US$ 9.522, enquanto as perdas em reais eram de 7,07%, a R$ 39.640.

Porém, especialistas apontaram para uma razão por trás do atual movimento negativo: o grande resgate de Tether, a stablecoin que, em teoria, é lastreada em dólar.

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Na manhã de quarta, o Tether enfrentou seu maior resgate da história: US$ 55,8 milhões, reduzindo a quantidade da stablecoin de 4,13 para cerca de 4,09 bilhões de ativos. Poucas horas depois, o valor de mercado total de todos os criptoativos caiu US$ 13,5 bilhões. As informações são do site Radar BTC.

Não é de hoje que especialistas tentam relacionar os movimentos do Bitcoin com a emissão de novos Tether. Uma pesquisa feita pelo professor da Universidade do Texas John Griffin, mostra que cenários de grande emissão da criptomoeda coincidem com valorizações do Bitcoin.

Existem suspeitas de que o Tether muitas vezes seja criado sem lastro no dólar para comprar Bitcoins, fazendo com que seu preço aumente. O estudo aponta que, em momentos de queda do Bitcoin, o Tether pode ser usado para controlar o recuo. Portanto, com uma venda massiva da stablecoin, é possível puxar para baixo a cotação do Bitcoin.

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Para Safiri Félix, especialista em criptoativos e apresentador do programa Bloco Cripto na IMTV, “o mercado passa um chacoalhão, enquanto os operadores se preparavam para uma entrada de fluxo positivo em setembro com o início das operações da Bakkt (exchange vinculada a ICE, grupo que controla a bolsa de valores de Nova York)”.

“O lado positivo da queima massiva de Tether é que com a entrada de players mais qualificados, os movimentos de preço tendem a adentrar em uma trajetória mais sustentável”, explica ele. A ideia é que o preço do Bitcoin deixe de ter relação com a stablecoin e consiga ter movimentos mais naturais e um valor que se sustente pelos fundamentos e não “manipulado” por outro ativo.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.