Facebook estuda lançar criptomoeda concorrente do bitcoin para usar no WhatsApp e Instagram

Jornal The New York Times apresentou detalhes do projeto secreto da rede social para lançar seu próprio meio de pagamento digital

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar dos altos e baixos, o bitcoin ainda é um ativo em crescimento, passando por transformações a cada dia para conseguir ampliar seu alcance na sociedade. E parece que ele vai ganhar concorrentes de peso em um futuro próximo.

Segundo o The New York Times, algumas das maiores empresas de mensagens, como Facebook, Telegram e Signal, estão preparando suas próprias criptomoedas para serem usadas dentro de suas redes. A ideia é oferecer um serviço como o PayPal, permitindo ao usuário transferir dinheiro globalmente de forma rápida e sem depender de instituições financeiras.

Entre os principais projetos em andamento, o jornal destaca o do Facebook, que segundo cinco fontes, será algo integrado ao WhatsApp, para que seja possível enviar quantias em dinheiro para amigos e familiares pelo aplicativo de conversa.

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Apesar da chance de conseguir o que o bitcoin não fez até hoje, o NYT lembra que estas empresas deverão enfrentar os mesmos obstáculos regulatórios e tecnológicos que evitaram que outras criptomoedas se tornassem populares.

“A falta de uma autoridade central sobre as criptomoedas – um governo ou um banco – tornou-as úteis para criminosos e golpistas, e os designs das redes de computadores que os gerenciam tornam difícil aguentar um número significativo de transações”, afirma o texto.

O jornal diz que o Facebook tem mais de 50 engenheiros trabalhando em seu projeto. E todo este esforço tem um nome de peso por trás: David Marcus, que deixou a presidência do PayPal em 2014 pra liderar a área de mensagens da rede social. O projeto ganhou força em 2018 após o Telegram levantar US$ 1,7 bilhão para financiar a criação de sua própria criptomoeda.

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O formato da criptomoeda também é algo que está sendo muito estudado. A publicação diz que o Facebook está buscando formas de usar o blockchain, tentando manter uma estrutura descentralizada, para não depender de um grande player central, como ocorre com o PayPal ou a Visa.

Por outro lado, há uma questão de que, se o Facebook quiser ser totalmente responsável por aprovar as transações e acompanhar o andamento do sistema, não teria necessidade de usar o blockchain no lugar de um sistema tradicional centralizado.

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“Trabalhar com exchanges tiraria pelo menos uma parte da carga regulatória do Facebook, já que as corretoras seriam responsáveis por manter as moedas digitais e examinar os clientes”, explica a matéria. O problema é que se o Facebook não controlar totalmente a moeda, será mais difícil para ganhar dinheiro com taxas de transação, além de deixar mais espaço para criminosos atuarem usando o ativo.

A ideia, segundo as cinco fontes do jornal, é criar uma moeda digital que seja atrelada a moedas tradicionais, mais ou menos como hoje ocorre com as stablecoins. Com isso, a rede social cria um token estável, que apesar de não ser atraente para especuladores, atrairia consumidores, que não ficariam preocupados com as variações de preço.

Apesar disso, o Facebook está buscando algo diferente e deve atrelar o preço de sua criptomoeda a uma cesta de moedas estrangerias, e não apenas ao dólar. “O Facebook poderia garantir o valor da divisa apoiando cada moeda com um número definido de dólares, euros e outras moedas nacionais mantidas nas contas bancárias da empresa”, explica o jornal.

O New York Times diz ainda que a rede social está revisando sua infraestrutura de mensagens para conectar três de suas propriedades – Messenger, WhatsApp e Instagram. Essa integração, que poderia levar mais de um ano, de acordo com o jornal, ampliaria o alcance da moeda digital do Facebook entre os 2,7 bilhões de pessoas que usam um dos três aplicativos por mês.

O texto conclui destacando que as criptomoedas de outras redes sociais e aplicativos de conversas devem seguir uma estrutura mais tradicional. O Telegram deve apresentar seu projeto nos próximos meses e no mês passado, em carta a investidores, a companhia afirmou que estava com 90% de seus componentes da rede estavam prontos.

O mercado de criptomoedas cresceu com o surgimento de diferentes ativos, focados em solucionar diferentes questões. Mas é inegável que todos esperam que o bitcoin se torne ainda um meio de pagamento viável e difundido na sociedade. A questão é que agora a maior criptomoeda do mundo pode ter encontrado alguns duros concorrentes.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.