JPMorgan vai lançar sua própria criptomoeda para revolucionar o mercado de pagamentos

Instituição quer lançar o JPM Coin, um token digital criado por engenheiros do próprio banco para liquidar instantaneamente pagamentos entre clientes

Rodrigo Tolotti

Fachada do JP Morgan nos Estados Unidos

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SÃO PAULO – O JPMorgan vai se tornar o primeiro banco a criar sua própria criptomoeda, segundo informou a CNBC nesta quinta-feira (14). A instituição pretende lançar em breve a JPM Coin, um token digital criado por engenheiros do próprio banco para liquidar instantaneamente pagamentos entre clientes.

Apesar da moeda mais conhecida do mundo ser o Bitcoin, engana-se quem acha que o modelo do maior banco dos Estados Unidos será igual. A ideia da JPM Coin é ser como uma “stablecoin”, tendo paridade com o dólar e, portanto, sem flutuação de valor.

De acordo com a CNBC, os clientes receberão as moedas depois de depositar dólares no banco. Ao usarem seus tokens para um pagamento, o banco destrói as moedas e devolve aos clientes um número proporcional de dólares.

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“Qualquer coisa que exista atualmente no mundo, quando fluir para o blockchain, seria a etapa de pagamento de uma transação”, disse Umar Farooq, chefe dos projetos blockchain do JPMorgan, para a CNBC. “As aplicações são francamente muito intermináveis; qualquer coisa em que você tenha um livro-razão distribuído que envolva corporações ou instituições pode usar isso”, avalia.

Este é um movimento inesperado do banco diante de uma tecnologia que surgiu destroços da crise financeira e deveria perturbar o mundo bancário estabelecido, avalia o site de notícias, que ainda diz que, quando os pagamentos internacionais forem testados, “será uma das primeiras aplicações do mundo real para uma criptomoeda no setor bancário”.

No ano passado, o JPMorgan e outros dois grandes bancos proibiram a compra de bitcoins por clientes de cartão de crédito. Enquanto isso, o Goldman Sachs arquivou seus planos de criar uma mesa de negociação de bitcoins depois de explorar a ideia.

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Segundo Farooq, inicialmente serão três usos para a JPM Coin. O primeiro é para pagamentos internacionais de grandes clientes corporativos, o que atualmente ocorre usando transferências eletrônicas entre instituições financeiras em redes antigas, como a Swift. Neste cenário, as transações não dependeriam de horário de funcionamento dos bancos ou o fuso horário entre países, passando a ocorrer em tempo real.

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Já a segunda utilização será para transações de títulos. Em abril, o JPMorgan testou uma emissão de dívida no blockchain, criando uma simulação virtual de um certificado de depósito de US$ 150 milhões para um banco canadense. Em vez de depender de fios para comprar a emissão – resultando em um intervalo de tempo entre a liquidação da transação e o pagamento por ela – os investidores institucionais podem usar o novo token, resultando em liquidações instantâneas.

Por fim, a nova moeda digital ajudará as grandes empresas que usam os serviços de Tesouro do JPMorgan para substituir os dólares que detêm em subsidiárias em todo o mundo. Este tipo de serviço gerou uma receita de US$ 9 bilhões no ano passado para o banco.

O JPMorgan está apostando que seu status de pioneira e sua grande participação no mercado em pagamentos corporativos dará à sua tecnologia uma boa chance de ser adotada, mesmo que outros bancos criem suas próprias moedas.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.